São Paulo (SP) - Superado nas oitavas de final do Brasil Open pelo cabeça 1 espanhol Pablo Carreño Busta, João "Feijão" Souza preferiu apenas enaltecer a grande fase e atuação do rival que marcou as parciais de 6/4 e 6/2 nesta quinta-feira. Foi a segunda semana seguida em que Carreño eliminou Feijão de um torneio, repetindo o que já havia acontecido no Rio Open.
"Minhas bolas saíram um pouquinho, meu saque saiu um pouquinho e ele vem confiante, com cinco jogos na semana passada, uma final e o melhor ranking da carreira. É aquele jogo que você sai e só dá mérito para ele, que não errou praticamente nada e sacou super bem. Não é à toa que ele é 23 do mundo", disse Feijão ao lembrar que o rival vem de um vice-campeonato no ATP 500 carioca.
"Eu esperaria que ele estivesse um pouquinho mais relaxado, ainda mais depois de vir de uma final. Normalmente depois que você joga a final em um torneio grande como o do Rio, é normal dar uma acomodar um pouco", avaliou o atual 131º do ranking que deverá ganhar posições por ter avançado uma rodada em São Paulo.
"Está difícil jogar com ele, as bolas estão fundas o tempo todo e sem me dar quase nada de graça. Ele me pressionou o tempo inteiro e não me senti tão cômodo praticamente em nenhum momento do jogo e fez eu me mexer o tempo inteiro. Não tinha muito o que fazer. Se ele seguir nesse ritmo, vai ser difícil parar ele aqui", comentou a respeito do cabeça 1 espanhol que também foi vice-campeão na edição passada do torneio na capital paulista.
"Eu joguei bem na terça-feira e vinha treinando bem nesses dias, mas não esperava que ele estivesse tão firme hoje. Por vários momentos eu olhava para meu treinador e não sabia o que fazer, porque ele estava muito bem", lembrou o paulista que havia superado o canhoto argentino Horacio Zeballos na estreia.
O jogador de 28 anos voltou a vencer uma partida de ATP nesta semana. Ex-número 69 do ranking, ele acredita estar aos poucos retomando a confiança. "Eu busco melhorar a cada dia. Faz dois anos que não chego às quartas de final. Essa semana fazia um ano que eu não vencia um jogo de ATP, mas isso faz parte da nossa carreira. O segredo é levantar dia após dia querendo mais que uma hora as coisas viram".
O paulista segue no saibro sul-americano e disputa dois torneios de nível challenger e tem como meta subir no ranking para entrar direto na chave de Roland Garros. "Jogo dois challengers em Santiago e Buenos Aires e depois o quali de Miami. Depois tenho mais três challengers seguidos no México e no Panamá, para ver se até a semana do Panamá eu consigo subir no ranking para jogar em Roland Garros. Esse é o objetivo".
Feijão também está prestes a se tornar pai pela primeira vez. "Não tenho dúvidas que isso vai me dar cada vez mais força para seguir na minha carreira. Vai ser uma nova etapa, é o meu primeiro filho e o mais importante é que venha com saúde".