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Rogerinho cai nas quartas e deixa o top 100 escapar
02/03/2018 às 20h09

Rogerinho era o último brasileiro na chave principal em São Paulo

Foto: Gaspar Nóbrega/DGW

São Paulo (SP) - A participação brasileira na chave de simples do Brasil Open chegou ao fim nesta sexta-feira com a queda de Rogério Dutra Silva nas quartas de final do ATP 250 disputado no Ginásio do Ibirapuera. Rogerinho foi eliminado pelo canhoto argentino Horacio Zeballos por 6/7 (3-7), 6/2 e 6/4 em 2h21 de partida.

Como o Brasil não tem mais representantes no torneio, o último título de um anfitrião segue sendo o de Gustavo Kuerten em 2004. Guga também triunfou em 2002, ainda na segunda edição do torneio. O último brasileiro finalista foi Thomaz Bellucci, em 2009, ainda na Costa do Sauípe. Já a mais recente semifinal com um brasileiro em quadra aconteceu em 2015 com João Souza, o Feijão.

Rogerinho também deixa escapar a chance de voltar ao top 100. O atual 106º do ranking poderia retornar ao grupo dos cem melhores em caso de vitória nesta sexta-feira. O melhor ranking da carreira do paulista de 34 anos, que agora segue para o challenger de Santiago, é o 63º lugar alcançado em julho último.

Algoz de Thomaz Bellucci, Gael Monfils e Rogério Dutra Silva, Zeballos jogou com a torcida contra nos três primeiros jogos que fez no Ibirapuera. Em busca de sua terceira final da carreira, o canhoto argentino de 32 anos e 69º do mundo enfrenta o espanhol Albert Ramos ou o chileno Nicolas Jarry e espera ter o apoio da torcida.

"Lamentavelmente não terá um brasileiro na semifinal. Espero que amanhã a torcida seja para mim. Foram três partidas muito difíceis e era claro que iriam torcer para os jogadores locais, mas espero que amanhã a torcida esteja comigo", disse Zeballos após a partida desta sexta-feira.

"Já vim muitas vezes para cá e era lógico que iria sentir isso [ter a torcida contra], mas eu gosto. Estava muito bom, eu me sentia em um estádio de futebol e eu queria que cantassem mais porque eu estava gostando porque estavam apoiando o jogador da casa e não para me prejudicar", complementou o experiente jogador argentino.

Em um equilibrado set inicial, Rogerinho esteve por duas vezes com uma quebra acima no placar, mas conseguiu sustentar a liderança. Uma das quebras aconteceu quando o placar estava empatado por 5/5, quando o paulista levantou a torcida com um belíssimo lob sobre o canhoto argentino e definiu o game com um winner de devolução.

Mesmo depois de ter o serviço quebrado no momento que sacava para fechar o set, Rogerinho não perdeu o foco e começou muito bem o tiebreak e rapidamente liderou por 4-0. A boa vantagem do paulista quase caiu por terra depois de três erros não-forçados seguidos, dois com o backhand e um com o forehand. Mas logo depois foi a vez de o argentino dar pontos de graça e o anfitrião recuperou a vantagem para fechar a parcial com um ótimo saque.

O segundo set foi atípico em comparação com o andamento das outras duas parciais do jogo. Zeballos quebrou logo no game de abertura e ampliou posteriormente a vantagem, chegando a liderar por 5/1. Até aquele momento, o argentino só havia perdido quatro pontos em seu saque durante o segundo set. Na hora de sacar para fechar, teve que salvar três break points antes de empatar o jogo.

A parcial decisiva começou com domínio dos sacadores e não teve break points nos seis primeiros games. Com o placar empatado por 3/3, Rogerinho foi buscar um 15-40 e teve a chance de ganhar o game, mas com poucos primeiros saques em quadra e alguns erros não-forçados em momentos importantes, permitiu a quebra ao rival. Zeballos teve dois games longos de saque até o fim da partida, mas não enfrentou mais break points e consolidou a virada na capital paulista.

Zeballos atribui a vitória ao lado mental. "Foi pela minha tranquilidade porque tenísticamente somos dois jogadores muito parecidos. Creio que estar tranquilo nos momentos de pressão foi o mais importante", avaliou o argentino que comentou sobre os possíveis rivais. "Ramos já está há muito tempo metido nesse nível e se ganhar será um jogo muito difícil. Jarry vem jogando muito bem, com muita confiança e é o futuro do tênis".

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