Nova York (EUA) - Semifinalista do US Open, Anastasija Sevastova é mais um exemplo de jogadora que precisou reconstruir a carreira. A letã de 28 anos e número 18 do mundo chegou a parar de jogar em 2013, quando tinha apenas 23 anos, sofrendo com lesões e desiludida com o esporte e agora comemora seu melhor resultado em Grand Slam.
"Não é todo dia que você joga semifinais de um Grand Slam. Espero aproveitar essa experiência", disse Sevastova depois da vitória por 6/2 e 6/3 sobre Sloane Stephens nas quartas de final. Ela agora se prepara para enfrentar Serena Williams. "Vai ser um jogo difícil. Eles joga agressivamente e tem um ótimo saque. Eu preciso encontrar algumas soluções".
"Obviamente, quanto mais você ganha, suas metas ficam mais altas. Quando você vence um torneio, começa a achar que é normal. Você tem que apreciar mais. Você tem que perceber o que está fazendo. É um privilégio estar aqui", acrescenta a experiente letã, que havia parado nas quartas de final nas últimas duas edições do Grand Slam americano.
Em sua primeira fase na carreira, Sevastova debutou no top 100 ainda em 2009 e chegou ao top 50 ano seguinte, quando venceu seu primeiro WTA no saibro português de Oeiras. Ainda no início de 2011, pouco depois do Australian Open, alcançou o 36º lugar no ranking, mas logo depois começou a sofrer com problemas de saúde e com lesões. Entre 2011 e 2012, Sevastova se machucou no pé direito, tornozelo esquerdo e cotovelo direito.
O anúncio da aposentadoria viria em maio de 2013, ano em que disputou apenas sete torneios. A letã convivia com várias lesões, muitas delas musculares e relacionadas às costas, e se dedicou aos estudos na área de gestão de atividades de lazer. Com o corpo plenamente recuperado, Sevastova decidiu tentar de novo e recomeçou a carreira em 2015, com ranking zerado, disputando torneios de nível ITF e terminou o ano já no 110º lugar.
A volta ao top 50 só aconteceria em 2016, ano de sua primeira temporada completa na elite do circuito desde 2012. Com duas finais de WTA em Mallorca e Bucareste e uma campanha até as quartas de final do US Open, Sevastova saltou para o 34º lugar do ranking. No ano seguinte, viveu a melhor temporada da carreira ao repetir as quartas em Nova York, vencer um WTA na grama espanhola e acumular 37 vitórias para terminar o ano entre as vinte melhores do mundo.
Algoz da atual campeã em Nova York, Sevastova falou sobre a tática utilizada para vencer Stephens nesta terça-feira. "É sempre difícil jogar contra ela, porque a bola dela é muito pesada. Ela tem muito spin no forehand e também backhand. Também tem um bom saque e se move bem. É difícil fazer pontos contra ela, mas eu tive que ser agressiva. Eu tive que tentar chegar na rede, jogar algumas dropshots, movê-la, não deixá-la jogar o jogo com o forehand e fazer os winners".
A letã reconhece que chegou a pensar na derrota sofrida para a norte-americana na mesma fase do torneio do ano passado. "Mesmo que eu perdesse o jogo, eu estaria orgulhosa de mim mesma. Chegar três vezes às quartas de um Grand Slam não é acontece sempre", afirmou a experiente jogadora. "Eu estava pensando naquele jogo durante o 4/1 do segundo set. Eu pensava que ainda estava orgulhosa daquele jogo, porque tinha feito uma grande partida. Aquela foi uma dura derrota, mas mesmo nas derrotas você aprende alguma coisa e estaria tudo bem se precisássemos jogar o terceiro set".