Cracóvia (Polônia) - Depois de anunciar o fim de sua carreira como jogadora profissional, Agnieszka Radwanska garante que a decisão de não continuar jogando foi acertada. A polonesa de 29 anos e ex-número 2 do mundo cita as lesões que teve e a dificuldade para se manter competitiva estando fora de suas melhores condições físicas.
"Eu estive pensando sobre isso por um longo tempo. Acredite em mim, não foi uma decisão precipitada", disse Radwanska ao portal polonês Przeglad Sportowy. "Eu estive lutando com os meus pensamentos nessas últimas semanas, consultei vários médicos e fisioterapeutas e juntos analisaram a minha condição física. Depois de falar juntamente com o resto da minha equipe técnica, chegamos à conclusão de que não havia sentido em operar e tentar obter bons resultados em alguns meses".
Radwanska sofreu com uma lesão no pé direito no ano passado e teve um problema nas costas este ano. Em uma temporada com 14 vitórias e 14 derrotas, a polonesa caiu do 28º lugar que ocupava em janeiro para a 74ª posição. As marcas são bastante distantes da que estava acostumada em seus melhores anos, já que ela terminou oito temporadas diferentes no top 10 e chegou a ser número 2 do mundo em dois momentos da carreira, em 2012 e 2016.
"É tolice voltar se você não é fisicamente capaz de vencer. Eu sofri muitos problemas com meu pé, uma fraqueza geral do meu corpo e muitos outros problemas que me impediram de jogar tênis. Até recentemente, eu acordei no meio da noite com câibras. Em novembro eu viajei para as montanhas e a dor voltou instantaneamente. Eu não recomendo a ninguém", avalia a agora ex-jogadora profissional.
Com 1,73m de altura e sem tanta potência no saque ou nos golpes, Radwanska se destacava por sua agilidade em quadra e inteligência tática e conseguia aliar muita mobilidade do fundo de quadra com uma enorme capacidade de improviso. Ela acredita que estava cada vez mais difícil competir com adversárias mais jovens, mais altas, mais fortes e mais agressivas.
"A WTA mudou dramaticamente. A intensidade em todos os aspectos do jogo é incomparável ao que eu lembro de dez ou doze anos atrás. O circuito se moveu em uma direção em que, mesmo nos torneios menores, você tem que estar em 100% fisicamente. Acabaram as partidas fáceis nas primeiras rodadas e qualquer jogadora pode ganhar qualquer torneio".
A polonesa também agradeceu às manifestações de carinho e apoio que recebeu de grandes nomes do esporte. "Depois de anunciar minha aposentadoria muitas pessoas relacionadas ao tênis como Serena e Murray me mandaram mensagens. Eu nunca fui a número 1 do mundo e eu não ganhei Wimbledon, mas eu tinha que fazer algo de bom para tantos nomes famosos lembrarem de mim com carinho", comenta Radwanska, que ainda falou sobre um possível retorno no futuro. "A vida me ensinou a nunca dizer nunca, mas para mim este é o fim".