Um dia depois da histórica classificação para a final da Copa América de futebol, o esporte peruano comemora os 60 anos de sua maior conquista nas quadras de tênis na história. No dia 4 de julho de 1959, Alex Olmedo derrotou nada menos do que o australiano Rod Laver, por 6/4, 6/3 e 6/4, para conquistar Wimbledon.
Nascido em Arequipa, Alex se mudou para a Califórnia assim que sentiu ter chances de crescer no tênis, um esporte muito pouco praticado em seu país. Conseguiu vaga para treinar no Los Angeles Tennis Club, ganhou duas vezes o circuito universitário e chegou a ser convocado para o time norte-americano da Copa Davis, já que o regulamento da época permitia que jogadores residentes, ainda que não naturalizados, pudessem competir por outro país.
Boatos da época diziam que Olmedo não quis tentar o 'green card' para fugir do alistamento militar. E foi assim, como peruano, que ele ganhou o Nacional Australiano de 1959 em cima do local Neale Fraser, antes da consagração de Wimbledon. Pouco depois, foi ainda à final do Nacional dos EUA, onde Fraser se vingou. Olmedo imediatamente assinou contratos profissionais em 1960 e não pôde mais disputar os Grand Slam até o início da Era Aberta, mas aí já sem o mesmo sucesso.
Fato histórico, Olmedo foi campeão de Wimbledon na mesma edição em que Maria Esther Bueno faturou seu primeiro título, um dia antes, marcando a primeira e única vez em que sul-americanos levantaram troféus de simples de um mesmo Slam. Para festejar o fato tão pitoresco, o Baile dos Campeões foi embalado por um 'tchá-tchá-tchá', dança latino-americana originada em Cuba.