Paris (França) - Depois de conquistar o primeiro título de Grand Slam de sua carreira em Roland Garros, Iga Swiatek acredita que irá conseguir lidar bem com a maior exposição que ela certamente terá nos próximos meses. A jovem polonesa de 19 anos diz que não considera um problema e aposta que poderá continuar lutando por títulos importantes.
"É difícil comentar sobre isso agora, porque eu preciso voltar para casa primeiro e ver o que está acontecendo na Polônia. Sei que vai ser uma loucura, mas acho que vou acostumar com isso e que não vai ser um problema para mim. Eu não tive problemas com receber mais atenção ou com as pessoas ao meu redor. Acho que vai ficar bem para mim", disse Swiatek, depois de vencer a final de Roland Garros contra a número 6 do mundo Sofia Kenin por 6/4 e 6/1.
"Eu realmente agradeço por todo o apoio que recebi durante essas duas semanas. Mesmo que eu não estivesse com o celular na mão e não respondesse a cada pessoa, eu sei que o todo país estava comigo e todos eles acreditaram em mim. Estou muito feliz e orgulhosa de mim mesma. Fiz um ótimo trabalho nas últimas duas semanas. Eu não esperava ganhar esse troféu. É obviamente incrível para mim", acrescenta a polonesa, que não perdeu sets no torneio e cedeu apenas 28 games. Foi a campanha mais dominante desde o título de Steffi Graf em 1988.
'Radwanska ainda é maior que eu', diz a polonesa
"I still feel like Radwanska achieved a lot. I know there's going to be a lot of people who compare us. To name me the best player in Poland, I still I think that's kinda her place."@iga_swiatek thanking those who came before her, especially you @ARadwanska 🇵🇱#RolandGarros pic.twitter.com/oC02Dq090o
— Roland-Garros (@rolandgarros) October 10, 2020
Primeira polonesa a conquistar um título de Grand Slam em simples, Swiatek vai dar um salto no ranking. Ela começou o torneio na 53ª posição e irá terminar no 17º lugar. Ainda assim, ela reitera que a maior tenista de seu país continua sendo a ex-número 2 do mundo Agnieszka Radwanska, que ganhou 20 títulos no circuito e foi finalista de Wimbledon em 2012.
"Sinto que fiz história, mas ainda acho que a Radwanska foi maior, porque ela jogou em alto nível na WTA por, sei lá, 12 anos. Não sei o tempo exato. Sei que existirão muitas comparações, mas acho que tenho que ser muito consistente nos próximos dois anos para que todos me chamem como a melhor jogador da Polónia porque ainda tenho muito a conquistar. Acho que esse é lugar ainda dela".
Lado mental do jogo fez a diferença
Swiatek acredita que não jogou tão bem neste sábado, mas que se sobressaiu no aspecto mental do jogo. Mais uma vez, ela deu crédito ao trabalho da psicóloga esportiva Daria Abramowicz, que acompanha sua equipe desde março do ano passado.
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"Todo mundo fica estressado quando está jogando uma final de Grand Slam. Então eu sabia que Sofia também poderia ficar nervosa, porque ela não é uma máquina. Eu estava ciente de que poderíamos sofrer um pouco e que e provavelmente não jogaríamos nosso melhor tênis, porque é difícil jogar com tanta pressão. Mas eu simplesmente fiz tudo o que já havia feito nas rodadas anteriores e me concentrei na técnica e na tática".
"A Daria apenas me disse para manter basicamente as mesmas rotinas, porque fiz um ótimo trabalho nas últimas duas semanas. Não importava tanto o resultado, mas sim jogar bem", explicou a polonesa. "Tentei não criar expectativas e jogar uma bola após a outra. Eu realmente não me importava se iria ganhar ou perder, como eu disse na semifinal. Então, acho que o principal foi não ter tanta expectativa".