Paris (França) - Mais um nome de peso do tênis se pronunciou sobre o caso da japonesa Naomi Osaka, que começou Roland Garros se recusando a dar entrevistas coletivas e acabou tendo que abandonar o torneio depois de ter se tornado o foco das discussões em Paris. Agora foi a vez do alemão Boris Becker comentar o assunto e dar o seu ponto de vista.
“Li suas declarações há alguns dias sobre por que decidiu não falar com a mídia. Fiquei muito surpreso e acho que deveria ter sido levado a sério essa questão. Ela ainda é muito jovem. Não aguentou as pressões de enfrentar jornalistas depois de perder um jogo. Isso acontece com muita frequência nos jogadores, mas é preciso aprender a lidar com essa pressão”, disse ele ao Eurosport.
O ex-número 1 do mundo contou que não gostava de falar com a imprensa, mas entendia a importância disso. “Sempre acreditei que a mídia também fazia parte do trabalho. Sem jornalista não há prêmio em dinheiro, não há contratos e, portanto, você não ganha o que realmente quer. Na minha época eu também não gostava de conversar com jornalistas, mas tinha que”, falou Becker.
Além de comentar sobre o ocorrido em Roland Garros, o alemão olhou um pouco além e destacou que esse problema de Osaka com a mídia pode custar a carreira vitoriosa que a japonesa teve neste seu ótimo começo no circuito.
“Ela desistiu do torneio porque não consegue lidar com isso, que levanta questões muito mais importantes para mim. Se não consegue lidar com a mídia em Paris, não vai ser capaz de fazer o mesmo em Wimbledon ou no US Open. Sinto que sua carreira possa estar em perigo devido aos contínuos problemas de saúde mental”, finalizou.