Londres (Inglaterra) - A sexta conquista de Novak Djokovic em Wimbledon e o 20º título de Grand Slam da carreira do sérvio reacende as discussões sobre quem é o melhor jogador de todos os tempos, ainda mais agora que ele tem o mesmo número de conquistas que seus principais adversários, Roger Federer e Rafael Nadal, além de ter vantagem contra seus concorrentes em estatísticas importantes como o confronto direto e o número de semanas como número 1 do mundo. Cada vez mais movido por recordes e feitos históricos, Djokovic se considera à frente, mas educadamente dá a liberdade para que as pessoas discutam sobre o assunto e se sente honrado por ter seu nome nesta posição.
"Eu me considero o melhor e acredito que sou o melhor. Caso contrário, não estaria falando com confiança sobre ganhar títulos de Grand Slam e fazer história", disse Djokovic, antes de acrescentar. "Se eu sou mesmo o maior de todos os tempos ou não, deixo esse debate para outras pessoas. Já disse algumas vezes que é muito difícil comparar eras diferentes do tênis, porque temos diferentes raquetes, bolas e tecnologias, mas eu me sinto extremamente honrado por definitivamente fazer parte dessa conversa", complementou o sérvio, que venceu o italiano Matteo Berrettini na final deste domingo por 6/7 (4-7), 6/4, 6/4 e 6/3 em 3h34 de partida.
Importância de Federer e Nadal na carreira
O sérvio também fez questão de enaltecer a importância que Federer e Nadal tiveram para que ele se tornasse um jogador melhor. Ele se lembra das derrotas sofridas no início da carreira, antes de estabelecer um domínio na última década, ao vencer 19 títulos de Slam a partir de 2011. "Tenho que prestar uma grande homenagem ao Rafa e ao Roger como lendas do nosso esporte. Eles são os dois jogadores mais importantes da minha carreira, e é por causa deles que sou o jogador que sou hoje".
"Eles me fizeram perceber o que eu precisava melhorar, mentalmente, fisicamente e taticamente. Quando cheguei ao Top 10, perdi a maioria das partidas contra eles durante três ou quatro anos. Algo mudou entre o final de 2010 e no início de 2011. Os últimos 10 anos foram uma jornada incrível e não vão parando aqui. E nenhum de nós vai parar de jogar", comenta Djokovic, que tem 30 a 28 no histórico de confrontos com Nadal, e 27 a 23 contra Federer.
O domínio do circuito ao longo dos últimos anos foi construído depois de muito trabalho para se tornar um tenista cada vez mais completo. "Sou um jogador melhor em todas as áreas. A jornada pela qual passei tem sido muito gratificante para todos os segmentos do meu jogo e também para minha força mental. Tenho experiência e compreensão de como lidar com a pressão nos momentos decisivos, como ser um jogador 'clutch' quando mais importa".
Mais uma vez, a experiência faz a diferença
Ao disputar sua 30ª final de Grand Slam na carreira, Djokovic voltou a destacar o quanto sua experiência em grandes jogos faz a diferença. "Quanto mais você joga as grandes partidas, mais experiência você tem. E quanto mais experiência você tem, mais acredita em si mesmo. Quanto mais você ganha, mais confiante você fica. Está tudo conectado", afirmou. "Nos últimos anos, a idade é apenas um número para mim. Não me sinto velho ou algo assim. Obviamente as coisas são um pouco diferentes, e você tem que se adaptar às diferentes fases de sua carreira. Mas sinto que sou provavelmente mais completo hoje do que já fui em toda a minha carreira".
Outro fator determinante para que Djokovic tenha vencido tantos torneios importantes nos últimos anos é a preparação focada para estar no mais alto nível durante os Grand Slam. "Sempre acreditei que poderia jogar meu melhor tênis nos Grand Slam, e que isso e me daria uma boa chance de vencer qualquer Slam em qualquer superfície, porque sei do que sou capaz. Eu sei que tenho um jogo muito completo que provou ser bem sucedido em todos os pisos. Mas apenas nos últimos dois anos e meio, ou três anos, comecei a perceber que eu poderia chegar aos recordes de Grand Slam e de semanas como número 1 do mundo. É realmente incrível que tudo esteja acontecendo no mesmo ano. Isso é algo que eu não esperava".