Metz (França) - Em sua tentativa de seguir competitivo no circuito profissional, Andy Murray tem promovido algumas mudanças em seu estilo de jogo. Uma das adaptações que o britânico precisou fazer, especialmente depois de suas duas cirurgias no quadril, foi no saque. Murray diz que as alterações mais recentes foram feitas logo depois de Wimbledon e que os resultados já começam a aparecer.
"O saque foi o golpe mais afetado pelo problema no quadril. Eu meio que perdi minha técnica de saque. Então tive que mudar por necessidade e perdi muita potência. Eu realmente não conseguia recuperar isso. Houve momentos nos últimos dois anos em que saquei bem, mas tive que olhar para isso depois de Wimbledon e fazer alguns ajustes. Nas partidas nos Estados Unidos, fui ganhando muito mais pontos com o saque e isso muda a maneira como você joga", disse Murray, que disputa nesta semana o ATP 250 de Metz, em quadras duras e cobertas na França.
"O saque tem sido muito positivo desde Wimbledon. As mudanças que fiz lá realmente me ajudaram a ganhar mais pontos e isso me tirou de algumas situações complicadas. No US Open, senti que fiz uma boa partida contra o Tsitsipas e perdi. Essas são as partidas que são realmente importantes para construir confiança", avalia o britânico, que já passou por Ugo Humbert, 26º do ranking, e Vasek Pospisil, 66º colocado, no caminho para as quartas em Metz. "Vencer uma partida contra um jogador do top 30, mesmo sem jogar o seu melhor tênis, é um fato positivo".
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A respeito da vitória por duplo 6/3 sobre Pospisil nesta quarta-feira, Murray destacou também a pressão exercida no saque do canadense. O britânico criou seis chances de quebra e aproveitou quatro, duas em cada set. Ele também teve ótimo desempenho nos games de saque, ao disparar seis aces na partida e só enfrentar um break-point. Quando colocou o primeiro serviço em quadra, cedeu apenas quatro pontos.
"Eu estava tentando fazê-lo trabalhar muito em seus próprios games de serviço", avaliou o ex-número 1 do mundo. "Ele tem um excelente saque e gosta de ditar os pontos logo na primeira bola depois do saque. Então eu estava tentando me concentrar em conseguir muitas devoluções em quadra. Então, quando tive a oportunidade de atacar o segundo saque dele, tentei colocar um pouco de pressão. Acho que fiz isso bem", comenta o britânico, que espera pelo vencedor entre o polonês Hubert Hurkacz e o francês Lucas Pouille,
Perder jogando bem não interessa mais para o britânico
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Aos 34 anos, Murray aparece atualmente no 113º lugar do ranking e estabeleceu como uma das metas chegar a 700 vitórias em nível ATP na carreira. Com as duas já obtidas em Metz, ele tem 684 no total. "Ganhar é tudo o que importa para mim. Se você puder jogar bem, é ainda melhor. Mas mesmo se não puder, vencer ainda é uma ótima sensação. É por isso que ainda estou jogando. Tenho pequenos objetivos, como o de chegar a 700 vitórias na carreira. Não estou particularmente interessado em perder jogando bem".
"Não acho que tenha jogado muito bem recentemente, mas meu corpo tem estado bem e, mesmo não jogando o meu melhor, criei oportunidades de ganhar sets contra vários jogadores importantes. Não há dúvida de que posso jogar melhor", ponderou o britânico. "O que tem sido frustrante para mim em algumas partidas é que tive oportunidades. Contra o [Andrey] Rublev em Roterdã, eu tive 4/4 e 15-30 no primeiro set. Depois contra o [Hubert] Hurkacz em Cincinnati eu tive set points com em 5/4 e 15-40. Mesma coisa contra o [Frances] Tiafoe em Winston-Salem. Tive incontáveis oportunidades contra [Stefanos] Tsitsipas no US Open também. Se eu aproveitasse as chances, essas partidas seriam muito diferentes".
"Estou começando a ganhar um pouco de confiança a cada partida e começando a jogar os pontos como eu gostaria, o que é ótimo. Houve momentos no ano passado em que ficava um pouco confuso e não via como os pontos se desenvolviam. E isso sempre foi uma parte importante do meu jogo. Estou começando a recuperar isso, os resultados estão aparecendo e meu tênis está cada vez melhor".