Londres (Inglaterra) - O sumiço da chinesa Shuai Peng, que está desaparecida desde acusou o ex-vice-premiê do país Zhang Gaoli de assédio sexual, vai ganhando cada vez mais espaço e chegou até a Anistia Internacional, organização não-governamental que defende os direitos humanos com mais de 7 milhões de membros e apoiantes em todo o mundo.
Através de um comunicado divulgado nesta quinta-feira, a Anistia Internacional cobrou do governo chinês não apenas uma prova de vida da tenista, mas também a investigação a respeito das acusações de abuso sexual.
“O governo chinês silenciou sistematicamente o movimento #MeToo do país. Dado que também tem uma abordagem de tolerância zero às críticas, é profundamente preocupante que Shuai Peng pareça estar desaparecida após acusar um ex-funcionário do governo de alto escalão de agressão sexual”, disse a pesquisadora chinesa da Anistia Internacional Doriane Lau.
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“A suposta declaração recente de Peng de que 'está tudo bem' não deve ser tomada ao pé da letra, uma vez que a mídia estatal da China tem um histórico de forçar declarações de indivíduos sob coação ou simplesmente fabricá-las. Essas preocupações não irão embora, a menos que a segurança e o paradeiro de Peng sejam confirmados”, acrescentou Lau.
A pesquisadora chinesa da Anistia Internacional reforçou também a importância de o governo chinês investigar a acusação de assédio. “O que está claro é que suas alegações de violência sexual por um político graduado devem ser devidamente investigadas pelas autoridades chinesas. O caso de Shuai Peng destaca o tratamento enfrentado por mulheres sobreviventes de abuso sexual na China, cujas alegações são rotineiramente ignoradas”, finalizou.