Melbourne (Austrália) - Brasileiro com maior número de participações em Grand Slam, Marcelo Melo iniciou sua 58ª disputa em um dos quatro principais torneios do circuito com uma boa vitória ao lado do croata Ivan Dodig no Australian Open. Eles venceram o francês Adrian Mannarino e o monegasco Hugo Nys por 4/6, 6/3 e 7/5. Eles enfrentam na segunda rodada os italianos Simone Bolelli e Fabio Fognini, campeões do torneio em 2015. Após o triunfo em três sets, o mineiro concedeu uma entrevista exclusiva ao site TenisBrasil.
"Foi um jogo bom do começo ao fim. Sabíamos que o Mannarino vinha motivado após sua vitória nas simples [diante do cabeça 10 Hubert Hurkacz]. Também tinha o Dodig, que defende pontos do ano passado, então sempre tem aquele nervosismo de começo. Precisávamos controlar as emoções e nos manter focados no jogo para aproveitar as chances que aparecerem. Acredito que foi uma ótima primeira rodada", disse Marcelo Melo, que luta por um título inédito na Austrália.
"O Mannarino estava com muita confiança. E no começo da partida ele fez a diferença, jogando sólido. Mas acho que o mais importante foi termos ficado no jogo. Conseguimos uma quebra logo no início do segundo set, o que foi importante. Depois, no terceiro também, apesar de acabar perdendo um saque, mantivemos a calma e fechamos o jogo muito bem", acrescentou o experiente duplista. "O primeiro jogo, normalmente, é mais nervoso e conseguimos contornar. Isso dá muita confiança para a próxima fase".
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Melo acredita que a partida da segunda rodada, diante de Bolelli e Fognini, terá um jogo de fundo de quadra mais sólido, e com menos subidas a rede, por parte dos adversários. "É mais uma partida duríssima, com uma intensidade de alto nível, onde não temos chances para erros, e sim aproveitar todas as oportunidades que tivermos. Acredito que a vitória no primeiro jogo nos dá confiança e estamos preparados pelo que vem pela frente", comentou.
Bolelli e Fognini foram vice-campeões do ATP 250 de Sydney na semana pasada e estrearam no Australian Open vencendo uma dupla brasileira, formada por Rafael Matos e Felipe Meligeni. "Eles são uma dupla extremamente experiente. E o Fognini não precisamos nem comentar a excelência de jogador que ele é".
Na lista de 58 participações em Grand Slam, Melo disputa seu 14º Australia Open. Para completar o quarteto, foram 15 aparições em Roland Garros, com destaque para o título de 2015 com Dodig, 14 Wimbledon, onde foi campeão em 2017 ao lado do polones Lukasz Kubot, e mais 15 participações no US Open. "São números que até eu mesmo não sei, e a assessoria acaba me passando, mas fico feliz por estar no circuito há tanto tempo, de bater esse recorde, ainda mais em carreira dentro do tênis, quando você nunca sabe se vai jogar um ATP", explica o ex-número 1 do mundo e atual 24º no ranking dos especialistas em duplas.
Mineiro diz que não para de jogar antes dos 40
Com 38 anos de idade, se engana quem pensa que Melo já planeja pendurar a raquete. Cuidando bastante do seu corpo e ainda acreditando que possa jogar em alto nível, o mineiro garante que não para antes dos 40. "Eu me vejo jogando em alto nível pelo menos por mais dois anos. Preciso manter o meu treinamento físico, escolhendo o calendário com cuidado, mas acredito que enquanto estiver jogando bem, quero seguir prorrogando a minha carreira", encerrou.
Cabeças de chave número 9 na Austrália, Melo e Dodig retomaram a parceria em outubro do ano passado. O brasileiro tem como melhor resultado em Melbourne, uma semifinal em 2015, ao lado do próprio croata, que por sua vez foi campeão no ano passado com o eslovaco Filip Polasek. A parceria vem fazendo uma boa gira australiana com um vice-campeonato e uma semifinal nos dois ATPs 250 de Adelaide, que serviram como preparatório para o primeiro Grand Slam do ano.