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Barty e Collins: Final histórica e duelo de estilos
28/01/2022 às 09h58

Barty é a primeira australiana na final em 42 anos e tenta ser a primeira campeã em casa desde 1978

Foto: Arquivo
Mário Sérgio Cruz

Melbourne (Austrália) - A final feminina do Australian Open será histórica neste sábado. Pela primeira vez em 42 anos, uma jogadora da casa disputará o título da competição. Líder do ranking mundial, Ashleigh Barty entra em quadra a partir das 5h30 (de Brasília) para enfrentar a norte-americana Danielle Collins e tenta encerrar um longo jejum de conquistas para as tenistas da casa.

O histórico de confrontos entre Barty e Collins é liderado pela australiana, que tem três vitórias e uma derrota contra a rival, número 30 do mundo e que será top 10 após o torneio. A norte-americana venceu o duelo mais recente, no ano passado em Adelaide. Um ano antes, também em Adelaide, Barty conseguiu vencer no tiebreak do terceiro set. Em 2019, elas protagonizaram dois encontros em quadras de saibro, com vitórias australianas.

Número 1, Barty busca o terceiro Slam e fim do jejum australiano
Barty é a primeira australiana a chegar à final desde Wendy Turnbull, que foi superada pela tcheca Hana Mandlikova na decisão do torneio de 1980. Já o título mais recente de uma jogadora da casa foi de Chris O'Neil em 1978. Na Era Aberta do tênis, outras três australianas já foram campeãs do torneio, com quatro títulos de Margaret Court, três de Evonne Goolagong e mais um de Kerry Melville Reid.

Aos 25 anos, Barty tenta conquistar seu terceiro título de Grand Slam da carreira. O primeiro foi no saibro de Roland Garros em 2019. Já no ano passado, triunfou na grama de Wimbledon. Até então, seu melhor resultado em Melbourne era a semifinal em 2020. Ela também já assegurou a permanência na liderança do ranking mundial, posição que já ocupa há 112 semanas, sendo 104 seguidas.

Collins vive o melhor momento da carreira após cirurgia
Adversária da número 1 do mundo, Danielle Collins está com 28 anos e vive um momento de recomeço em sua carreira profissional. No ano passado, precisou fazer uma breve pausa na carreira, depois de ser diagnosticada com endometriose e passar por cirurgia em abril. Desde que voltou às quadras, conquistou seus dois primeiros títulos de WTA em Palermo e San Jose e chega pela primeira vez a uma final de Grand Slam.

Vinda do circuito universitário norte-americano, tendo atuado pelas universidades da Flórida e da Virginia entre 2012 e 2016, Collins só conseguiu efetivamente manter um calendário de competições profissionais a partir de 2017. Já na temporada seguinte, em 2018, chegou ao top 50 e terminou aquele ano como 35ª do mundo. No início de 2019, chegou à sua primeira semifinal de Grand Slam na Austrália e ocupou o 23º lugar do ranking, marca que era a melhor de sua carreira até a excelente campanha até a final em 2022.

Confronto de estilos diferentes na final
Em seis jogos neste Australian Open, Barty ainda não perdeu set e sofreu apenas uma quebra de serviço contra Amanda Anisimova nas oitavas de final. A australiana é reconhecida por exibir um tênis completo e uma técnica apurada. Desde muito jovem, sempre chamou atenção pela facilidade que tem para executar slices e variar alturas e pesos de bola. Seu saque está cada vez mais preciso e menos vulnerável, ora forçando, ora apostando em alternativas sem peso e com quique mais alto. Nas devoluções, consegue às vezes bloquear o serviço das rivais com slice e se posicionar para começar a mandar nos pontos com o forehand. E este é também um golpe em constante evolução de seu jogo.

Por sua vez, Collins é uma jogadora que aposta em pontos mais curtos, bate muito forte na bola dos dois lados, e na semifinal contra Iga Swiatek conseguiu atacar a jovem polonesa de 20 anos desde as devoluções, colocando o serviço da adversária sob constante pressão. Assim, conquistou cinco quebras diante da número 9 do ranking e campeã de Roland Garros em 2020. Também na semifinal, especialmente durante o segundo set, mostrou um desempenho bastante superior no saque.

Quanto vale?
O título do Australian Open vale 2 mil pontos no ranking e uma premiação de 2,875 milhões de dólares australianos. A vice-campeã recebe 1.300 pontos na WTA e um prêmio de 1,575 milhão. Barty tem acumulado na carreira um prêmio superior a US$ 21,6 milhões, enquanto Collins já recebeu US$ 3,75 milhões em premiações de torneios.

O que elas disseram?

Barty destacou o jogo agressivo de Collins: "Ela é uma jogadora excepcional, e é alguém que fica na linha de base e pode fazer winners de qualquer posição da quadra. Acho que o desafio vai ser tentar desequilibrá-la. Acho que a maneira como ela é capaz de controlar o fundo de quadra e fazer o jogo dela a torna uma das competidoras mais ferozes do circuito. Vai ser um desafio para mim tentar neutralizar o melhor que puder, mas certamente é bom vê-la de volta aqui no circuito".

Collins relembra o histórico de jogos duros contra a australiana: "Acho que todas as vezes que jogamos foram partidas muito divertidas. Mesmo quando perdi foram alguns dos meus momentos mais memoráveis ​​em quadra. Algo que eu realmente admiro no jogo da Ash é sua variedade. Ela tem um estilo de jogo diferente de praticamente todas as jogadoras do circuito. Não são muitas as que usam o slice de backhand do jeito que ela faz ou que têm o saque que ela tem. Eu vou ter que analisar algumas das partidas que jogamos no passado e e pensar sobre o que funcionou bem e nas coisas que não funcionaram bem e apenas tentar para chegar ao melhor plano de jogo possível".

Veja o retrospecto completo entre Barty e Collins

2021
Adelaide - Sintético - oitavas - Collins, 6/3 6/4

2020
Adelaide - Sintético - semi - Barty, 3/6 6/1 7/6(5)

2019
Roland Garros - Saibro - segunda rodada - Barty, 7/5 6/1

2019
Madri - Saibro - Segunda rodada - Barty, 6/1 1/6 6/1

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