Buenos Aires (Argentina) - A recente conquista de Rafael Nadal no Australian Open afastou os rumores sobre uma possível aposentadoria do espanhol. É o que pensa Toni Nadal, tio e ex-treinador do tenista, e que atualmente trabalha na academia de Nadal e também treina o canadense Felix Auger-Aliassime. Toni falou sobre a carreira de Rafa, hoje com 35 anos e número 5 do mundo, em entrevista ao programa Mañana Sylvestre, da Radio 10 da Argentina.

"Acho que ele não vai parar agora, ainda mais depois de vencer o Australian Open. Ouvi mil vezes que a carreira de Rafael seria curta e esperava que as pessoas estivessem erradas. E elas estavam erradas. É claro que a sequência da carreira dele vai depender das lesões, mas se ele continuar em bom nível e com entusiasmo, entendo que ele pode continuar", disse Toni Nadal.

"Rafa se acostumou com o fato de que cada jogo era o mais importante desde criança, que cada treino era muito importante, cada bola. A atitude está melhorando dia a dia", explicou o treinador. Ele também foi perguntado sobre a frequente discussão sobre quem é o melhor de todos os tempos, no momento em que o espanhol lidera a contagem de títulos de Grand Slam com 21 conquistas, contra 20 dos rivais Roger Federer e Novak Djokovic.

"Tento não ser fanático por nada, nem do meu sobrinho nem de nada. Quem é o melhor? É difícil determinar. É aquele que consegue jogar no mais alto nível pontualmente ou aquele que ganha mais títulos? Se meu sobrinho não tivesse se machucado tanto, e não é amor de tio, ele teria sido o melhor. Há muito pouca diferença entre Nadal, Djokovic e Federer. Mas acho que Roger é aquele que fez coisas mais elevadas".

Ele também destaca que Nadal deixou de disputar muitos torneios do Grand Slam por conta de lesões, tendo a carreira mais prejudicada que a de Djokovic, por exemplo, que é só um ano mais novo. "Djokovic não é o melhor hoje porque meu sobrinho tem 21 títulos e tem uma 'média' de participações em Grand Slam superior aos outros. Não é a mesma coisa jogar todos os torneios e jogar a metade. E não podemos nos esquecer de Rod Laver, que conseguiu fechar o Grand Slam duas vezes na carreira. Para saber quem é o melhor, é preciso analisar cuidadosamente a história".