Nova York (EUA) - Um dia depois de anunciar o fim de sua carreira profissional, Bruno Soares comentou sobre o que motivou sua decisão. Soares é um dos maiores nomes da história recente do tênis brasileiro, com três títulos de Grand Slam nas duplas masculinas e mais três nas duplas mistas.
"Essa ideia de aposentadoria começou a ficar cada vez mais clara recentemente. Foi mais ou menos em março deste ano que tomei a decisão de me aposentar nesta temporada. Não quis fazer planos, decidir um último torneio ou algo grande. Aí, quando chegou perto do US Open, eu resolvi que me aposentaria caso não fizesse um grande resultado", disse Bruno Soares, que disputou o último torneio da carreira no US Open, caindo na segunda rodada ao lado de Jamie Murray.
"O US Open é um lugar muito especial para mim. É o meu torneio favorito e tive os meus melhores resultados. É a cidade que eu mais amo no mundo, com uma energia incrível, com muitos brasileiros torcendo e a minha família toda estava presente. Achei que tinha tudo a ver encerrar por aqui. Por mais que fosse surpresa para a grande maioria, eu já sabia que seria o meu último torneio. Fico muito feliz que a minha última raquetada foi no US Open", continuou, explicando a escolha de torneio. Em Nova York, ele ganhou quatro de seus seis títulos de Grand Slam.
Parabéns @BrunoSoares82 🇧🇷
— ATP Tour (@atptour) September 4, 2022
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Bruno ainda não definiu quais serão os seus próximos passos. Fora das quadras, o mineiro de 40 anos é também administrador de empresas. "Não tenho um plano concreto no momento, mas vou seguir com a MadFish. É uma empresa que comecei em 2015 e que está crescendo bastante. A Fly está nela, com muitos projetos de tênis, e também outros negócios. Quero dar sequência nisso aí, mas também quero tomar o meu tempo. Quero sentar, ir com calma e refletir os meus próximos passos. O importante é não ter pressa".
Em sua carreira, Bruno foi campeão em 35 torneios e vice em outros 34. Com o melhor ranking de número 2 do mundo, os destaques ficam por conta dos três Grand Slams nas duplas masculinas - Australian Open (2016) e US Open (2016 e 2020) - e outros três nas duplas mistas - Australian Open (2016) e US Open (2012 e 2014) -, além de quatro Masters 1000 e duas vezes o título de melhor dupla da temporada (2016 e 2020). Ele também representou o Brasil pela Copa Davis em 20 oportunidades, além de ter disputado os Jogos Olímpicos nas edições de Londres, em 2012, e Rio de Janeiro, em 2016.
'Meu sonho de garoto era disputar um Slam', afirmou
"Realizei muito mais do que sonhei. O meu sonho de garoto era disputar um Grand Slam e, quem sabe, fazer uma coisa ou outra por aí. Fiz muito mais do que sonhei nos meus sonhos mais extremos, sou muito privilegiado. É muito fácil falar que os títulos de Grand Slam que vencei foram as minhas maiores conquistas, mas acho que a maior mesmo foi ter caído mil vezes e levantado mil vezes. Nunca ter desistido. Abaixei a cabeça em algumas vezes, mas não desisti em nenhum momento. Por causa disso, fui capaz de jogar até os 40 anos e de ter conquistado tudo o que conquistei. Tive vários momentos especiais na minha carreira, mas especial mesmo foi toda a jornada".
Bruno foi tenista profissional por 22 anos e não deixou de agradecer as pessoas que passaram por sua vida. "A coisa mais importante que o tênis me deu foram as pessoas que conheci ao longo desta jornada. Resultados, títulos... isso vai e vem. Mas as pessoas, amizades, alegrias e dores ficam pra sempre. Foi isso que o tênis me deu. Agradeço todo mundo que esteve ao meu lado, e sei que foram muitas. Seria impossível conquistas tudo o que conquistei sem vocês".