Melbourne (Austrália) - Dez vezes campeão do Australian Open e agora vencedor de 22 títulos de Grand Slam, Novak Djokovic não quer parar por aí. Aos 35 anos, ele igualou o recorde de títulos de Slam com o rival Rafael Nadal e segue motivado para aumentar seus números. Satisfeito com seu nível de tênis e estando bem fisicamente, o sérvio diz que conta com o apoio da família e de todo o seu entorno para continuar competindo em alto nível.
"Estou motivado para vencer o maior número possível de títulos de Grand Slam. Nesta fase da minha carreira, esses troféus são o maior fator motivacional de porque ainda continuo jogando. Nunca gostei muito de me comparar com os outros, mas claro que é um privilégio fazer parte da discussão como um dos maiores jogadores de todos os tempos. Se as pessoas me veem dessa forma, eu me sindo lisonjeado, porque sei que me esforço tanto para vencer esses campeonatos quanto qualquer outra pessoa", disse Djokovic após a vitória sobre Stefanos Tsitsipas por 6/3, 7/6 (7-4) e 7/6 (7-5) neste domingo.
"Ainda tenho muita motivação. Vamos ver até onde isso me leva. Não tenho intenção de parar por aqui. Eu me sinto ótimo com meu tênis. Sei que quando estou me sentindo bem fisicamente, mentalmente presente, tenho chance de vencer qualquer Slam contra qualquer um. Gosto das minhas chances daqui para frente. Saiba que muitos jogadores queriam este troféu e querem a posição de número 1 do mundo. Já estive tantas vezes nessas situações que isso sempre me ajuda a manter minha mente fresca e saber o que esperar", comenta o sérvio, que voltará ao topo do ranking depois de sete meses.
"Não sei quantos anos mais vou jogar ou quantos Grand Slam mais vou jogar", afirmou. "Depende de várias coisas. Não depende só do meu corpo. Um fato extremamente importante para é ter o apoio e o amor das pessoas próximas, e a capacidade de manter o equilíbrio com a vida particular, mas ao mesmo tempo ter a clareza aspirações para realmente me esforçar e perseguir esses troféus. Fisicamente consigo me manter em forma. Claro que aos 35 anos, eu não sou o mesmo que aos 25. Mas ainda sinto que há tempo pela frente. Vamos ver até onde eu vou".
Sérvio precisou tratar de lesão durante o torneio
Apesar de ter chegado ao Australian Open com dúvidas sobre suas condições físicas, por conta de uma lesão muscular na coxa esquerda sofrida há três semanas, na semifinal de Adelaide, Djokovic perdeu apenas um set no torneio. Isso aconteceu contra o francês Enzo Couacaud ainda na segunda rodada. Na primeira semana, ele também venceu Roberto Carballes e Grigor Dimitrov.
"Duas semanas atrás, eu não estava gostando muito das minhas chances neste torneio com a forma como me sentia com a minha perna. No início, foi uma questão de sobrevivência a cada partida, tentando levar para a próxima fase. O bom dos torneios do Grand Slam aqui é que você tem um dia de descanso entre as partidas, e isso me permitiu ter mais tempo do que o normal para me recuperar e fazer todos os tratamentos para me colocar em boas condições para jogar e eventualmente vencer", acrescentou o campeão.
Djokovic teve menos oscilações físicas a partir do jogo contra Alex de Minaur nas oitavas. Ele também passou por Andrey Rublev nas quartas e Tommy Paul na semifinal. "A partir das oitavas, sinto que a perna não estava mais me incomodando tanto e que meu movimento estava muito melhor. Pude jogar meu melhor tênis estando muito confortável na quadra e acertando a bola muito bem".
Vitória sobre Tsitsipas na final deste domingo
O duelo contra Tsitsipas neste domingo era também um confronto direto pela liderança do ranking. Mas o sérvio ampliou sua grande vantagem no retrospecto, agora com 11 vitórias e apenas duas derrotas diante do grego. " Eu sabia que contra Stefanos seria uma partida diferente das que eu tive durante todo o torneio. Eu o vi jogar e sabia do quão dominante ele estava sendo. Sabia que seria um grande desafio e que teria que me manter firme. Isso é o que eu fiz".
O primeiro set foi o mais dominante para o sérvio, que conseguiu uma quebra logo cedo. As outras duas parciais foram definidas em tiebreaks, sendo que o sérvio salvou um set-point no segundo. "Acho que comecei muito bem. O primeiro set foi muito curto, acho que teve uns 30 ou 35 minutos. Então, no segundo set, ele foi um jogador melhor e teve suas chances. Ele tinha um set-point, mas segurei meus nervos em ambos os tiebreaks".
Comemoração efusiva com a equipe
A comemoração efusiva no box com os familiares e a equipe também foi destaque na entrevista oficial. "Foi um misto de orgulho e satisfação enorme que sentia naquele momento. Quando entrei no meu box, desabei emocionalmente ali e chorei principalmente com minha mãe e meu irmão, quando dei um abraço neles, porque até aquele momento eu não estava me permitindo ser distraído as coisas de fora da quadra, que poderiam facilmente ter sido uma grande perturbação para o meu foco e para o meu jogo. Foi um grande alívio e liberação das emoções no final".