Indian Wells (EUA) - A temporada 2023 continua muito promissora para Aryna Sabalenka. Ela vai em busca do segundo importante título no WTA 1000 de Indian Wells, o que pode reduzir a distância para a ponta do ranking. Mas ao mesmo tempo revelou que o clima nos bastidores do circuito feminino é tenso por conta da guerra na Ucrânia.

"É incrível estar em outra final", afirmou a bielorussa, campeã do Australian Open e de Adelaide em janeiro. "E muito feliz por vencer Maria. Ela é uma grande competidora, os jogos são sempre duros contra ela. Me sinto muito bem em quadra agora, mas sei que isso não acontece o tempo todo. Então é preciso trabalhar firme todos os dias e, quando as coisas não estiverem favoráveis, ainda ser capaz de competir".

Sabalenka leva para domingo o excelente retrospecto de ter vencido todas as quatro finais de nível 1000 que já disputou, embora a mais recente tenha sido em Madri de 2021. Curiosamente, ela tinha perdido três semis consecutivas nesse nível antes de superar a grega.

Agora, está com 17 vitórias em 18 jogos na temporada, com total de apenas cinco sets perdidos. Entra para o reencontro com Elena Rybakina no domingo com cinco vitórias sobre adversárias top 10 em seus últimos seis duelos. Diante da cazaque, ela tem 4 a 0, sempre em três sets, incluindo a recente decisão do Australian Open.

Guerra na Ucrânia
Sabalenka também falou novamente sobre os reflexos da invasão russa na Ucrânia sobre o circuito feminino, que foi apoiada pelo governo de Belarus. Isso tem causado desconforto no vestiário e levou os jogadores russos e bielorrussos a ser impedidos de competir na Inglaterra no ano passado.

"Não se pode controlar emoções de outra pessoa e penso que a WTA está fazendo o melhor possível", afirmou, referindo-se à crise de pânico que Lesia Tsurenko revelou ter sofrido em Indian Wells pouco antes de enfrentar a própria Sabalenka. "É evidente que há muita tensão entre nós. Eu não fiz nada de mal aos ucranianos, alguns de nós está ajudando. A WTA tem dado suporte aos dois lados".

Sabalenka lembra que também passou por momentos muito difíceis em sua vida. "Sofri coisas muito duras, mas que infelizmente não posso dizer porque ninguém acreditaria". Ela também desculpou as declarações pesadas do preparador físico de Tsurenko, que afirmou que jogadoras como Sabalenka apoiam a guerra e estão felizes com o dinheiro que ganham.

"Ele também sofreu o inferno, mas creio que a retirada de Tsurenko deste torneio foi mais do que uma questão política ou um ataque de pânico. No ano passado, houve uma situação complicada com seu treinador num jogo contra mim. Nós jogadoras precisamos manter a calma no vestiário e entender que nada do que acontece é culpa nossa, estamos todos nos sentindo mal pelos ucranianos".