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Kalinina: 'Espero dar um pouco de alegria à Ucrânia'
19/05/2023 às 18h50

Kalinina venceu a russa Veronika Kudermetova na semifinal desta sexta-feira

Foto: Internazionali BNL d Italia

Roma (Itália) - Finalista do WTA 1000 de Roma, a ucraniana Anhelina Kalinina espera que sua boa campanha nas quadras de saibro da capital italiana seja um motivo de alegria para um país que tem sofrido com a guerra, desde o início da invasão russa em fevereiro do ano passado. E a vitória que garantiu a tenista na decisão veio sobre uma russa, a atual número 12 do mundo Veronika Kudermetova, em duelo equilibrado nesta sexta-feira.

"É muito importante vencer cada partida por causa do que a Ucrânia está passando. Espero dar uma pequena alegria e talvez algumas emoções positivas para o meu país", disse Kalinina após a vitória por 7/5, 5/7 e 6/2 sobre Kudermetova. "Todo o estádio estava me apoiando e eu nunca experimentei algo assim. É uma sensação incrível. Do fundo do meu coração, quero agradecer a todas as pessoas que estiveram aqui desde a primeira rodada. Eles me motivaram e me deram muito mais energia para lutar".

Não houve cumprimento entre a russa e a ucraniana junto à rede após a partida: "Nós não apertamos as mãos porque ela é da Rússia e este país está atacando a Ucrânia. Sim, isso é esporte, e eu entendo, mas também é uma decisão política. Não tem nada pessoal. Mas em geral, não é aceitável", acrescentou a tenista de 26 anos e 47ª do ranking. Ela está subindo provisoriamente para o 25º lugar e pode chegar ao top 20 em caso de título.

A semifinal teve alguns altos e baixos, e Kalinina chegou a liderar o segundo set por 5/3. Ela acabou perdendo 16 pontos seguidos e permitiu a reação da rival, mas nega que as tensões extra-quadra entre os dois países tenham motivado suas oscilações. "Isso só aconteceu porque ela é uma jogadora de ponta. Então foi por causa do nível de tênis. Talvez, eu também tenha perdido um pouco da concentração e ficado nervosa porque estava sacando para o jogo. Esta foi a minha primeira semifinal de WTA 1000. Eu estava tentando desligar um pouco as emoções, mas é muito difícil quando você está jogando partidas tão difíceis. Às vezes, você quer muito vencer e quer muito terminar a partida. Eu cometi esse erro".

Situação da família durante a guerra
A ucraniana também falou sobre o que sua família tem passado desde o início da guerra. "Minha família inteira agora está em Kiev. Meus pais são treinadores de tênis. Alguns dias atrás, eles estavam trabalhando e caiu uma bomba perto da academia deles. É assim que eles vivem. Os meus avós estavam em Nova Kakhovka, que é um território atualmente ocupado por soldados russos. Mas eles puderam sair de lá imediatamente quando foi atacado".

"Não tenho mais conexões com Nova Kakhovka porque todo mundo está em Kiev. Mas fico muito feliz que eles estejam bem, porque é impossível ficar lá. Eram muitos soldados perto da casa dos meus avós. Eles são pessoas muito velhas e tiveram que tomar uma decisão muito difícil de se mudar daquela cidade, onde eles viviam há mais de 60 anos. Quando começaram os bombardeios, eles acordaram e perceberam que tinham que se mudar".

Duelo com Rybakina na final de sábado às 14h
Kalinina tem apenas uma final de WTA na carreira e busca o primeiro título no circuito. Ela enfrenta neste sábado às 14h (de Brasília) a cazaque Elena Rybakina, atual campeã de Wimbledon e número 6 do mundo. A ucraniana venceu o único duelo anterior contra a rival, disputado em Charleston no ano passado. Rybakina tem quatro títulos na carreira e busca seu segundo WTA 1000. Este ano, a cazaque conquistou Indian Wells e foi vice em Miami.

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