Paris (França) - Eliminado de Roland Garros nesta sexta-feira, nas semifinais, o espanhol Carlos Alcaraz esclareceu o que realmente aconteceu com ele dentro de quadra, confirmando que as cãibras foram mesmo o problema físico que atrapalhou seu desempenho no começo do terceiro set e lhe custou qualquer chance de vencer o duelo com o sérvio Novak Djokovic., E ele não só teve cãibras na perna, mas em outras partes do corpo.

"Foi muito difícil para mim, honestamente. Eu me decepcionei , pois vim para esta partida com ótimas sensações, me sentindo ótimo fisicamente, mas tive cãibras no final do segundo set e no início do terceiro, o que foi realmente decepcionante. Mas vocês sabem, esse tipo de coisa acontece e eu tenho que lidar com isso”, afirmou o número 1 do mundo na abertura da entrevista coletiva depois do jogo.

Alcaraz explicou que a tensão foi o que ocasionou as cãibras. “É uma combinação de muitas coisas, mas o principal foi a tensão que tive nos dois primeiros sets. Comecei a partida muito nervoso. O primeiro set e o segundo foram muito, muito intensos e comecei a sentir cãibras no meu braço. No início da terceira parcial comecei a ter cãibras em todas as partes do corpo, não apenas nas pernas”, contou o espanhol.

“Nunca senti algo como hoje, uma tensão tão grande durante uma partida. Estava com cãibras em todas as partes, inclusive nas pernas. Foi muito difícil, para mim, conseguir se mover no terceiro set. No quarto, digamos que eu tive uma pequena chance, algo como 1%, mas foi muito duro”, acrescentou Alcaraz, que agora pode perder a liderança do ranking se Djokovic for campeão no domingo.

Comparação com o ocorrido no US Open de 2021

Esta não foi a primeira vez que espanhol encarou cãibras em uma partida de Grand Slam, passando por situação parecida no US Open de 2021. Porém, naquela ocasião o problema foi menor e ele conseguiu superar a dificuldade para bater o grego Stefanos Tsitsipas na terceira rodada em batalha de cinco sets.

“Contra Stefanos Tsitsipas em 2021 no US Open, tive cãibras, mas não dessa magnitude. Aprendi com aquela partida, com aquela experiência, e farei o mesmo nesta partida. Você tem que aprender com esse tipo de experiência. Eu diria que tirei lições daquela partida e farei o mesmo com essa”, falou Alcaraz.

Fator ‘Djokovic’ pesou no nervosismo em quadra

“Não é fácil jogar contra o Novak, sabe. Ele é uma lenda do nosso esporte e se alguém disser que entrou em quadra sem nervosismo jogando contra Novak, está mentindo. Disputar uma semifinal de Grand Slam por si só já é algo muito nervoso, mas ainda mais quando você tem que enfrentá-lo do outro lado da quadra”, observou o espanhol, destacando a importância e o peso de encarar o dono de 22 Grand Slam do outro lado.

Desistir do jogo não foi considerado

“Teria sentido pena de mim mesmo se tivesse desistido. Estou na semifinal de um Grand Slam, para mim é muito difícil simplesmente não jogar. Claro que no terceiro set não tinha chances, mas no quarto tive uma mínima chance de voltar, tive breakpoints no primeiro game (sorrindo). Mas, sabe, depois disso eu só continuei jogando. Na minha cabeça, não passou pela cabeça me retirar”, finalizou Alcaraz.