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Djokovic é amplo favorito contra Ruud e mira 23º
10/06/2023 às 19h33
José Nilton Dalcim

Campeão em duas de seis finais já feitas em Roland Garros, o sérvio Novak Djokovic entrará no já íntimo estádio Philippe Chatrier, às 10 horas deste domingo, como amplo favorito diante do norueguês Casper Ruud. Enquanto o adversário sonha pela terceira vez com seu primeiro troféu de Grand Slam, Djokovic tentará o recorde absoluto de sucesso desse quilate, desempatando com o 'rei do saibro' Rafael Nadal, ambos no momento com 22 títulos.

Sob qualquer aspecto, Nole leva vantagem sobre Ruud, um autêntico saibrista que evoluiu desde a última temporada a ponto de fazer final também no US Open. Para início de conversa, o sérvio ganhou todos os quatro confrontos diretos sem perder set, duas vezes no saibro de Roma e as outras no piso duro coberto do Finals de Turim.

Depois, a experiência entre ambos nos grandes palcos é abismal. Enquanto Djokovic já ganhou 347 partidas, chega a 34 finais e ganhou 22 Slam, Ruud soma apenas 34 vitórias nesse nível, com terceira decisão e dois vices.

Mesmo no saibro, os números do sérvio são assombrosos. São 268 triunfos sobre a terra, sendo 91 deles em Roland Garros, onde já derrotou nada menos que Nadal por duas vezes. O norueguês de 24 anos, 12 a menos que o rival deste domingo, tem116 vitórias no piso, sendo 19 delas em Paris.

Djokovic aliás tem o dobro de títulos no saibro do que Ruud: 18 contra 9. E até mesmo a vasta experiência em jogos de cinco sets podem pesar. Nole ganhou 37 de 47, com saldo de 9 a 3 em Roland Garros, muito superior às 10 partidas e seis vitórias de Ruud, que tem 3 a 1 no torneio. Apesar disso, ressalte-se que o norueguês é o tenista com mais vitórias (87), finais (12) e títulos (9) sobre o saibro desde o início de 2020.

Por fim, existe ainda a essencial questão técnica e tática. O recordista de semanas na liderança do ranking é extremamente sólido nos golpes de base, melhorou muito o saque nos últimos anos, incluiu deixadinhas e voleios no seu vasto repertório e possui um dos preparos físicos mais invejáveis do tênis.

Apesar de ser um tenista muito aplicado na parte tática e possuir inegável espírito guerreiro, Ruud tem deficiência evidente no seu backhand e por isso se obriga a cobrir aquele lado com fuga para bater o forehand sempre que possível. Não é exímio sacador, ainda que o golpe tenha evoluído, e a transição à rede raramente é confortável. Jogar de forma agressiva parece ser sempre o melhor caminho contra Djokovic e o norueguês ainda deixa a desejar nesse aspecto.

Além do 23º Slam, Djokovic joga também para tirar de Nadal a primazia de mais velho campeão de Roland Garros, aos 36 anos e 20 dias, e ainda concorre à condição única de ser o primeiro homem a colecionar ao menos três troféus em cada um dos quatro Slam.

O último escandinavo a levantar troféu em Roland Garros foi o sueco Mats Wlander, tricampeão em 1988. Depois dele, falharam os também suecos Stefan Edberg, Magnus Norman e Robin Soderling, além do próprio Ruud.

Embora um pouco menos importante, o título também vale 2,3 milhões de euros e pode recolocar Djokovic na liderança do ranking pela 388ª semana. Ruud, qualquer que seja o resultado, permanecerá como quarto do mundo.

Veja o histórico dos quatro duelos entre os dois finalistas:

2020
Roma - semifinal - Djokovic, 7/5 6/3
2021
Finals - fase inicial - Djokovic, 7/6(4) 6;2
2022
Roma - semifinal - Djokovic, 6/4 6/3
Finals - final - Djokovic, 7/5 6/3

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