Paris (França) - A meta de obter novo recorde de público foi cumprida. A diretora de Roland Garros, Amélie Mauresmo, confirmou neste domingo que o Grand Slam do saibro encerrou seus 20 dias de competição com a presença de 630 mil pessoas, o que incluiu a cobrança de ingressos no evento qualificatório.

Apesar disso, ela sabe que houve críticas à organização, principalmente em relação à rodada noturna exclusivamente dedicada ao torneio masculino. "Temos de melhorar a gestão das sessões noturnas, mas a programação geral equilibra os dois gêneros em todos os estádios", destacou. "No momento, apenas um jogo acontece na rodada noturna e o masculino garante prováveis duas horas de partida".

Mauresmo ainda afirmou que havia pedido de muitas tenistas para não fazer o final da rodada na Philippe Chatrier. "Algumas tenistas, como Jessica Pegula, se decepcionaram com o fato de ter havido apenas uma partida feminina no horário noturno, mas quero deixar claro que algumas jogadoras de alto nível nos fizeram o pedido para não jogar à noite. Obviamente, não podemos atender a todos os pedidos e também houve homens que não queriam jogar à noite. Não é fácil gerir tudo isto"

A diretora também explicou o motivo de não começar mais cedo a rodada noturna para eventualmente incluir um jogo de cada sexo, como acontece em outros Grands Slam. "Há o risco de terminar muito tarde, o que não é bom para os tenistas e para o público. Também existe a questão de que a maioria das pessoas termina o trabalho em Paris por volta das 18h30 ou 19h, então seria muito difícil lotar o estádio para esse primeiro jogo".

Sobre as críticas do croata Ivan Dodig no seu discurso de premiação, sobre tratamento diferenciado aos tenistas, Mauresmo mostrou irritação. "Acho que essa questão precisa ser um pouco contextualizada. Temos uma política de transporte oficial do torneio que se baseia no fato de podermos levar os jogadores em um raio de 5 quilômetros, dentro dos quais há um total de 19 hotéis. Se você ficar em um deles, pode reservar um carro de torneio para suas viagens. O que acontece é que ele está hospedado do outro lado da cidade. Conversamos com ele para trocar de hotel, oferecemos soluções, mas não houve acordo. Temos um número limitado de carros e temos que ser responsáveis ​​e coerentes com as nossas regras. Acho inadmissível que ele se expresse assim em público e que não diga a verdade", comentou visivelmente irritada.