São Paulo (SP) - A busca por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Paris é mais uma fonte de inspiração para Beatriz Haddad Maia, que tenta disputar sua primeira Olimpíada. As competições dos tênis em Paris acontecerão entre 27 de julho e 4 de agosto, no complexo de Roland Garros.
A chave de simples em Paris terá 64 tenistas, sendo que 56 delas entram diretamente pelo ranking, com no máximo quatro jogadoras por país. Número 1 do Brasil, Bia é atual 13ª do mundo. O ranking base para a classificação olímpica é o de 10 de junho do ano que vem, logo após o Grand Slam parisiense. Há uma reserva de vagas para campeãs olímpicas ou de Grand Slam, além de seletivas continentais, como os Jogos Pan-Americanos de Santiago, que oferecem dois lugares em Paris.
"As pessoas acham que os tenistas não dão tanta importância, mas para mim é um sonho. Eu nunca participei e aqui no Brasil a gente sempre valorizou muito as Olimpíadas. Vou trabalhar muito e fazer o meu melhor para estar lá", disse Bia, durante encontro com jornalistas em São Paulo, na última quarta-feira.
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"Claro que a gente tem um sistema de pontos e muita coisa pode acontecer até lá. Meu primeiro objetivo é estar saudável. Se eu estiver bem e jogando um tênis de alto nível, vou ter oportunidades de conseguir o ranking para me classificar. Em simples ou nas duplas, estarei muito motivada", acrescentou a paulistana de 27 anos.
Possibilidade de dupla com Luísa Stefani
A classificação nas duplas funciona de maneira diferente. Apenas as 10 primeiras no ranking da modalidade têm entrada direta e podem escolher qualquer parceira do top 300. As demais vagas são preenchidas a partir da soma dos rankings entre as duas postulantes inscritas, com prioridade para a classificação que a tenista tem em simples. Além disso, cada país só pode ter seis jogadoras diferentes nas Olimpíadas, somando simples e duplas, e 12 atletas no total, entre homens e mulheres.
Bia é hoje a 15ª colocada no ranking entre as especialistas em duplas, uma posição abaixo da também brasileira Luísa Stefani, medalhista olímpica de bronze em Tóquio, ao lado de Laura Pigossi. Durante a coletiva de imprensa desta semana na capital paulista, ela foi perguntada sobre a possibilidade de jogar ao lado de Stefani, que vem escalando o ranking depois de se recuperar de uma grave lesão no joelho.
"É impressionante o que a Lu está fazendo depois da lesão. Ela ganhou WTA 250, ganhou 500, ganhou 1000 e ganhou Grand Slam. Jogando com parceiras diferentes e em todos os pisos diferentes", destacou sobre Stefani. "Em relação à nossa dupla, a gente conversa muito sobre isso. Temos objetivos diferentes, o que complica um pouco, porque ela é focada 100% na dupla e eu em simples. A dupla não é a minha prioridade".
"Então, imagina se agora, nessa gira de grama, eu tivesse combinado de jogar com ela? Por mim seria muito mais fácil, mas pensando nela seria muito difícil, porque pode acontecer de eu não conseguir jogar algumas semanas. Ela precisa de uma parceria mais certa. Então, nesse momento ainda não casou, mas a gente já jogou algumas vezes juntas, até já ganhamos um torneio uma vez e estamos bem ansiosas para voltar a jogar juntas", complementou a número 1 nacional.
Grande fase de Ingrid Martins nas duplas
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Outra brasileira que tem se destacado nas competições de duplas é a carioca Ingrid Martins, 57ª do ranking e uma das melhores amigas de Bia no circuito. Ingrid conquistou recentemente seu primeiro WTA nas duplas em Bad Homburg e venceus primeiros jogos de Grand Slam em Roland Garros e Wimbledon.
"Ela é minha amiga desde os 11 ou 12 anos. Talvez seja a minha melhor amiga no tênis. Estamos sempre nos falando e vendo os jogos uma da outra. É uma pessoa muito especial e que batalha muito. Quem convive, sabe da leveza que ela transmite. Dentro da quadra, tem um bom saque, bom forehand e se mexe bem na rede. Fico muito feliz por ela estar conseguindo esses resultados. A gente sabe que no Brasil é difícil se encaixar em uma equipe e se desenvolver com uma parceira. Nas duplas, não depende só de você. Tem que ter essa energia com alguém. E fico muito feliz não só por ela ser brasileira, mas também pela pessoa que ela é".