Buenos Aires (Argentina) - Com sua posição crítica em relação às autoridades do tênis e a um sistema que falha na proteção e não permite a sobrevivência de jogadores que estão fora do top 100, o argentino Marco Trungelliti afirmou que o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal são cúmplices da desigualdade no circuito atual.
"As pessoas podem gostar ou não, mas Federer e Nadal nunca disseram nada e são cúmplices do mau funcionamento do sistema, porque não conseguiram abrir a boca nem uma vez e lutar pelos direitos dos jogadores. Se alguma vez fizeram isso, foi internamente, mas não mudou nada", disse Trungelliti em entrevista ao La Nacion.
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“Só neste ano os prêmios dos challengers foram um pouco alterados, mas continuam constrangedores, quando supostamente saímos da era mais dourada da história do tênis. Você não pode ser cúmplice do fato de que 80 a 100 pessoas vivem no tênis. Como jogadores podem ser ótimos, mas como humanos tentando melhorar o sistema em geral, eles me parecem muito ruins”, acrescentou.
Em contrapartida, a atuação do sérvio Novak Djokovic foi elogiada pelo argentino de 33 anos e atual 236 do mundo. “Eu o conheci no US Open e agradeci pelo que ele está fazendo pelos jogadores. Falei também com (Vasek) Pospisil. Que um maluco que estava entre os 30 do mundo se encarregue de pensar as coisas é muito mais respeitável do que faz Federer, que deixou o tênis e só voltou com a Laver Cup”.
Trungelliti não poupou o suíço em suas críticas ao sistema da ATP. “O jogador que está fora do top 100 não pode viver e em duplas você tem que ser top 60. Quem mais me machuca, claramente, é Federer. Porque com o peso e o carisma que tem, se realmente quisesse mudar as coisas, elas seriam mudadas”, garantiu o argentino.