Jade Lanai celebra maior visibilidade do tênis em cadeira de rodas e mira volta aos Slam
Por Mario Sérgio Cruz
novembro 19, 2023 às 12:00 pm
Jade Lanai foi a primeira brasileira a vencer um Slam no tênis em cadeira de rodas (Foto: CBT)

Jade Lanai foi a primeira brasileira a vencer um Slam no tênis em cadeira de rodas (Foto: CBT)

Primeira brasileira a conquistar um título de Grand Slam no tênis em cadeira de rodas, Jade Lanai trouxe maior exposição para a modalidade desde as vitórias no torneio juvenil do US Open em 2022. A brasiliense de 19 anos fechou da melhor maneira possível seu ciclo nas categorias de base e já define as primeiras metas no tênis profissional.

Atual 39ª colocada no ranking feminino da ITF, duas posições abaixo de seu recorde pessoal, Jade tenta se colocar na zona de classificação para os Grand Slam e também para os Jogos Paralímpicos de Paris. Este ano, senti que tenho um nível que posso ser um pouco mais ousada e entrar em chaves de torneios maiores que dão mais pontuação e experiência de enfrentar jogadoras melhores. E acredito que, conseguindo entrar e conseguindo apoio, eu fico cada vez mais perto de numa chave de Grand Slam”, disse a TenisBrasil, durante a Billie Jean King Cup, em Brasília.

Momento do tênis feminino inspira jovens jogadoras
Definidas as chaves dos brasileiros no Parapan

“É um objetivo para até o final do ano que vem jogar um Slam. Ou pelo menos somar pontos para entrar nas chaves em 2025, agora como profissional”, avaliou a brasiliense. “Em relação às Paralimpíadas, para classificar direto você precisar estar entre as 27 do mundo. “Acredito que a gente no Brasil tem um cenário que pode conseguir levar as quatro, mas pensando em pelo menos duas com classificação direta, as chances aumentam”.

Os bons resultados e conquistas recentes do tênis feminino no Brasil, liderados por Beatriz Haddad Maia, Laura Pigossi e Luísa Stefani, também servem de inspiração. “Acho que a gente nunca teve tantas jogadoras ao mesmo tempo tão bem ranqueadas e tão fortes, tecnicamente e mentalmente. Todas elas, além de serem atletas incríveis, são pessoas muito legais e que têm uma troca muito boa com a gente. Acho que a gente tem que aproveitar essa fase que as meninas estão e dar cada vez mais visibilidade e apoio”.

Confira a entrevista com Jade Lanai.

O que mudou na sua vida desde a conquista do US Open, em termos de visibilidade, de estrutura e de amadurecimento pessoal também desde o US Open pra cá?
Acho que o US Open veio em boa hora para fechar o meu ciclo no juvenil e também foi um bom começo para o profissional, mostrou que eu estava bem encaminhada e me deu muita motivação para estabelecer metas e realizar sonhos. Então, acredito que foi muito importante para mim nesse início e faz diferença em tudo o que eu participo, porque levo comigo esse título e o reconhecimento. E acredito que em termos de visibilidade, o tênis em cadeira de rodas começou a ser mais visto. E assim como a gente vem falando mais do tênis feminino com as que estão agora na Billie Jean King Cup, o público começou a ouvir nossos nomes. Isso foi muito incrível para mim, e com certeza para o restante das meninas. Eu fico feliz de ser uma das pessoas que colocou o tênis em cadeira de rodas em evidência.

Você alcançou o maior ranking de sua carreira, o 37º lugar, e foi sua primeira temporada exclusivamente voltada ao profissional. Como você avalia esse ano? Para um primeiro ano de profissional, acredito que foi muito bom. Acredito que consegui cumprir muitas das metas e expectativas que eu tinha para esse ano. É importante para todo atleta estabelecer metas. E ver agora, na reta final, que o trabalho da minha equipe continua dando resultados e que consegui atingir esses objetivos vai me ajudar muito para os sonhos que tenho para o ano que vem.

Para entrar em um Grand Slam no tênis em cadeira de rodas é um caminho árduo, porque são torneios que dão muitos pontos, mas as chaves são pequenas. É difícil se meter ali dentro, porque esses tenistas que já estão lá e somam pontos lá e te travam de subir. O que você precisa fazer para conseguir esses pontos para poder entrar nessas chaves? Até destacar que o US Open agora aumentou um pouco a chave e dá mais abertura.
Dos quatro Grand Slam, o US Open é o que está dando mais oportunidade para os tenistas em cadeira de rodas, mas mesmo assim é um grupo bem seleto e a gente não tem quali. Então é tudo mais difícil. Mas já senti esse ano que tenho um nível que posso ser um pouco mais ousada e entrar em chaves de ITF 3 e ITF 2.

Tenho boas pontuações de future para entrar em torneios maiores que dão mais pontuação e experiência de enfrentar jogadoras melhores. E acredito que, conseguindo entrar e conseguindo apoio, eu fico cada vez mais perto de numa chave de Grand Slam. É um objetivo para até o final do ano que vem jogar um Slam. Ou pelo menos somar pontos para entrar nas chaves em 2025, agora como profissional.

Hoje falando no tênis em cadeira de rodas, principalmente no feminino, é impossível não pensar na Diede De Groot, que ganhou 12 Grand Slam seguidos, domina o circuito e está há muitos anos sem perder. Você já teve algum contato, alguma troca de experiência com ela ou com outras jogadoras desse nível?
Eu já tive a oportunidade de encontrá-la e de tirar uma foto com ela num mundial. É um campeonato que a gente tem contato com essas jogadoras de nível altíssimo. Já tive a oportunidade de vê-la jogando e também os treinos. É muito interessante ver todo o preparo que ela faz.

Tive um contato mais próximo com a Yui Kamiji, japonesa que é número 2 do ranking. Algumas pessoas que trabalham na equipe multidisciplinar dela estiveram com a seleção brasileira durante um tempo. Eles trouxeram todo o programa dela para a gente. E no US Open eu pude assistir a um jogo dela ao lado deles e pude notar coisas que normalmente eu não observo. E conversando com alguém que é de dentro, a gente passa a observar e entender. Então são duas jogadoras que eu realmente me espelho e gosto de acompanhar. Acho que são duas jogadoras que eu me espelho.

As inglesas também são muito fortes, principalmente a Lucy Shuker [atual 12ª do ranking]. Tive a oportunidade de jogar conta o time do Reino Unido no Mundial e tive contato mais próximo com ela. Acho que tanto a Kamiji quanto a Shuker são as minhas principais referências, principalmente por questão de lesão. A Diede é referência de muita coisa tecnicamente, mas tem uma lesão muito diferente da minha. Mas a Kamiji e a Shuker já têm uma deficiência parecida com a minha e mostram onde eu posso chegar.

 

 

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Jade Lanai (@jadelanai)

Como estão as expectativas para o Parapan em Santiago e também para conseguir uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris?
Vou estar muito na torcida pelas meninas no Parapan, porque a gente tem grandes chances de medalha. As nossas duas meninas que vão, a Meirycoll Duval e a Maria Fernanda Alves, são fortes candidatas e estão entre as favoritas. Elas formam uma dupla muito forte e a gente pode esperar por medalhas, sim. Estou muito feliz por elas e espero estar com o time na próxima edição.

Em relação às Paralimpíadas, para classificar direto você precisar estar entre as 27 do mundo. Elas entram direto na chave. E para puxar mais uma, teria que esperar um convite. Acho que o Brasil tem grandes chances de levar pelo menos duas tenistas para os Jogos de Paris.

Para vocês também tem o limite das quatro por país, igual nas Olimpíadas, ou o número muda?
Para a gente o limite também são quatro jogadoras. Acredito que a gente tem um cenário que pode conseguir levar quatro, mas pensando em pelo menos duas com classificação direta, as chances aumentam. Hoje a Meirycoll é a número 1 do Brasil e 29 do mundo. Depois dos últimos resultados, eu virei número 2 e a Maria Fernanda está bem próxima, é 43ª do mundo. Então todas nós estamos muito próximas e num momento parecido.

E para fechar, gostaria que você comentasse sobre o momento do tênis feminino no Brasil, principalmente com a Bia, a Luísa e a Laura conquistando títulos importantes.
Acho que nós temos um dream team na Billie Jean King Cup. A gente nunca teve tantas jogadoras ao mesmo tempo tão bem ranqueadas e tão fortes, tecnicamente e mentalmente. É incrível a gente ter tanta representatividade e referências para a gente. Todas elas, além de serem atletas incríveis, são pessoas muito legais e que têm uma troca muito boa com a gente. Acho que a gente tem que aproveitar essa fase que as meninas estão e dar cada vez mais visibilidade e apoio.

Momento do tênis feminino inspira jovens jogadoras
Por Mario Sérgio Cruz
novembro 17, 2023 às 5:10 pm
As juvenis Paola Dalmônico e Isabeli Andreola acompanharam a equipe profissional na Billie Jean King Cup (Foto: Luiz Cândido/CBT)

As juvenis Paola Dalmônico e Isabeli Andreola acompanharam a equipe profissional na Billie Jean King Cup (Foto: Luiz Cândido/CBT)

Jogadoras da nova geração do tênis brasileiro estão cada vez mais motivadas pelos resultados recentes de nomes como Beatriz Haddad Maia, Luísa Stefani e Laura Pigossi. Ao longo do ano, jovens tenistas tiveram a oportunidade de conviver de perto com as principais atletas do país, seja em suas bases de treinamento ou acompanhando a equipe profissional da Billie Jean King Cup. Para essas jovens, as experiências tem sido importantes para o desenvolvimento pessoal de cada uma e já pensando também em um processo de renovação para o futuro.

Com apenas 15 anos, a gaúcha Isabeli Andreola foi uma das juvenis que passou uma semana treinando com o time da Billie Jean King Cup, durante a preparação para o confronto entre Brasil e Coreia do Sul em Brasília, e tentou absorver o máximo de uma experiência inédita ainda no início da carreira.

Carol e Stefani destacam visibilidade e renovação
Olívia joga Slams do juvenil antes de ir à universidade
Confederação monitora WTA sobre volta ao Brasil

“Já havia conhecido a Carol e a Laura este ano, e agora também pude falar com a Bia, a Luísa e a Ingrid. Elas tiraram todas as nossas dúvidas, como por exemplo sobre College ou  ir para o profissional direto. Muita gente tem essa dúvida, e como elas passaram por diferentes caminhos, é muito legal estar com elas. A gente as vias bastante na TV. Mas de perto, dá para ver que elas trabalham muito duro e o caminho é esse. Tem que querer muito estar onde elas chegaram”, disse a TenisBrasil.

“A Bia é muito humilde, sabe bem onde está, mas foi uma fofa. Ela se apresentou para a gente: ‘Prazer, Bia’, mas também quis nos passar também o que ela aprendeu e o que poderia ter feito melhor com a nossa idade. Então foi muito importante ter tido essa conversa. Elas sabem o quanto é importante a gente estar aqui. Para talvez no futuro não tão distante a gente estar aqui jogando, com novas juvenis”, acrescentou a gaúcha.

Outra juvenil que esteve na capital federal foi a paranaense Paola Dalmônico, de 17 anos, que hoje aparece no 290º lugar no ranking mundial de sua categoria. “É o meu primeiro contato com elas e está sendo uma experiência incrível. Sempre fui muito fã de todas e acompanho os resultados o ano todo. Sei que trabalhei muito para estar aqui e a gente consegue ver que elas têm muita disciplina. Quando você quer, a chance de dar certo é muito maior”.

Na atual temporada, Paola conseguiu os primeiros pontos do ranking profissional (Foto: Luiz Cândido/CBT)

Na atual temporada, Paola conseguiu os primeiros pontos do ranking profissional (Foto: Luiz Cândido/CBT)

“Esse trabalho que a CBT está fazendo já tem alguns anos e muitas juvenis já passaram por aqui, não só a gente. Sinto que estamos aprendendo muito. Elas sempre tentam tirar todas as nossas dúvidas e nos ajudar nos treinos. Quando tem alguma coisa que elas acha que podemos melhorar, elas vão lá e falam. É muito bom para o nosso desenvolvimento como juvenil estar no meio delas”, explicou a curitibana.

Prestes a completar 18 anos, Paola conseguiu nesta temporada seus primeiros pontos no ranking profissional. “Com certeza foi uma emoção, qualquer menina do juvenil tem o objetivo de entrar no ranking da WTA. Então foi uma sensação de objetivo cumprido, mas ao mesmo tempo querendo mais. Querendo mais pontos. Acho que a principal diferença das meninas do juvenil para as profissionais é a parte mental. Elas conseguem administrar mais os momentos de pressão. Jogo, todo mundo tem, logicamente as profissionais têm mais força e precisão nos golpes, mas a principal diferença e a maneira como elas entram focadas e conseguem se manter consistentes durante o jogo inteiro. É algo que eu ainda preciso melhorar”.

Olívia Carneiro e Pietra Rivoli tiveram a experiência no início do ano

Juvenis têm aproveitado a experiência de acompanhar as principais jogadoras do país (Foto: André Gemmer/Green Filmes)

Juvenis têm aproveitado a experiência de acompanhar as principais jogadoras do país (Foto: André Gemmer/Green Filmes)

Paola e Isabeli não foram as únicas a treinar com as profissionais na competição este ano. Em abril, quando o Brasil enfrentou a Alemanha em Stuttgart, a gaúcha Pietra Rívoli e a paulista Olívia Carneiro também puderam conviver de perto com as principais jogadoras do país. “Elas são gigantes. Essa ascensão da Bia, da Luísa e da Laura inspira demais a gente. Particularmente, isso faz com que eu queira cada vez mais e saiba que é possível chegar onde elas estão”, afirmou Pietra, que também fez parte da equipe brasileira na Billie Jean King Cup Junior, mundial de 16 anos, disputado na Espanha na última semana.

Já Olívia Carneiro é hoje a brasileira mais bem colocada no ranking mundial juvenil, ocupando o 48º lugar. Ela treinou com Bia Haddad Maia e Luísa Stefani no time RTB e também tem um carinho especial pela também paulista Laura Pigossi, que tem sido uma mentora para ela. “É um privilégio. A Bia tá praticamente no top 10, a Luísa acabou de ganhar um Grand Slam. E são duas pessoas que eu convivo. Claro que ainda tenho que trabalhar muito, mas elas me fazem acreditar que eu consigo chegar lá também. Tenho elas como referência porque consigo ver como trabalham para fazer igual, e quem sabe um dia chegar perto delas”.

“E a Laura é uma grande inspiração para mim e também alguém que eu posso considerar uma amiga, porque ela me ajuda sempre que eu preciso. Já fizemos vários treinos juntas e ela me dá vários toques, me manda mensagem”, acrescentou a jovem jogadora, que disputará os Grand Slam do circuito juvenil em 2024 e também tem compromisso assinado com o tênis universitário norte-americano.

Inspiração também para da Jade Lanai, do tênis em cadeira de rodas

Atleta do tênis em cadeira de rodas e campeã juvenil do US Open em sua modalidade, a brasiliense Jade Lanai, de 19 anos, também destacou o impacto positivo pelos bons resultados das mulheres no tênis. “Acho que a gente nunca teve tantas jogadoras ao mesmo tempo tão bem ranqueadas e tão fortes, tecnicamente e mentalmente. É incrível a gente ter tanta representatividade e referências para a gente. Todas elas, além de serem atletas incríveis, são pessoas muito legais e que têm uma troca muito boa com a gente. Acho que a gente tem que aproveitar essa fase que as meninas estão e dar cada vez mais visibilidade e apoio”.

Uma puxa a outra, mas cada uma tem seu tempo
E quais lições as recentes conquistas trazem para a nova geração de jogadoras? Entre os maiores aprendizados está a certeza de que existem diferentes caminhos para se chegar ao alto nível, e que cada uma deve respeitar seu próprio tempo.

“Elas são muito unidas. Às vezes no juvenil, uma quer ser melhor do que a outra. E a união delas serve como um exemplo muito grande”, avaliou Paola. “Cada uma tem seu processo, mas quando a gente vê essa grande quantidade de meninas se destacando, uma vai puxando a outra. As meninas aqui nos inspiram muito, dão mais vontade de treinar para chegar onde elas estão. E ter essa grande de juvenis se destacando, uma vai ajudando a outra e cada uma vai melhorando”.

Principal jogadora do Brasil na atualidade, Bia Haddad Maia também se mostra acessível para dar conselhos para as mais jovens: “Tenho um pouco mais de proximidade com as meninas que treinaram comigo [Olívia Carneiro e Ana Candiotto] e uma uma conexão muito forte com a Aninha. A gente sempre fala não só de tênis, mas também sobre coisas da vida. Acho que um atleta também se desenvolve e enxerga a vida melhor fora da bolha do tênis”.

Cada vez mais meninas jogando
Nota-se também, na opinião das jogadoras, que há uma maior procura pelo tênis entre as meninas. “Eu comecei com 10 anos e sempre treinei com meninos ou com meninas bem mais velhas, de 14, 16 ou até 18 anos. E agora tem bem mais meninas”, disse Paola. “Tinha muito torneio que não fechava a chave, categoria de 12 e 14 anos não tinha inscritas o suficiente. Eu vejo que hoje os torneios estão tendo chaves completas em todas as categorias.

“Acho que isso vem crescendo muito, as meninas vem fazendo ótimo trabalho, com ótimos resultados e isso tem motivado muitas crianças a jogarem. Este ano, eu pude jogar um torneio profissional em Curitiba e as pequenininhas foram me ver jogar. Dá muita inspiração e vontade de continuar”, complementou a curitibana, que atualmente divide o treinador, Maurício Bonatto, com o também Gustavo Almeida, campeão da Davis Junior pelo Brasil no ano passado.

Isabeli acrescentou: “No meu clube [Recrerio da Juventude, de Caxias do Sul] está cheio de menininhas pequenas, que adoram jogar tênis. E no começo do ano, eu e a Pietra jogamos a final dos 16 anos da Brasil Juniors Cup. E depois foi nítido ver a quantidade de meninas chegando. Cada uma tem seu processo, tem seu caminho. Talvez seja mais rápido para uma ou para a outra. Mas quando a gente vê uma ou outra indo bem, é sempre muito bom”.

Olívia Carneiro jogará Slams do juvenil antes de ir à universidade
Por Mario Sérgio Cruz
novembro 15, 2023 às 9:00 am

Olívia Carneiro conquistou recentemente seu maior título no juvenil e entrou no top 50 do ranking (Foto: Reprodução/Instagram)

Brasileira mais bem colocada no ranking mundial juvenil, Olívia Carneiro seguirá o caminho do tênis universitário norte-americano na próxima temporada. Ela irá para a Universidade de Georgia Tech no segundo semestre, mas antes foca nas disputas dos Grand Slam de sua categoria e também nos primeiros torneios profissionais. Paulista de 17 anos, Olívia aparece atualmente no 48º lugar do ranking juvenil e conquistou em outubro seu maior título, no ITF J200 de La Paz.

“Vou para a faculdade em agosto do ano que vem. Preciso ficar por pelo menos seis meses lá. Dependendo de como eu estiver jogando e do meu nível, vamos decidir se eu vou continuar nas ligas universitárias ou se vou seguir um calendário profissional normal”, disse Olívia Carneiro a TenisBrasil nesta terça-feira.

O Australian Open em janeiro será o segundo Grand Slam da carreira da tenista, que jogou Roland Garros ainda em 2022, quando venceu a seletiva nacional por vaga em Paris. A brasileira buscava vaga direta para a edição deste ano e vinha de bons resultados no primeiro semestre, com destaque para a semifinal do Banana Bowl, mas sofreu lesão muscular na região abdominal às vésperas do Grand Slam francês.

“Vou jogar os Grand Slam do juvenil. E dos ITFs, jogar só o que for necessário para manter o meu ranking e entrar nas chaves principais. E tentar jogar o máximo de profissionais possível”, explicou a jovem tenista, que busca tenta entrar no ranking profissional da WTA. Para isso, precisa ganhar 10 pontos ou somar em três torneios distintos no intervalo de um ano. Atualmente, ela já tem dois pontos.

Olívia disputou nesta semana o ITF W15 de Monastir, já pelo circuito profissional, mas foi superada na estreia nesta terça-feira pela nigeriana Adesuwa Osabuohien por 1/6, 6/4 e 6/4. Pelo mesmo torneio, Ana Candiotto caiu diante da canadense Carson Branstine com parciais de 6/1 e 6/0. O torneio tem mais duas brasileiras Luana Plaza e Julia Konishi.

Luísa Stefani e Ingrid Martins passaram pelo universitário
Duas brasileiras que passaram pelo tênis universitário vivem atualmente bons momentos no circuito de duplas da WTA, Luísa Stefani é a 18ª do ranking, enquanto Ingrid Martins está na 47ª posição, e comentaram sobre o caminho escolhido por Olívia, desejando sorte à jovem jogadora.

“A Olívia fez parte de nossa equipe como juvenil. Acho que ela teve uma decisão bem difícil entre seguir no profissional e ir para o tênis universitário, que eu sou super fã”, disse Luísa Stefani a TenisBrasil, durante o confronto entre Brasil e Coreia do Sul pela Billie Jean King Cup. “Sei que ganhou o maior torneio da vida dela há poucas semanas. Eu vivi um pouco esse peso da decisão e acho que as coisas começam a fluir depois que você escolhe seu caminho, dá um alívio para poder focar mais no tênis dela”.

Olívia Carneiro acompanhou equipe brasileira na Billie Jean King Cup contra a Alemanha em abril (Foto: André Gemmer/Green Filmes)

Olívia Carneiro acompanhou equipe brasileira na Billie Jean King Cup contra a Alemanha em abril (Foto: André Gemmer/Green Filmes)

Medalhista olímpica de bronze nas duplas em Tóquio e ex-top 10 no ranking da modalidade, a paulistana pôde conviver com Olívia e outras juvenis durante o período de recuperação da lesão no joelho, que a afastou das competições por mais de um ano. “Eu tive bastante contato durante a minha recuperação, quando comecei bem devagar, lá para março ou abril do ano passado. Foi super importante para mim, tanto nos treinamentos quanto no astral estar com ela e outras juvenis.

Ingrid acredita que a percepção da comunidade do tênis e do público geral sobre o assunto está mudando. “No início era muito pouco visto e poucas pessoas iam. A percepção era de que se você fosse para lá, seu tênis profissional acabou. Mas agora está mudando muito, você vê o João Fonseca indo, vê a Olívia também indo. Então a mentalidade está mudando e fico feliz de ter feito parte desse processo, junto com a Luísa e mostrar esse caminho para todo mundo”.

Norte-americanas conquistam 8º título da Billie Jean King Cup Junior
Por Mario Sérgio Cruz
novembro 12, 2023 às 12:33 pm

Tyra Grant e Iva Jovic venceram suas partidas contra as tchecas neste domingo (Foto: Manuel Queimadelos/ITF)

No encontro entre as duas últimas campeãs da Billie Jean King Cup Junior, a equipe dos Estados Unidos superou a República Tcheca e defendeu o título do ano passado, chegando à sua oitava conquista no Mundial da categoria 16 anos, disputado nas quadras de saibro de Córdoba, na Espanha. As norte-americanas venceram as tchecas por 2 a 0 nas finais deste domingo.

A série começou com a vitória de Tyra Grant sobre Alena Kovackova por 6/4 e 6/1. Com apenas 15 anos, Grant é a número 21 do ranking mundial juvenil e 761ª colocada entre as profissionais na WTA. Ela venceu todos os seis jogos que fez pela competição, quatro de simples e dois de duplas, incluindo duas vitórias no duelo contra o Brasil nas quartas.

Na sequência, foi a vez de Iva Jovic derrotar Laura Samsonova por 6/1 e 7/5. Também de 15 anos, Jovic é 14ª do ranking mundial juvenil e 647ª na WTA. Ela também teve desempenho perfeito na competição, com seis vitórias em simples e duas nas duplas. O time norte-americano também contou com Alanis Hamilton, de 16 anos e 49ª do ranking juvenil, que venceu dois jogos de simples e três de duplas na semana. Os Estados Unidos também venceram a competição em 2008, 2012, 2014, 2017, 2018, 2019 e 2022. O capitão do time deste ano foi Tom Gutteridge.

Entre as tchecas, que buscavam a sexta conquista Samsonova é a número 6 do ranking mundial juvenil, enquanto Kovackova está na 15ª posição. A equipe ainda contou com Eliska Forejtkova e teve o comando do capitão David Skoch. A equipe tcheca venceu a competição em 1995, 2000, 2001, 2015, 2021.

Brasil termina na oitava colocação, a melhor desde 2013


O Brasil encerrou sua participação no oitavo lugar, posição que é a melhor do país desde o quinto lugar em 2013. Neste domingo, a equipe da capitã Fernanda Ferreira perdeu para a Suécia por 2 a 0. A paulista Helena Bueno caiu diante de Lea Nilsson por 6/0 e 6/2, enquanto a catarinense Carolina Bohrer foi superada por Nellie Taraba Wallberg com parciais de 7/5 e 6/2.

Bohrer foi quem teve o melhor desempenho entre as tenistas brasileiras na competição, conseguindo três vitórias em simples e mais duas nas duplas, ao lado da gaúcha Pietra Rívoli. Com 16 anos, Bohrer já tem foco no tênis profissional, aparecendo no 891º lugar da WTA. Pietra Rivoli, de 15 anos, é a 242ª no ranking juvenil. Já Helena Bueno, que fez só um jogo de simples e outro nas duplas, ocupa o 601º lugar no juvenil e tem ranking profissional nas duplas na WTA.

A melhor campanha do Brasil na competição foi o terceiro lugar em 2012, com um trio formado por Beatriz Haddad Maia, Carol Meligeni e Ingrid Martins.

Carol e Stefani destacam visibilidade e renovação do tênis feminino
Por Mario Sérgio Cruz
novembro 9, 2023 às 6:28 pm

Brasileiras acompanham a nova geração perto. As juvenis Paola Dalmônico e Isabeli Andreola treinam com o time (Foto: Luiz Cândido/CBT)

As conquistas recentes do tênis feminino brasileiro com diferentes jogadoras e a oportunidade de ter as principais atletas do país atuando em casa neste final de semana foram destacados por Luísa Stefani e Carol Meligeni, às vésperas do confronto entre Brasil e Coreia do Sul pelos playoffs da Billie Jean King Cup, em Brasília. Para elas, é o momento de aproveitar a visibilidade que o tênis ganhou nos últimos anos para impulsionar um processo de renovação e formação de novas jogadoras.

Carol, que conseguiu neste ano suas primeiras vitórias na WTA, elencou feitos recentes como a semifinal de Bia Haddad em Roland Garros e sua consequente chegada ao top 10, as medalhas de Laura Pigossi e Luísa Stefani nos Jogos Olímpicos de Tóquio e nos Pan-Americanos de Santiago, a entrada da própria Pigossi no top 100 do ranking de simples no ano passado e também a recente chegada de Ingrid Martins ao top 50 de duplas.

“Esse é um dos momentos mais especiais do tênis feminino brasileiro. É engraçado porque todas nós temos mais ou menos a mesma idade e jogamos juntas desde bem pequenas. Então, conseguir alcançar tudo isso juntas, com várias medalhas, títulos e ver cada vez mais mulheres jogando no circuito, é muito especial”, disse a paulista de 27 anos “Acho que as conquistas individuais de cada uma – a Bia foi top 10, Laura e Luísa conquistaram medalhas, Ingrid evoluindo muito- mostram para as mais novas que é possível. Enfim, esse é o momento para deixar o tênis feminino cada vez mais visível, para que a gente tenha cada vez mais meninas jogando. E no futuro, que esse time seja substituído por novas mulheres também”.

‘Elas podem ser nossas substitutas no futuro’, diz Carol
A atual número 3 do Brasil também falou sobre a grande campanha da equipe brasileira na Billie Jean King Cup Junior, Mundial da categoria 16 anos, disputado em Córdoba, na Espanha. O time formador por Carolina Bohrer, Pietra Rivoli e Helena Bueno está nas quartas de final e tem o melhor resultado do país desde o quinto lugar em 2013, quando Stefani estava no time, e pode até repetir a semifinal de 2012, com um trio formado por Bia, Carol e Ingrid.

“Eu particularmente tive contato bem próxima com todas do time, tanto a Carol, quanto a Pietra e a Helena. Todas elas jogam muito bem e estão bem animadas de jogar essa competição. Tenho memórias muito boas, inclusive foi com a Bia e a Ingrid que a gente conseguiu o terceiro lugar do mundo e a gente torce muito para que elas consigam também”, disse a campineira a TenisBrasil. “É uma competição de nível alto e uma experiência legal para saber como está o nível em relação aos outros países e acredito muito que elas possam ser no futuro nossas substitutas na equipe da Billie Jean”.

Luísa Stefani também ficou com a feliz com a lembrança dos tempos de juvenil. Depois de ter treinado durante muito tempo nos Estados Unidos e passado pelo tênis universitário norte-americano, ela se reaproximou das novas gerações do tênis brasileiro durante o ano em que ficou afastada das competições, enquanto se recuperava de lesão e cirurgia no joelho.

“Fiquei super feliz por essa lembrança, vi até uma foto ontem. É muito bom ver que as meninas estão quebrando barreiras de novo e voltando a jogar nesse nível também nas categorias de base. Nos últimos confrontos a gente tem sempre duas juvenis acompanhando a gente. Podemos ver o crescimento delas de perto. Com algumas tenho mais contato, porque treinamos juntas ou na mesma cidade”, comentou Stefani, lembrando que as jovens jogadoras Paola Dalmônico e Isabeli Andreola estão junto com o time em Brasília.

“E obviamente depois da lesão no US Open, tive mais proximidade com o tênis brasileiro, principalmente com as juvenis, porque há muito tempo eu não tinha essa oportunidade, por estar jogando o ano inteiro fora. E tem sido muito legal a abertura que eu e as outras profissionais damos para as juvenis. A gente está sempre incentivando e tentando trazê-las para o ambiente do alto nível”, acrescentou a jogadora de 26 anos e a atual 18ª colocada no ranking de duplas.

“Nós, como referências, temos que dar o nosso melhor e trazer bons resultados para a gente e também mais visibilidade para o tênis e proximidade com as novas gerações. E a gente tem crescido cada vez mais nisso, é muito gratificante e uma grande motivação. O nosso trabalho, que eu amo muito fazer, traz coisas boas não só para mim, mas também para as próximas gerações”.

A reconstrução de Iga até a volta ao número 1
Por Mario Sérgio Cruz
novembro 7, 2023 às 7:20 pm

A conquista do WTA Finals de forma invicta e a volta ao número 1 do ranking consolidam a ótima temporada de Iga Swiatek e a recuperação que a tenista teve na reta final de 2023. Depois ter liderado o ranking por 75 semanas, entre abril do ano passado e setembro deste ano, a polonesa chegou a ser ultrapassada por Aryna Sabalenka após o US Open. Mas nos últimos três torneios do ano, venceu 12 jogos de 13 possíveis, com direito a 11 vitórias seguidas. E os títulos em Pequim e Cancún fazem com que a jogadora de 22 anos termine a segunda temporada seguida no topo do ranking. A recuperação nas últimas semanas é fruto de uma mudança de mentalidade, do momento de aceitação sobre o próprio jogo e da melhor adaptação às condições do Finals ao longo da última semana. Iga reconhece que começou a jogar um pouco mais solta depois de ter perdido o número 1 para Sabalenka.

“Antes do US Open, honestamente, eu estava indecisa se realmente queria continuar jogando todos os torneios para lutar pelo primeiro lugar no final do ano. Mas percebi que há coisas mais importantes para cuidar. E às vezes é melhor ir com calma”, afirmou durante a campanha para o título em Pequim. “Agora posso me concentrar mais em trabalhar e voltar a um ritmo de treinos mais normal, eu diria. Meu principal objetivo é fazer algumas coisas de maneira diferente na quadra em termos de técnica e tática para me desenvolver como jogadora, e não apenas buscar pontos no ranking”.

“Parece que agora posso jogar livremente de novo. Já faz um tempo que não me sentia assim. Então, vou lembrar pelo resto da minha carreira que, mesmo nos momentos mais difíceis, você sempre pode superar isso. Estou feliz por ter mudado minha atitude depois do US Open e espero poder mantê-la pelo maior tempo possível”, acrescentou a polonesa, que conquistou seis títulos na temporada, venceu 68 partidas e perdeu apenas 11. E mesmo com números excelentes, ela precisava aceitar que dificilmente repetiria o ano passado, com oito conquistas e uma série invicta de 37 jogos. “O ano de 2022 foi tão incrível que não sei se será possível repetir uma temporada como aquela. Mas sabia que estava tendo outro ótimo ano também agora. E, honestamente, meio que aceitei que não seria uma temporada como a do ano passado”.

Durante a disputa do Finals, com a liderança novamente em jogo, o foco novamente foi em manter as próprias rotinas de trabalho. Ainda mais em uma semana de muito vento, com jogos suspensos por chuva, e um piso mais lento e que exigiria consistência para trabalhar os pontos e excelente movimentação nos ralis de fundo.

“Aprendi a lição e desta vez não queria que [a disputa pelo número 1] tivesse impacto sobre mim. É difícil não pensar em coisas assim. Mas na verdade, quando entrei na quadra, sabia que precisava me concentrar em coisas diferentes. E, na verdade, as condições aqui eram meio complicadas o que, também me ajudou a focar apenas na minha movimentação e nos meus golpes, e isso me manteve ocupada sem pensar em tudo isso. Estou muito feliz e orgulhosa de mim mesma. Esta semana não foi fácil, mas sinto que foi reflexo de toda a temporada”.

Com apenas 20 games perdidos na campanha para o título e ‘pneus’ em duas campeãs de Slam da atual temporada, Coco Gauff e Marketa Vondrousova, Iga pulverizou um recorde de Serena Williams entre as campeãs do Finals com menos games cedidos durante o torneio. A marca estabelecida pela norte-americana era de 32 games perdidos em 2012.

Melhoras no saque, na rede e jogo mais seguro
Nos dois últimos torneios do ano, Swiatek só perdeu um set, para Caroline Garcia nas quartas de final em Pequim. Diante de uma das recordistas de aces na temporada, ela precisava cuidar muito bem do próprio saque e se defender bem para neutralizar o poderio ofensivo da francesa. “Sinto que estou sacando melhor. Não sei exatamente por quê, mas estou mais relaxada e mais livre. Tudo é um pouco mais fácil do que nos torneios anteriores”. Ela também explica que começou a trabalhar mais seu jogo na rede com o técnico Tomasz Wiktorowski. “Acho que contra algumas jogadoras é necessário ir à rede. Estou feliz que isso tenha sido uma decisão minha e também porque o trabalho que estou fazendo com os voleios está valendo a pena e já posso ver o progresso. É importante me tornar uma jogadora mais completa”.

Dois dias depois, conquistou o WTA 1000 na capital chinesa com duas estatísticas inimagináveis na final contra a russa Liudmila Samsonova, apenas dois winners e nenhum erro não-forçado. “Acho que joguei de forma menos agressiva do que nos últimos torneios. Sinto que estou mais sólida. Mas obviamente eu ainda preciso ser agressiva, porque eu não poderia chegar tão longe se ficasse apenas empurrando a bola. Mas acho que estou cometendo menos erros do que antes. Sinto que posso fazer bem as duas coisas. Quando senti que era o momento certo de jogar mais rápido ou de tirar o peso da bola, eu o fiz. Mas às vezes, é mais o feeling do que necessariamente a tática ou de algum tipo de plano”.

O que disseram as adversárias nas últimas semanas
Vice-campeã em Pequim, Liudmila Samsonova falou sobre o nível de estresse que enfrentar uma adversária tão sólida pode causar a uma jogadora. “Esse é o nível de estresse que ela causou às outras jogadoras. Ela não comete erros não forçados. Acho que isso é o que ela está fazendo de melhor. Toda vez você precisa fazer algo mais. Não é real o que você sente, mas ela faz você se sentir assim. Foi isso que aprendi hoje”.

Aryna Sabalenka, que foi superada na semifinal do Finals e perdeu a liderança do ranking, destacou a capacidade da rival de se adaptar ao ambiente do torneio “É difícil jogar nessa quadra e se ajustar ao quique da bola, ela fez isso melhor do que eu hoje e começou a colocar muita pressão sobre mim. Tive muitas dificuldades aqui, enquanto ela sempre jogava nas posições certas dessa quadra. Tenho que dar crédito para a Iga, que se adaptou muito bem às condições”.

Já Jessica Pegula, que sofreu uma dura derrota por 6/1 e 6/0 na final em Cancún, destacou a consistência e a capacidade de recuperação ao longo da temporada. “Na minha opinião, ela é a jogadora a ser batida nos últimos dois anos. Ela está mostrando que mesmo quando perde algumas partidas ou não vence um torneio, ainda consegue se recuperar e jogar em alto nível em todas as semanas. Isso é o que uma jogadora de ponta faz, o que uma campeã faz, e acho que ela mostrou isso”.

 

Tchecos conquistam Davis Jr, Brasil termina em 12º
Por Mario Sérgio Cruz
novembro 6, 2023 às 2:00 pm
A equipe formada por Maxim Mrva, Jan Kumstat, Martin Doskocil conquistou o quarto título da Davis Junior para o país (Foto: Manuel Queimadelos/ITF)

A equipe formada por Maxim Mrva, Jan Kumstat e Martin Doskocil conquistou o quarto título da Davis Junior para o país (Foto: Manuel Queimadelos/ITF)

A forte equipe tcheca conquistou pela quarta vez o título da Copa Davis Junior, disputada em Córdoba na Espanha. Depois de chegarem invictos à semifinal, os tchecos venceram a Espanha e a Itália na final, ambos por 2 a 1. É a quarta conquista do país, considerando uma com a antiga Tchecoslávquia em 1988, e mais três com a configuração atual (República Tcheca ou Tchéquia), em 1997, 2017 e agora também em 2023.

Na semifinal contra a Espanha no sábado, o time da casa saiu na frente com Andres Santamaria, que derrotou Jan Kumstat por 3/6, 6/4 e 6/3. Na sequência, foi a vez de Maxim Mrva derrotar Sergio Planella por 6/3 e 6/0. A definição ficou para as duplas, em que Kumstat e Mrva venceram Andres Santamaria e Sergi Fita Juan por 6/2 e 7/6 (8-6). Na outra semifinal, a Itália bateu os Estados Unidos por 2 a 1, com vitórias de Federico Cina e Andrea De Marchi em simples.

A definição contra os italianos aconteceu no domingo e começou com a vitória de Andrea De Marchi contra Jan Kumstat por 6/4 e 7/6 (7-5). Na sequência, foi a vez de Maxim Mrva vencer Federico Cina por 3/6, 6/3 e 6/2. A dupla tcheca derrotou a parceria italiana no último jogo da competição por duplo 6/4.

Os tchecos estavam no Grupo C na primeira fase, o mesmo do Brasil, e venceram os nove jogos da chave que também contava com Holanda e Marrocos. Nas quartas, derrotaram os britânicos por 2 a 0. O destaque da competição foi Maxim Mrva, que venceu todos os nove jogos que disputou, cinco em simples e quatro em duplas. Jan Kumstat venceu sete jogos em nove, enquanto Martin Doskocil ganhou os quatro que disputou. O capitão foi Josef Cihak.

Brasileiros encerram a participação em Córdoba

Equipe brasileira terá Pedro Chabalgoity, Victor Winheski e Luiz Felipe Silva

Equipe brasileira contou com Pedro Chabalgoity, Victor Winheski e Luiz Felipe Silva

A equipe brasileira terminou no 12º lugar geral em Córdoba. O Brasil havia ficado em 3º no grupo em que tchecos e holandeses se classificaram às quartas, e vencido a Tailândia no início do playoff pelo nono lugar, mas depois perdeu os confrontos para Cazaquistão e Japão no fim de semana.

O duelo contra os cazaques começou com a vitória do mineiro Victor Winheski sobre Zangar Nurlanuly por 4/6, 6/2 e 10-2. Mas Amir Omarkhanov bateu o paulista Luiz Felipe Silva por 7/5 e 6/4. Nas duplas, Amir Omarkhanov e Damir Zhalgasbay venceram Winheski e Silva por 6/3 e 6/4.

O mineiro Victor Winheski teve o melhor desempenho entre os brasileiros no torneio

O mineiro Victor Winheski venceu cinco dos seis jogos de simples que fez no torneio (Foto: Manuel Queimadelos/ITF)

Já no domingo, o Brasil sofreu 2 a 1 do Japão. Victor Winheski venceu Ren Matsumara por duplo 6/4. Na sequência, Ryo Tabata igualou o confronto ao vencer o brasiliense Pedro Chabalgoity por 3/6, 6/4 e 10-3. E nas duplas, os japoneses venceram Winheski e Chabalgoity por duplo 7/5.

Durante a semana, Victor Winheski venceu cinco dos seis jogos de simples que disputou e conseguiu duas vitórias nas duplas. Pedro Chabalgoity venceu dois jogos de simples e sofreu três derrotas. Luiz Silva conseguiu duas vitórias nas duplas. A equipe brasileira foi comandada por Rodrigo Ferreiro. Ano passado, o Brasil foi campeão com João Fonseca, Pedro Rodrigues e Gustavo Almeida.

A vez das meninas em Córdoba
A Copa Billie Jean King Junior começa nesta segunda-feira, também em Córdoba. As brasileiras contam com a catarinense Carolina Bohrer, a paulista Helena Bueno e a gaúcha Pietra Rivoli. A equipe da capitã Fernanda Ferreira está no Grupo B, contra Grã-Bretanha (da muito promissora Hannah Klugman), além de enfrentar Argentina e Cazaquistão. O melhor resultado do Brasil na competição foi o terceiro lugar em 2012, com Bia Haddad Maia, Carol Meligeni e Ingrid Martins.

Brasil inicia a busca por bicampeonato na Davis Júnior
Por Mario Sérgio Cruz
outubro 29, 2023 às 6:00 pm
Equipe brasileira terá Pedro Chabalgoity, Victor Winheski e Luiz Felipe Silva

Equipe brasileira terá Pedro Chabalgoity, Victor Winheski e Luiz Felipe Silva

Atual campeão da Copa Davis Junior, o Brasil inicia a busca pelo segundo título mundial da categoria 16 anos. Para a edição de 2023, que será disputada na cidade de Córdoba, na Espanha, o capitão Rodrigo Ferreiro convocou o brasiliense Pedro Chabalgoity, o mineiro Victor Winheski e o paulista Luiz Felipe Silva, que se classificaram após o vice-campeonato no Sul-Americano da categoria.

Os brasileiros estão no Grupo C, ao lado de República Tcheca, Marrocos e Holanda. A estreia será nesta segunda-feira contra o time marroquino. As duas melhores equipes do grupo se classificam para as quartas de final. No ano passado, o Brasil conquistou o título inédito da competição, disputada na Turquia, com João Fonseca, Pedro Rodrigues e Gustavo Almeida.

+ Brasil define times para Davis e BJK Cup Junior

Ao todo, 16 países estão na disputa da Davis Júnior, com dez campeões na edição deste ano. Jogando em casa, os espanhóis são os recordistas de títulos, com seis conquistas. Tchecos, alemães e norte-americanos têm três títulos cada. Japoneses e holandeses são bicampeões. Brasil, Canadá, Itália e Grã-Bretanha venceram cada um uma edição.

Confira os grupos da Copa Davis Junior

Grupo A: Estados Unidos, Tailândia, Japão e Canadá
Grupo B: Alemanha, Argentina, Peru e Grã-Bretanha
Grupo C: República Tcheca, Brasil, Marrocos e Holanda
Grupo D: Itália, Coreia do Sul, Espanha e Cazaquistão

Cada confronto terá duas partidas de simples e mais uma partida de duplas. Os países se enfrentam dentro de seus grupos durante a primeira fase, que vai até quinta-feira. Já a fase final começa na sexta e vai até domingo, dia 5 de novembro.

Já na semana seguinte, entre so dias 6 e 12 de novembro, acontecem as disputas da Billie Jean King Cup Junior. A equipe feminina do Brasil terá a gaúcha Pietra Rívoli, a catarinense Carolina Bohrer e a paulista Helena Bueno. A capitã Fernanda Ferreira.

Korneeva retoma nº 1 juvenil com título do Finals, Schwaerzler surpreende
Por Mario Sérgio Cruz
outubro 23, 2023 às 4:00 pm
Alina Korneeva e Joel Schwaerzler conquistaram a edição de 2023 do ITF Junior Finals

Alina Korneeva e Joel Schwaerzler conquistaram a edição de 2023 do ITF Junior Finals

Campeã de dois Grand Slam na atual temporada do circuito mundial juvenil, a russa Alina Korneeva retomou a liderança do ranking mundial da categoria ao conquistar o título do ITF Junior Finals, na cidade chinesa de Chengdu. Depois de terminar a fase de grupos apenas na segunda posição de sua chave, a russa de apenas 16 anos se recuperou no torneio com duas grandes apresentações no fim de semana.

No sábado, Korneeva venceu um duelo de campeãs de Slam contra a norte-americana Clervie Ngounoue, vencedora de Wimbledon e que ainda não havia perdido sets em Chengdu. Diante de uma rival que vinha utilizando bem os slices de backhand e drop-shots, a russa marcou as parciais de 6/2 e 7/6 (7-1), apostando em seu jogo agressivo.

Já no domingo, Korneeva foi dominante contra a japonesa Sara Saito. E embora a russa seja uma jogadora de seus golpes mais retos e de muita potência dos dois lados, precisou ter paciência para trabalhar os pontos, além de executar muito bem as curtinhas, para vencer por 6/0 e 6/3. Saito havia superado a também japonesa Sayaka Ishii na semifinal por duplo 6/4.

“Estou muito feliz por esta semana e satisfeita com meu jogo e com todo o meu ano”, disse Korneeva após a partida. “Este é um torneio muito bom e acho que o melhor aqui são as pessoas. Muito obrigada por todo o apoio”, acrescentou a tenista, que está numa transição bem avançada para o tênis profissional. Ela ocupa o 162º lugar da WTA, e há duas semanas chegou às oitavas no 250 de Hong Kong.

A final acabou sendo uma revanche para a russa, que havia perdido para Saito em três sets durante a fase de grupos. “Resolvi mudar algumas coisas da minha partida com a Sara outro dia e isso ajudou. Procurei não pensar no primeiro jogo e tentei errar menos bolas que a Sara, e apenas tentei jogar assim o jogo todo. Só pensei no ponto que estava jogando e fiquei pensando: ‘não erre'”.

Joel Schwaerzler aproveita grande fase e conquista o título
Na chave masculina, o título ficou com o austríaco Joel Schwaerzler, de 17 anos e que saltou do sétimo para o terceiro lugar do ranking com a conquista. Treinado pelo ex-top 10 Jurgen Melzer, o canhoto Schwaerzler aproveitou sua grande fase no circuito, já que havia vencido um ITF J500 em Osaka na semana anterior.

Schwaerzler já havia ficado na primeira posição de um grupo com o russo Yaroslav Demin, cabeça 2 do torneio, o sérvio Branko Djuric e o italiano Federico Cina. Ele venceu na semifinal o búlgaro Iliyan Radulov por 6/3 e 7/6 (7-4). Já na final, passou pelo mexicano Rodrigo Pacheco Mendez, principal cabeça de chave do torneio e que tentava voltar ao número 1, também com parciais de 6/3 e 7/6 (8-6).

Durante a final, o austríaco teve excelente desempenho no saque. Ele disparou nove aces e escapou dos três break-points que enfrentou. O campeão conseguiu duas quebras no primeiro set e foi preciso para fechar a segunda parcial no tiebreak. No sábado, Mendez havia havia vencido Djuric na semi por 7/5 e 7/6 (7-3).

 

 

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por ITF Tennis (@itftennis)

“Foi uma ótima partida contra o Rodrigo, que é um grande amigo. Éramos colegas de quarto esta semana e nos divertimos muito juntos. Fiquei muito feliz em dividir a quadra com ele na final”, disse o austríaco após a conquista do título. “Eu estava mentalmente bem nos últimos dias. O lado mental era um dos meus maiores problemas, mas nos últimos dois ou três meses tenho lidado muito melhor com isso e estou muito feliz”.

“Houve momentos durante a final em que o meu interior não estava nada calmo, mas consegui não demonstrar e pude terminar a partida do jeito que queria. Eu gostei e gostei muito da semana inteira. A oportunidade de tocar em palcos como este é incrível”, acrescentou o austríaco, que tem seis pontos no ranking de simples da ATP.

Campeões recebem apoio financeiro para o circuito
Os campeões de 2023 receberão uma bolsa de US$ 17 mil para serem usados auxílio financeiro para as viagens do circuito. Os valores são escalonadas em todos os níveis até aqueles na oitava posição, que receberão um mínimo de US$ 6 mil, que só podem ser utilizados para bancar as viagens ao longo da temporada.

Além disso, os títulos garantem 750 pontos no ranking, o que impulsionará sua busca para terminar a temporada de 2023 como o número 1 do juvenil. Uma boa posição no ranking da categoria é importante para que os tenistas garantam vagas diretas em torneios profissionais do ano seguinte, seguindo os programas de aceleração da ATP e da ITF. No circuito masculino, por exemplo, os campeões de Slam ou top 10 do ranking juvenil terão direito a oito vagas diretas em challengers no ano seguinte.

Olívia Carneiro e Victoria Barros conquistam seus maiores títulos
Por Mario Sérgio Cruz
outubro 22, 2023 às 12:36 pm
Olívia Carneiro foi campeã do ITF J200 de La Paz e se aproxima do top 50

Olívia Carneiro foi campeã do ITF J200 de La Paz e se aproxima do top 50

O fim de semana foi de conquistas para a nova geração do tênis feminino brasileiro. A paulista Olívia Carneiro e a potiguar Victoria Barros venceram os maiores títulos de suas carreiras no circuito mundial juvenil e darão saltos importantes no ranking da próxima segunda-feira.

Brasileira mais bem colocada no ranking mundial juvenil, ocupando o 74º lugar, Olívia Carneiro venceu o ITF J200 de La Paz, em quadras de saibro na Bolívia. Principal cabeça de chave, ela superou na final a colombiana Maria Paula Vargas, de 18 anos e 161ª do ranking, por 6/3 e 7/5.

Este é o terceiro título de ITF na carreira de Olívia e o mais expressivo deles, até então ela havia vencido torneios em Gaspar e São Paulo que equivalem aos atuais J30 com a nova nomenclatura do circuito. A paulista de 17 anos e atleta da Rede Tênis Brasil recebe 200 pontos no ranking, descartando apenas 60, e certamente terá sua melhor marca. Ela será a número 50 do mundo partir da próxima segunda-feira.

“Foi um título muito importante pra mim. Óbvio que para somar pontos para jogar as chaves principais de Grand Slam ano que vem, mas também para a minha confiança. Estou trabalhando duro no dia a dia e tentando focar no processo, sem focar em resultados, mas eventualmente com o bom trabalho consegui ganhar esse torneio então estou muito feliz”, disse Olívia Carneiro, que segue para a disputa agora quatro torneios profissionais em Monastir, na Tunísia, a partir do dia 6 novembro pelo Programa de Desenvolvimento da ITF.

Victoria superou rodada dupla e venceu seu 4º ITF
Em sua temporada de estreia no circuito mundial juvenil da ITF, a potiguar de apenas 13 anos Victoria Barros disputou sua quinta final e conquistou o quarto título da carreira. Ela superou uma rodada dupla neste domingo para vencer o ITF J100 de Dubrovnik, em quadras de saibro na Croácia.

Victoria iniciou o dia vencendo a croata de 14 anos Ana Petkovic, que ocupa apenas o 1.795º lugar do ranking, por 7/5 e 6/4. Horas depois, ela disputou a final contra a eslovaca de 14 anos Mia Pohankova, cabeça 2 do torneio e 214ª do ranking, e venceu por 6/4 e 7/6 (7-3).

Victoria Barros tem quatro títulos e um vice em sete torneios disputados na categoria 18 anos

Victoria Barros tem quatro títulos e um vice em sete torneios disputados na categoria 18 anos

Atual 324ª do ranking mundial categoria, acumula acumula 30 vitórias em 33 jogos disputados em torneios da Federação Internacional, com direito a quatro títulos, um vice e mais três semifinais. Com os 100 pontos conquistados e apenas 36 a descrartar. Ela entra top 300 e chega ao 257º lugar, jogando contra meninas até cinco anos mais velhas. Seu próximo compromisso será um ITF J200 na Hungria.

Nascida em Natal e com passagem por projetos sociais de São Paulo e Curitiba, Victoria começou a se destacar em competições internacionais de sua categoria e defendeu o Brasil no Sul-americano e Mundial de 14 anos na temporada passada. Ela se mudou para a França no início do ano e passou a treinar na academia de Patrick Mouratoglou. Além de viajar com o técnico Sliman Taghzouit durante o circuito, ela também tem a companhia da mãe, Maria Luiza, nos torneios. Ela voltou à Croácia depois de seis meses. Em abril, foi campeã de simples e duplas em torneio de 14 anos na academia de Ivan Ljubicic.

Bossi disputou sua primeira semi como profissional

Camilla Bossi, de 20 anos, chegou à semifinal do ITF de Monastir depois de seis vitórias (Foto: André Gemmer/DGW Comunicação)

Já pelo circuito profissional, a jovem paulista de 20 anos Camilla Bossi fez sua melhor campanha. Ela saiu do quali e venceu seis jogos seguidos até a semifinal do ITF W15 de Monastir. Sua campanha foi encerrada no último sábado, em jogo equilibrado contra a norte-americana Hina Inoue, principal cabeça de chave e 505ª do mundo, que venceu por 6/7 (5-7), 6/4 e 6/2.

Até então, a melhor campanha de Bossi no tênis profissional era de quartas de final no ano passado, no Rio de Janeiro. Vinda do circuito universitário norte-americano, Bossi disputou apenas seu terceiro torneio profissional na temporada e furou três qualis na Tunísia, vencendo por chaves principais em dois deles. Ela precisa pontuar em três chaves distintas ou acumular 10 pontos para entrar no ranking da WTA.

Durante o quali, ela venceu a canadense Keira Blackbeard, a russa Anastasia Mozgaleva e a italiana Gala Arangio. Na chave principal, passou por mais duas italianas, Maria Vittoria Viviani e Francesca Covi, além de ter vencido a mexicana de 16 anos Lya Fernandez.

Thiago Santana é finalista dos 14 anos na Bolívia
Pela categoria 14 anos, Thiago Santana chegou à final na Bolívia e foi superado pelo argentino Demian Agustin Luna por 6/2 e 6/3. Matheus Menegazzo e João Guilherme Faggioni também foram semifinalistas nos 14 anos, enquanto Luis Augusto Miguel chegou à semi nos 16.

Thiago Santana foi campeão de duplas nos 14 anos ao lado do boliviano Matias Rivero Villena. Eles venceram na final o brasileiro Antonio Marques e o colombiano Samuel Pedraza por 6/3 e 7/6. Outro título de duplas veio com Sofia Albieri, nos 16 anos feminino. Ela e a boliviana Luciana Trigosso venceram a peruana Fernanda Escudero Villanueva e a argentina Sofia Meabe por 3/6, 6/3 e 10-6.