Caso o leitor seja superantenado, e eu esteja falando demais do sistema Play and Stay, sendo repetitiva, insistente, peço que me desculpem. Mas, neste caso específico, prefiro pecar pelo excesso que pela falta de informações.
Como tenho ministrado cursos de capacitação de professores constantemente, e tido a sorte de encontrar professores de vários pontos do País, posso dizer que acompanho pelo menos em parte como as ações da Federação Internacional de Tênis e da Confederação Brasileira de Tênis repercutem por este "Brasilzão" afora.
Em todos os cursos que ministrei, os professores experimentaram as bolas do Play and Stay nas quadras proporcionais a cada uma delas: bola vermelha-quadrinha pequena, bola laranja-3/4 de quadra e bola verde na quadra oficial. Todos concordam que as bolas funcionam, que facilitam o aprendizado, e que podem ser usadas inclusive para melhorar a técnica de quem já sabe jogar. Então, por que poucos professores usam?
Bem, dificuldade em encontrar as bolas é um primeiro argumento contra. O preço mais caro dessas bolas seria um segundo argumento. Pois já vamos quebrar esta argumentação com algumas boas notícias:
É importante que os professores saibam indicar a melhor bola para seu aluno comprar para praticar entre as aulas. Esta medida, além de fazer com que seu aluno desenvolva mais trocas de bolas com amigos e família e melhore sua técnica de jogo, movimenta o mercado. Ao chegar em sua loja favorita e pedir "Meu professor indicou que eu compre a bola verde, o Sr. tem?", seu aluno irá gerar uma demanda, e o lojista ficará mais confiante em comprar um estoque, e assim mais pessoas poderão jogar com as bolas que favorecem trocas de bolas em seu nível de jogo. Simples assim.
Também entendemos que a pressão financeira pode ser um fator limitante. Mas dar aulas no sistema P&S não exige um número muito grande de bolas: 12 de cada cor são suficientes, para atividades de cooperação dois a dois, para começar. O importante é que o professor tenha bem claro para si que facilitar o jogo para alunos iniciantes é muito importante para que eles tenham a sensação de jogar este esporte que tanto amamos desde a aula 1. Facilitar é a chave!
Darei um exemplo claro do que estou falando. Há duas semanas, numa das academias mais prestigiadas de São Paulo, assisti a uma aula onde o professor estava dando um treino de resposta de saque. Ele colocou seu assistente para sacar, ficou ao lado do aluno dando instruções o tempo todo - ou seja, estava realmente empenhado na melhora do aluno - e o aluno não conseguia responder a nenhum saque.
Obviamente o assistente estava sacando forte demais, com uma velocidade de bola inadequada (usando uma bola normal ao invés de uma bola verde ou laranja). E se o professor usasse estratégias para facilitar? Diminuindo o tamanho da quadra ou a velocidade da bola? Será que o aluno não teria mais sucesso?
Pensar em facilitar as tarefas para que o aluno obtenha sucesso nos fundamentos que se quer passar faz parte do conhecimento pedagógico básico de um bom professor. E facilitar passa pela utilização das bolas corretas. É muito simples, e funciona!
Com as ferramentas do P&S teremos mais chances de trazer e manter por mais tempo praticantes de tênis de todas as idades. E não há contra-indicação para o esporte saudável e divertido. Play!