Instrução | Equipamento
Conheça tudo sobre os overgrips
Por Fabrizio Tivolli
24/01/2011 às 14h20

Amigos, conforme o prometido na última matéria, segue uma descrição e um guia sobre o equipamento que complementa nossa "pegada" na raquete de tênis, o overgrip. 

Como o próprio nome diz, o overgrip é, na maioria dos casos, um item que é instalado acima do cushiongrip, em geral muito fino, apesar de a espessura sutilmente variar de modelo para modelo ou de marca para marca. Portanto, seu uso não altera muito sensivelmente a grossura do cabo, quando colocado mais esticado por exemplo. A escolha do overgrip adequado varia muito da necessidade e prioridade de cada tenista.

Podemos classificá-los em quatro famílias:
1- Apenas como complemento, a fim de evitar que o cushion estrague mais rápido (pois os overgrips, em geral, tem custo bem menor que um cushion);

2- Os que podem ser usados para maximizar o efeito de absorver o suor (no caso dos modelos que buscam máxima absorção, principalmente quando combinados com um cushion também absorvente como conhecemos na matéria anterior);

3- Para o caso de tenistas que buscam o máximo de aderência, pois existem modelos extremamente emborrachados e/ou com ranhuras que garantem melhor tração, como veremos a seguir e;

4 - Os overgrips para durabilidade.

É muito importante salientar, que o ideal é não deixar o overgrip tempo demais na raquete, pois ele tem uma vida útil limitada e muitos tenistas o mantém durante tempo demais, acabando com todos os benefícios que eles podem trazer. Não existe um tempo correto de troca, pois depende do grau de exigência do jogador, bem como da frequência de jogos semanais. Outro fato a ser lembrado é que não se deve usar vários grips um acima do outro, pois isso interfere no balanço e peso da raquete, além de acabar com o formato do cabo. É comum um par ou trio de raquetes aparentemente iguais estarem diferentes por conta disso. 

Vários jogadores, amadores ou profissionais, resolvem abdicar do cushiongrip e usar apenas 1 ou 2 overgrips para buscar o máximo de "feeling" no cabo da raquete, pois o formato do cabo e do "copinho", ou terminal do cabo, ficam mais evidentes proporcionando um melhor tato.

Gustavo Kuerten, por exemplo, usava apenas o overgrip no cabo de sua raquete, mas lembrem-se que a colocação correta é muito importante, pois instalar um grip mais ou menos esticado, com tarjas mais ou menos largas, etc, trará resultados diferentes, como maior conforto ou maior feeling. Por esses motivos, recomendo que o tenista sempre faça os testes para, na prática, saber as reais diferenças que poderão acarretar em seu jogo e para ajudá-los na escolha mais correta possível.

Segue um guia de alguns modelos de overgrips existentes no mercado e suas características: 

Overgrips para serem usados como complemento: é usado sem grandes pretensões, mais para proteger o cushion. Em geral são os grips intermediários, ou seja, são mais versáteis e genéricos, costumam ser lisos. Quase todas as características dos grips dessa família são medianas, ou seja, normalmente eles terão rendimento médio em espessura, durabilidade, absorção e aderência. Consequentemente, são usados por jogadores que não tenham características que exijam grips mais específicos. Exemplos: Prince Maxtac, Babolat Syntec (Nadal) ou Vc original, Head Confortac, Gamma Supreme, etc. Obs: o melhor overgrip dessa família é o Babolat Symbio, que apresenta maior absorção e tem tecnologia antibactéria. 

Overgrips para absorção de suor: são os overgrips que tem tecnologias e materiais que possibilitam a máxima absorção de suor, em geral são aqueles que lembram um "veludo" e agem como se fossem uma toalha. Costumam durar menos por absorverem mais, por isso, devem ser trocados com maior frequência. Exemplo: Tourna grip. Começaremos pelo famoso "grip do Sampras", pois o Tourna grip nada mais é do que um overgrip com outro nome e é o que mais absorve suor (apesar de durar um pouco menos); Babolat Pro Team, Wilson H2over, etc. 

Overgrips para aderência: possuem películas que possibilitam que eles "grudem na mão", são extremamente emborrachados, variam bastante, pois enquanto alguns deles são lisos, outros possuem ranhuras para maior tração ou orifícios para absorver o suor combinando com a aderência. Exemplos: Wilson Pro Overgrip (Federer-liso) ou Pro Overgrip Tacky (com orifícios), Head Xtremetrack (ranhuras) ou Xtremesoft (orifícios), Yonex Supergrap (Liso), Babolat Mygrip (ranhuras), etc. 

Overgrips para durabilidade: normalmente são os mais grossos e não costumam proporcionar absorção de suor ou aderência, mas oferecem boa durabilidade e menos custo. Exemplos: Pro Kennex, Babolat Easy grip, Sigma, Tecnifibre, etc. 

Torno a frisar que a empunhadura é uma área essencial que merece nossa atenção, por isso, como sempre, recomendo que façam testes baseados em suas prioridades e fiquem ligados no rendimento que tanto o cushion quanto o overgrip pode estar fazendo ao seu jogo. Saibam que o uso contínuo do overgrip não significa que o cushion não deve ser trocado (mesmo que com menor frequência), principalmente para os jogadores que transpiram demais nas mãos. Não se esqueçam de mandarem as dúvidas em meu e-mail! 

Grande abraço e ótimo 2011 para todos nós! 

Um dos mais renomados especialistas em equipamentos para tênis do Brasil, com quase duas décadas de experiência. Encordoador oficial do Australian Open 2017; encordoador oficial do Brasil Open em 3 oportunidades além de outros torneios ATP nível Challenger. Membro da Associação Europeia de Encordoadores. Certificado pelo francês Lucién Nogues durante a convenção Babolat Brasil. Esteve presente em Roland Garros 2017, convidado para acompanhar a sala de encordoamento do torneio e últimas tendências do circuíto. Autor de dezenas de matérias sobre equipamentos de tênis nos maiores veículos de comunicação do esporte. Proprietário e responsável pela área de tênis no grupo Tivolli Sports/Raquetemania, em Alphaville -SP.

fabrizio@raquetemania.com.br


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