Instrução | Equipamento
Quer mais controle da bola? Conheça as opções.
Por Fabrizio Tivolli
13/08/2012 às 14h20

Cada vez mais, tenho acompanhado vários tenistas à procura de uma raquete que lhes proporcione maior controle de bola. Esse tipo de raquete certamente traz muito mais firmeza, controle, e por ter o aro mais fino oferece menos atrito com o ar, ajudando também nos efeitos. Em contrapartida, apesar de oferecer inúmeros benefícios ao jogo, elas também exigem mais do tenista em alguns quesitos, como veremos a seguir.

Todas as marcas fabricantes de raquetes têm em sua família modelos voltados para o extremo controle. Esses modelos estão, na maioria dos casos, nas mãos dos jogadores profissionais que vemos no circuito, além de nas de diversos juvenis e até veteranos que jogam competitivamente.

A primeira pergunta que muitos tenistas amadores fazem é: Será que eu também posso usar esse tipo de raquete? Bom.... Vamos analisar: Raquetes desse tipo possuem inúmeras características que as fazem controlar mais a bola, como o peso mais elevado, distribuição de peso mais voltada para o cabo, aro mais fino, cabeças menores e maior número de cordas x tamanho da cabeça. Todos esses valores, quanto mais "radicais",mais ajudarão a controlar, muito embora realmente exijam do tenista um swing, em 80 a 85% das suas batidas, bem longo e na mesma proporção batidas em uma área mais centralizada do aro. Isso a fim de ter o máximo de rendimento e evitar problemas com lesões, pois se um tenista usa uma raquete desse tipo e bate muitas vezes fora do centro ou com swing mais curto do que a raquete pede, a chance de gerar maior vibração na raquete aumenta muito, trazendo problemas. A boa notícia é que as raquetes de tecnologias atuais têm expandido bastante a área de batida, mesmo em cabeças menores, e reduzido bastante as vibrações. Concluindo este raciocínio, na minha opinião tenistas amadores podem sim usar esse tipo de raquete, desde que atendam os requisitos acima!

Acho fundamental que o jogador tenha bem definido em sua cabeça suas reais necessidades no jogo e onde quer chegar, pois é muito simples: esse tipo de raquete não é nenhum "bicho papão", mas realmente não pode ser usado por um iniciante no tênis, por crianças ou jogadores que tenham swing curto ou médio. Sabendo que esse tipo de equipamento está na mão dos ídolos que vemos na TV, muitas pessoas querem a mesma raquete dos profissionais (aconteceu muito na época do Guga e do Sampras) e não tinham o swing que a raquete exigia. Isso resultou em um grande contingente de amadores com lesões (principalmente de cotovelo e ombro). As fabricantes de raquetes, felizmente, passaram a criar modelos com a mesma cosmética e tecnologias das raquetes dos pro's, mas com configurações mais "soft".

Aos que não se encaixam no que foi dito acima e caso estejam percebendo que suas raquetes atuais estão soltando muito a bola, que estão tendo que restringir seus movimentos para a bola entrar na quadra (o que é altamente prejudicial) ou que está faltando peso em suas raquetes e em seus golpes, SIM, está na hora de procurar uma raquete de maior controle.

Outro fator determinante para o sucesso do uso de uma raquete de controle é o tipo de encordoamento e tensão que será usado, pois uma corda mais macia e com menos tensão ajudará a raquete a oferecer certo controle. No caso dos profissionais, que usam cordas não tão macias (a maioria usa co-polímeros), o que se tem visto é uma grande redução de tensão, pois usando uma raquete tão firme e uma corda firme, não há necessidade, em muitos casos, de se usar uma tensão tão elevada, mesmo porque isso aumenta também o risco de lesões.

Vamos conhecer agora alguns dos principais modelos que se encaixam nessa linha de raquetes, presentes no mercado brasileiro:

Wilson BLX Pro Staff Six one Tour 90 -  É a raquete atual de Roger Federer, tem cabeça reduzida e alto peso. Talvez a raquete que mais ofereça controle entre as disponíveis no mercado.

Peso: 339 gramas (sem corda);
Balanço: 30,5 cms;
Número de cordas: 16 x 19;
Tamanho da cabeça: 90 sq. in.
Distribuição de peso: voltado para o cabo;

Head Youtek Prestige IG Mid Plus - Uma das raquetes de maior firmeza da marca austríaca. É um modelo clássico, que oferece área de batida um pouco maior, menos radical em termos de peso;. Foi o modelo usado por Gustavo Kuerten em praticamente toda sua carreira. Dsponível também nos modelos "Pro"e "Mid size".

Peso: 320 gramas (sem corda);
Tamanho da cabeça: 98 Sq.In. ;
Número de cordas: 18 x 20;
Balanço: 31,0 cms;
Distribuição de peso: voltado para o cabo.

Dunlop Biomimetic 300 Tour-  Modelo usado por Jurgen Melzer. Trata-se de uma raquete bem semelhante à Prestige Mid plus, pois suas configurações são praticamente idênticas.

Peso: 320 gramas (com corda);

Número de cordas: 18 x 20;
Tamanho da cabeça: 97 Sq.In.
Balanço: 32,0 cms;
Distribuição de peso: levemente voltado para o cabo.

Babolat Pure Storm Tour GT - Dentre as citadas anteriormente, esta raquete oferece maior potência e área de batida, porém um pouco menos de controle. Foi usada pelo chileno Fernando Gonzalez em praticamente toda sua carreira.

Peso: 320 gramas (com corda);
Número de cordas: 16 x 20;
Tamanho da cabeça: 98 Sq.In.
Balanço: 31,0 cms;
Distribuição de peso: Voltado para o cabo.

Prince Exo3 Tour 16 x 18 - Raquete usada pelos espanhóis David Ferrer e Juan Carlos Ferrero, é um bom meio termo entre potência e controle - apesar de soltar mais a bola, competitivamente falando. No mais, é uma raquete que devido às suas tecnologias oferece menor atrito com o ar, sendo muito eficiente para batidas com efeitos.

Peso: 310 gramas (com corda);
Número de cordas: 16 x 18;
Tamanho da cabeça: 100 Sq.In.
Balanço: 31,0 cms;
Distribuição de peso: Moderadamente voltado para o cabo.

Caso tenham maiores dúvidas sobre as raquetes, acessem o site ww.raquetemania.com.br. Nele existem perguntas frequentes feitas por internautas nos tópicos de cada uma dessas raquetes, além de maiores descrições.

 

Grande abraço e até a próxima!

Um dos mais renomados especialistas em equipamentos para tênis do Brasil, com quase duas décadas de experiência. Encordoador oficial do Australian Open 2017; encordoador oficial do Brasil Open em 3 oportunidades além de outros torneios ATP nível Challenger. Membro da Associação Europeia de Encordoadores. Certificado pelo francês Lucién Nogues durante a convenção Babolat Brasil. Esteve presente em Roland Garros 2017, convidado para acompanhar a sala de encordoamento do torneio e últimas tendências do circuíto. Autor de dezenas de matérias sobre equipamentos de tênis nos maiores veículos de comunicação do esporte. Proprietário e responsável pela área de tênis no grupo Tivolli Sports/Raquetemania, em Alphaville -SP.

fabrizio@raquetemania.com.br


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