Em sua quarta edição, o Rio Open pode se despedir do saibro já na próxima temporada. Não é de hoje que a organização do torneio se mexe nos bastidores do circuito para poder trocar de superfície e migrar para o sintético, alegando que esta mudança seria benéfica para o evento, que assim poderia trazer mais nomes de peso.
"O processo já começou. Faz um ano em que a gente vem fazendo essa politicagem para tentar a mudança. Acho que, mais do que o envio de material e coisas oficiais, é preciso sentir o momento certo para fazer um pedido desses, as peças precisam se encaixar no momento certo", explicou Luiz Procópio Carvalho, diretor do torneio
"O momento é muito bom, a ATP está fazendo uma revisão do plano de 10 anos. O então presidente da ATP Cliff Drysdale mudou o circuito de 2008 para 2009, recategorizou os torneios e fez um contrato com os torneios por 10 anos. Depois disso pode haver uma mudança bem grande e é agora que estão estudando as reestruturações necessárias", acrescentou Lui.
A mudança de piso, que poderia deixar os jogadores brasileiros descontentes, parece não ser problema. "O que for melhor para o tênis está bom para mim, penso mais neste lado. O Rio Open é um torneio muito grande e o que for melhor para ele eu vou apoiar", disse o paulista Rogério Silva. "A quadra dura é sempre bem-vinda, eu pessoalmente prefiro. Até porque assim poderíamos usar o Parque Olímpico, que foi construído para os Jogos", pontuou o mineiro Marcelo Melo.
A proximidade com os Masters 1000 norte-americanos também foi levantada pela organização do torneio. "Você tem um Grand Slam e depois dois Masters 1000 e a gente está espremido no meio disso, são três continentes diferentes e dos 20 melhores do mundo só um prefere jogar no saibro, que é o (Rafael) Nadal. Além disso a maioria é da Europa, ou seja, quando você sai da Austrália quer passar em casa, pois depois vão ficar um mês fora entre Indian Wells e Miami, então em cima disso ainda tem o saibro aqui e a luta fica desleal. Não é uma questão apenas de dinheiro", explicou Lui, referindo-se ao pagamento tradicional de cachês às grandes estrelas.
Questionada por TenisBrasil sobre a possibilidade de mudança, a ATP foi protocolar em sua resposta. "O ATP 500 do Rio de Janeiro está atualmente aprovado para acontecer como um evento no saibro dentro do Jockey Club Brasileiro. Qualquer alteração na superfície ou local requer a aprovação da ATP. Estamos cientes da especulação na mídia, porém não há nada para comentar nesta fase", afirmou Simon Higson, vice-presidente de comunicação.