Paris (França) – As afirmações polêmicas da australiana Margaret Court, de 74 anos, ex-número 1 do mundo e hoje pastora, contra os homossexuais e casamento entre pessoas do mesmo sexo na quarta-feira continuam a repercutir mal no meio tenístico. O canadense Milos Raonic, nº 6 do mundo, disse nesta sexta-feira que está chocado com os comentários da ganhadora de 24 títulos de Grand Slam. Court afirmou que o tênis está “cheio de lésbicas” e há uma semana em carta aberta se disse contra o casamento gay. Margaret Court também afirmou que os transexuais são “influenciados pelo demônio”.
Suas afirmações causaram especulações sobre uma possível recusa a jogar no Melbourne Park, que homenageia sua segunda principal arena com o nome da lendária tenista.
"Eu acho que são comentários realmente chocantes de se ouvir”, afirmou Raonic, depois de se classificar para as oitavas de final de Roland Garros. "Não vou entrar necessariamente em política, mas acho que deveria haver algum tipo de desculpas."
Martina Navratilova chamou Court de "homofóbica" e pediu a mudança do nome do estádio, enquanto que Andy Murray, nº 1 do mundo, e os australianos Nick Kyrgios, Samantha Stosur e Jamiee Fourlis expressaram sua desaprovação.
“Não vejo por que alguém se incomoda que duas pessoas que se amam se casem. Se é dois homens, duas melhores, isso é ótimo”, afirmou Murray. “Não vejo por isso deveria importar. Não é da conta de ninguém. Todos, em minha opinião, devem ter os mesmos direitos.”
Duas jogadoras declaradamente gays, a holandesa Richel Hogenkamp e a australiana Casey Dellacqua também criticaram Court e são a favor da mudança de nome da atual Margaret Court Arena.