Rio de Janeiro (RJ) - As sete derrotas brasileiras em simples neste Rio Open, três na primeira rodada da chave principal e outras quatro no quali, deixaram os saudosistas da época de Guga lamentando a falta de qualidade no tênis nacional. Contudo, o próprio Gustavo Kuerten não vê por aí e acredita que apenas de tudo o que conquistou ele foi apenas um ponto fora da curva no tênis brasileiro.
"Não estava bom naquela minha época, mesmo tendo um cara número 1 como eu. Nunca esteve realmente bom, acontecia que o tênis era apenas mais conhecido", declarou o catarinense em entrevista coletiva nesta quinta-feira. Ele defendeu principalmente os derrotados na chave principal, lembrando que Thomaz Bellucci, Thiago Monteiro e Rogério Silva tiveram duros rivais pela frente.
"O resultado não dá para medir o momento do tênis, mas reflete a situação que é mais comum de acontecer", comentou Guga, que não se esqueceu dos mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares. "Na dupla temos dois caras muito bons, que para nós é uma coisa acima da média. Não temos algo para ter substância maior como ter sempre dois caras garantidos na chave principal, um deles indo para as quartas", acrescentou.
Ex-número 1 do mundo, ele lamentou a situação atual em que pouco se fez após os Jogos Olímpicos do Rio, quando poderia ter sido dado uma guinada neste assunto. "Se estivéssemos conversando há seis anos, minha expectativa seria muito maior, pois estávamos com uma Olimpíada pela frente. Só que depois dela tudo foi ladeira abaixo, não houve planejamento", comentou.
"Nosso tênis não dá grandes oportunidades ainda, nossas metas são mudar um pouco o cenário. Por isso trabalhamos para ter mais escolas pelo Brasil e mais treinadores capacitados", acrescentou o catarinense, que trabalha com sua fundação justamente para criar escolinhas de tênis para as crianças e também na formação de professores e profissionais da área.