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Kirmayr não vê panorama favorável a evolução
24/02/2018 às 07h30

Kirmayr foi homenageado pelo Rio Open neste ano

Foto: Fotojump
Felipe Priante

Rio de Janeiro (RJ) - A eterna busca de uma estrutura forte no tênis brasileiro não é um sonho de agora e vem passando de geração em geração. Um dos grandes nomes da história deste esporte, Carlos Kirmayr, que não só foi um jogador de destaque, mas também um técnico de renome, acredita que o panorama do tênis nacional não é dos mais favoráveis.

"Patrocinador não quer investir, são pouquíssimas as empresas que apostam no incerto. Eles querem mais é colocar dinheiro no certo. A CBT também não tem muito a oferecer agora, não tem verba sólida para fazer um programa de 10 anos, que no tênis é médio prazo, nem é longo prazo", declarou o ex-top 50 em simples e ex-top 10 nas duplas.

Kirmayr aponta que o momento atual do tênis nacional não é pior nem melhor do que já foi um dia. "Desde que me conheço como jogador o Brasil sempre teve 2 ou 3 entre os 100 do mundo, às vezes um pouco mais ou um pouco menos", observou o paulista que destacou o catarinense Gustavo Kuerten como uma estrela maravilhosa, mas que veio solitária.

"Não houve nenhum trabalho para aproveitar essa ventania a favor e o Guga durou seis ou sete anos e essa estrela apagou e voltamos ao panorama de antes. Estamos iguais ao que sempre fomos", resumiu o ex-tenista que recebeu uma homenagem da organização do Rio Open nesta quinta-feira.

Ele ressaltou que a questão financeira é importantíssima para o desenvolvimento do esporte. "O pai que investe a fortuna que precisa ser investida em um filho e que acha que com 18 anos pode parar não sabe que é aí que complica, pois as despesas passam a ser muito maiores. Você precisa ater um bom técnico e tudo fica dobrado", comentou

"É como na F1, são muitos pilotos bons, mas só poucos tem dinheiro para chegar lá", acrescentou Kirmayr, que também fez uma analogia com o futebol. "Tem mais de mil jogadores de futebol ganhando bem ao redor do mundo e muitos mais vivendo do futebol, no tênis não tem. São 200 homens e mulheres se tanto", encerrou o ex-treinador de nomes como a argentina Gabriela Sabatini e o francês Cédric Pioline.

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