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Soderling sente que poderia ter chegado mais longe
14/12/2018 às 15h25

Ex-número 4 parou de jogar aos 27 anos e chegou a ser treinador na última temporada

Foto: SkiStar Swedish Open/Linda Carlsson

Estocolmo (Suécia) - Ex-número 4 do mundo e duas vezes finalista de Roland Garros, Robin Soderling encerrou precocemente sua carreira profissional no tênis, quando ainda tinha 27 anos em 2011, depois de ter sido diagnosticado com mononucleose e não conseguir recuperar as condições físicas ideais para retomar a rotina no circuito.

Atualmente com 34 anos, o sueco vive do tênis, já que é diretor do ATP 250 de Estocolmo, mantém uma empresa que desenvolve bolas e teve uma experiência como treinador ao lado do jovem compatriota de 22 anos Elias Ymer, mas sente que poderia ter ido mais longe na carreira de tenista profissional.

"Agora mais fácil de falar sobre a minha carreira, mas eu penso sobre o que poderia ter sido", disse Soderling, em entrevista ao Podcast Tennis With An Accent, da Radio Influence. "Quando me aposentei, estava muito bem no ranking e enfrentava muitos dos jogadores que agora fazem finais ou ganham títulos de Grand Slam como Wawrinka Cilic e Nishikori. Eu tinha um retrospecto empatado ou melhor contra eles. É difícil não pensar no que teria acontecido se eu pudesse continuar jogando por mais alguns anos. O top 10 de hoje é praticamente o mesmo de quando eu jogava".

Uma das maiores vitórias da carreira de Soderling aconteceu no ano de 2009 em Roland Garros. Algoz de Rafael Nadal nas oitavas de final do torneio, o sueco só parou diante de Roger Federer na final. Até hoje é um dos dois jogadores a superar o onze vezes campeão do Grand Slam francês em seu torneio favorito. O único a repetir a façanha foi Novak Djokovic, nas quartas de final de 2015.

"As pessoas poderiam dizer que vencer Nadal foi a melhor coisa, mas o que me deixa mais orgulhoso é ter defendido a final no ano seguinte. A primeira final veio quase do nada", admite o ex-jogador profissional. "Eu estava em 20º lugar do ranking e nunca havia passado das oitavas de final em nenhum Slam e, de repente, eu estava na final. Mas no ano seguinte, eu consegui fazer o mesmo", comenta o sueco, que acabou reencontrando Nadal na final de 2010, mas ficou com seu segundo vice-campeonato consecutivo.

Com vitórias expressivas sobre Nadal e Federer na carreira, Soderling acredita que tinha mais dificuldades para enfrentar o suíço. "Eu sempre tive mais problemas para lidar com Roger. Isso não significa que ele seja um jogador melhor do que Rafa, mas que têm estilos diferentes e que o jogo de Rafa se encaixa melhor para mim", avalia o sueco que tem duas vitórias em oito jogos contra o espanhol e tem apenas uma vitória em 17 duelos contra o suíço.

"Roger me fazia jogar pior, então era muito difícil de jogar contra ele. Acho que joguei duas partidas extraordinárias em Roland Garros e diria que contra o Roger em 2010 eu joguei ainda melhor do que contra o Nadal em 2009. Ganhar do Rafa foi uma sensação maravilhosa, ninguém esperava que eu vencesse esse jogo, eu mesmo não tinha expectativas antes do jogo", relembra o vencedor de dez títulos de ATP.

Soderling gostou da experiência como treinador com Ymer, mas não deve seguir essa carreira neste momento, já que teria que ficar muito tempo longe dos filhos. "Eu aproveitei muito, mas infelizmente tive que parar porque tenho uma família e dois filhos. Viajar de 25 a 30 semanas por ano me fez ficar longe de casa por muito tempo, e agora é difícil fazer isso com crianças pequenas. Mas no futuro seria algo que eu adoraria fazer novamente, porque eu gostava de ser um treinador, era quase como ser um jogador de novo".

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