Melbourne (Austrália) – Campeã de 24 torneios de simples de Grand Slam, seis deles em casa, a australiana Margaret Court está se sentindo desconfortável no ano em que comemora os 50 anos de sua façanha: ganhar os quatro torneios de Grand Slam em 1970. Court pediu à Tennis Australia que "sente e converse comigo" e afirmou que não vai voltar ao Melbourne Park a menos que seja formalmente convidada e sua façanha reconhecida adequadamente. Além dos seis títulos de simples do Aberto da Austrália, a lendária tenista australiana é pentacampeã de Roland Garros e do US Open e tetracampeã de Wimbledon.
No início do ano, a Tennis Australia comemorou os 50 anos do Grand Slam de Rod Laver. Mas está pisando em ovos quanto à forma de homenagear sua maior tenista, cuja oposição à homossexualidade e ao casamento gay a tornou uma pessoa polêmica, muito criticada no meio tenístico por figuras importantes como Billie Jean King e Martina Navratilova, assumidamente gays e casadas. Houve até sugestões para que seu nome fosse retirado da segunda quadra mais importante do Melbourne Park.
A presença de Margaret Court na próxima edição do Aberto da Austrália pode resultar em protestos de defensores dos direitos dos gays. Court é pastora pentecostal desde 1991 e fundou seu templo em Perth em 1995. Ela era uma presença constante no Aberto da Austrália, mas não comparece desde 2017, quando sua posição contrária ao casamento entre pessoas do mesmo sexo se tornou impopular.