Londres (Inglaterra) - O ex-número 1 do mundo Mats Wilander defende que o tênis encontre meios de renovar sua audiência. O sueco, vencedor de sete títulos de Grand Slam, é atualmente comentarista de TV e explicou que a média de idade dos espectadores do circuito é superior a 50 anos e que uma das formas de conquistar novos fãs é investir nos jogadores mais jovens.
"Agora é a hora de mudar a marca do esporte para atrair um público mais jovem. Talvez possamos ver mais eventos conjuntos, com homens e mulheres, para que os jovens jogadores possam ser melhor comercializados", disse Wilander, em entrevista por telefone à agência Reuters.
"Temos uma nova geração masculina e feminina com ótimos atletas e ótimas atitudes, mas que perdem um pouco do centro das atenções enquanto jogadores como Roger Federer, Rafa Nadal e Novak Djokovic continuam jogando", acrescentou o sueco, que vislumbra uma perda de interesse pelo esporte quando essas grandes estrelas pararem de jogar. "A verdade é que, e eu odeio dizer isso, quando Roger parar em um ou dois anos, perderemos o melhor jogador de todos os tempos em termos de interesse".
Em meio à discussão sobre juntar as direções da ATP e WTA para fortalecer o circuito, o ex-número 1 do mundo vê a iniciativa com bons olhos. Além de destacar a igualdade nas premiações para homens e mulheres nos Grand Slam, o sueco acredita que essa união de forças seria mais fácil para vender ingressos e pacotes de televisão.
"O tênis sempre esteve na vanguarda da igualdade entre os prêmios masculinos e femininos. Este é o momento perfeito para, de alguma forma, criar uma relação de trabalho conjunta", avaliou o sueco. "Sei que alguns torneios não funcionam com duas chaves, mas outros sim. É um questão de dados demográficos, flexibilidade e adaptação ao mercado. Mas é necessário que o tênis atraia fãs mais jovens daqui para frente. A idade média dos fãs de tênis é superior a 50 anos".
Wilander também comentou sobre a situação dos jogadores de ranking mais baixo, que têm passado por várias dificuldades financeiras por conta da paralisação do circuito. "Talvez os fãs não queiram assistir os jogadores entre o número 100 e 300 do mundo, porque não sabem seus nomes, mas o nível é extremamente alto, e são eles que formam o circuito. Você sempre terá o número 1, eles vêm e vão, mas também não podemos perder esses jogadores. Esperamos que, quando voltarmos, o caminho para o tênis profissional seja mais fácil e organizado".