Nova York (EUA) - Apenas dois dias depois de ser campeão do Masters 1000 de Cincinnati, Novak Djokovic voltou à quadra nesta segunda-feira. Mesmo com todo o desgaste depois de cinco jogos na semana passada, o número 1 do mundo confirmou seu amplo favoritismo e venceu um duelo de poucas emoções contra o bósnio Damir Dzumhur por 6/1, 6/4 e 6/1 em 1h58 de partida.
"Tive dois dias para descansar das semis e final duras da semana passada, me sinto fisicamente muito bem. É ainda melhor que não está tão úmido. E felizmente os Grand Slam têm 48h de folga entre um jogo e outro", disse Djokovic na entrevista logo após a partida. "Comecei bem, mas perdi o foco e foi um alívio ter fechado o segundo set por 6/4", reconheceu o sérvio. "Ele é um dos jogadores mais rápidos do circuito e você tem que estar concentrado porque a bola volta muitas vezes".
Novak Djokovic had it all going today.@Djokernole I #USOpen pic.twitter.com/6DTFZt8nIT
— US Open Tennis (@usopen) September 1, 2020
Djokovic não deu nenhum sinal do problema físico no pescoço, que o incomodava durante o último torneio, disputado no mesmo complexo. O sérvio agora terá mais dois dias de descanso antes de atuar pela próxima rodada. Seu adversário é o britânico Kyle Edmund, 44º do ranking, que venceu o cazaque Alexander Bublik por 2/6, 7/5, 7/5 e 6/0. Djokovic lidera o histórico contra Edmund por 5 a 1.
A vitória desta segunda-feira é a 24ª na temporada para Djokovic. Ele ainda não perdeu nenhum jogo em 2020. Em janeiro, ajudou a Sérvia a ser campeã da ATP Cup e também conquistou o Australian Open. No mês seguinte, venceu o ATP 500 de Dubai. Então, veio a paralisação do circuito por cinco meses, devido à pandemia da Covid-19. O próprio Djokovic pegou a doença. Já na semana passada, venceu o 35º Masters 1000 e o 80º ATP da carreira.
Sérvio em busca de recordes no torneio
Líder do ranking mundial, Djokovic tem 283 semanas como número 1. Ele certamente irá ultrapassar a marca de 286 de Pete Sampras no dia 21 de setembro. A partir de então, passa a perseguir o recorde de 310 semanas no topo, que pertence a Roger Federer. O sérvio de 33 anos pode ultrapassar essa marca a partir de 8 de março de 2021.
Dono de 17 títulos de Grand Slam, Djokovic também tenta encostar nos 20 títulos de Federer, que não disputa o US Open em razão de uma lesão e cirurgia no joelho direito. Seu outro concorrente direto em busca desse recorde é Rafael Nadal, que tem 19 conquistas e também não joga em Nova York. O espanhol não viajou para os Estados Unidos em razão da pandemia e vai focar sua preparação para a temporada de saibro, que acontece logo após o Grand Slam norte-americano.
Djokovic #USOpen (🎥@Eurosport_RU ) pic.twitter.com/Prd6XiS0WL
— doublefault28 (@doublefault28) August 31, 2020
Este foi o terceiro duelo entre Djokovic e Dzumhur e o sérvio segue invicto e sem perder sets. O bósnio de 28 anos já chegou a ser número 23 do mundo e tem três títulos de ATP. Ele aparece, entretanto, apenas na 103ª posição do ranking mundial. Dzumhur tem quatro vitórias contra top 10 na carreira e nunca passou da terceira rodada de um Grand Slam.
Primeiro set em ritmo de treino
O set inicial da partida foi muito tranquilo para Djokovic. Apesar de ter enfrentado um break point no game de abertura, o sérvio rapidamente abriu uma grande vantagem. Com devoluções profundas e muita consistência do fundo de quadra, o número 1 do mundo conseguiu duas quebras consecutivas e chegou a liderar o placar por 5/0. Além disso, Djokovic encaixou 87% de primeiros serviços em quadra durante o set inicial, e cedeu apenas sete pontos em seus games de serviço. Ele terminou a parcial com dez winners e dez erros.
Djokovic #USOpen (🎥@Eurosport_RU ) pic.twitter.com/QrjY5nHBW8
— doublefault28 (@doublefault28) September 1, 2020
A boa vantagem de Djokovic ficou ainda maior no início do segundo set, já que ele conseguiu uma quebra logo cedo. No entanto, ele permitiu o empate imediatamente e a parcial acabou sendo mais equilibrada. No game em que foi quebrado, aliás, o sérvio chegou a discutir com o árbitro depois de levar uma advertência por estourar o tempo para sacar.
Dzumhur também teve méritos para tornar o jogo mais duro. O bósnio usou mais slices e teve mais paciência para trabalhar os pontos, tentando diminuir o poder de ataque do sérvio. A estratégia também mexeu com a cabeça de Djokovic. Impaciente, o sérvio tentava encurtar um pouco mais pontos e vinha cometendo mais erros. No momento em que o sérvio foi um pouco mais paciente na construção dos pontos, além de contar também com erros e duplas-faltas do rival, ele conseguiu uma quebra no nono game e definiu o set logo na sequência.
O terceiro set foi meramente protocolar. Djokovic voltou a jogar de forma muito consistente e confiante, encontrando pouca resistência de seu adversário. Não demorou para que o sérvio conseguisse uma quebra. E com o saque afiado, não vinha correndo riscos. Dzumhur, que chegou a receber atendimento para um problema abdominal, conseguiu salvar um match point em seu saque, mas não escapou da derrota em sets diretos. Djokovic liderou a contagem de winnners por 32 a 24 e terminou o jogo com 29 erros contra 41 do rival.