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Djokovic é a favor de retirar os juízes de linha
03/10/2020 às 20h03

Djokovic acredita que a presença dos juízes de linha se sustenta apenas pela tradição

Foto: ATP

Paris (França) - Em meio às discussões feitas para a implantação do desafio eletrônico em quadras de saibro, o número 1 do mundo Novak Djokovic apresenta outra solução. O sérvio é a favor que os torneios não tenham mais juízes de linha. O formato já foi testado em exibições e também foi colocado em prática em um grande evento, na semana do Masters 1000 e do WTA Premier 5 de Cincinnati, transferidos excepcionalmente para Nova York este ano.

"A tecnologia é tão avançada agora que não existe mais razão para você manter os árbitros de linha na quadra. Essa é a minha opinião", disse Djokovic. "Com todo o meu respeito pela tradição e a cultura que temos neste esporte, quando se trata de pessoas presentes na quadra durante uma partida, incluindo os árbitros de linha, eu realmente não vejo razão para que os demais torneios não façam o que tivemos durante o Masters 1000 de Cincinnati".

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Via de regra, os principais árbitros de cadeira do tênis mundial iniciam a carreira ou têm as primeiras oportunidades em torneios grandes como juízes de linha. Djokovic também entende que há uma questão econômica para a implantação da tecnologia nas demais competições. "É claro que eu entendo que a tecnologia é cara, então há uma questão econômica, mas sinto que estamos todos caminhando para essa direção, e mais cedo ou mais tarde, não há razão para sejam mantidos os árbitros de linha".

Djokovic também se lembra de sua eliminação no US Open. O sérvio acertou uma bolada em uma árbitra de linha durante o jogo contra Pablo Carreño Busta nas oitavas de final e, por isso, foi desclassificado do torneio. "Os meninos pegadores de bola, sim, podem ficar. Mas os árbitros de linha eu não vejo mais por que, para ser honesto. Talvez vocês possam me dizer se há algum motivo significativo para que eles continuem, além da tradição. Então, eu provavelmente também teria menos chances de fazer o que fiz em Nova York (sorrindo)".

Sérvio reclamou da demora para fechar o teto
Outro assunto na entrevista do sérvio após a vitória 6/0, 6/3 e 6/2 sobre o colombiano Daniel Galán foi a demora da organização do torneio para fechar o teto retrátil da quadra Philippe Chatrier. O jogo já começou com uma garoa, mas a chuva se intensificou durante o primeiro set. Galán chegou a escorregar em quadra e quase se machucou. O jogo ainda ficou mais tempo parado para a manutenção do piso.

 
 
 
 
 
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"Eu falei com o supervisor do torneio antes da partida. E essa era uma das minhas perguntas para ele. Já estava chuviscando enquanto entrávamos em quadra e eu perguntei, por que não jogar a partida inteira com o teto fechado? Eu vi a previsão do tempo. Obviamente, cada pessoa consulta aplicativos e sites diferentes, mas já não parecia nada bom", comenta o jogador de 33 anos. "E quando a partida começou, o árbitro de cadeira e o supervisor achavam que dava para jogar. Eu entendo isso, quando a gente não tem o teto, mas essa é exatamente a razão pela qual ele foi construído. Então, por que não usá-lo? Particularmente, neste tipo de condições, o teto é útil".

Djokovic cedeu só 15 games na competição
O número 1 do mundo ainda não perdeu sets no torneio e cedeu apenas 15 games, cinco em cada partida. Nas rodadas iniciais, passou pelo sueco Mikael Ymer e pelo lituano Ricardas Berankis. Seu adversário nas oitavas tem mais rodagem em torneios de primeira linha. Ele enfrenta o russo Karen Khachanov, 16º do ranking, contra quem tem três vitórias e uma derrota.

"Sempre respeitei cada jogador que treina comigo ou jogo contra. Eu entendo o esforço e a quantidade de trabalho e dedicação necessários para chegar a um Grand Slam, ganhar algumas rodadas e estar aqui competindo com os melhores jogadores do mundo. Então isso é sempre digno de respeito", avalia o vencedor de 17 títulos de Grand Slam.

"É muito bom para o tênis que a gente tenha novidades, jovens jogadores, como o Korda. O pai dele foi campeão e ele agora está chegando às oitavas, então é uma ótima história. É bom que alguns rostos familiares estejam em quadra, porque isso atrai o público e os interesses das pessoas para assistir tênis. Mas, ao mesmo tempo, é bom quando você tem jovens jogadores chegando. Isso também é muito positivo para o nosso esporte".

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