Tóquio (Japão) - Pouco mais de um mês depois de anunciar que a temporada de 2021 seria sua última no circuito, a holandesa Kiki Bertens decidiu encerrar sua carreira profissional durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. A jogadora de 29 anos e ex-número 4 do mundo atuou nas chaves de simples e duplas na capital japonesa e encerrou sua participação nesta segunda-feira.
Atual 24ª do ranking, Bertens não passou da primeira rodada da disputa individual. Ela foi superada pela tcheca Marketa Vondrousova, 42ª colocada, por 6/1 e 6/2. Já no torneio de duplas, ao lado de Demi Schuurs, a holanesa comemorou uma vitória sobre as francesas Caroline Garcia e Kristina Mladenovic por 7/6 (7-4), 5/7 e 11-9, mas depois perdeu na segunda rodada para as russas Veronika Kudermetova e Elena Vesnina por 6/2, 3/6 e 10-7.
Congratulations on a fabulous career, @kikibertens 👏
Wishing you all the best for the future 🧡🇳🇱#Tokyo2020 | #Tennis | #Olympics pic.twitter.com/t2VFsYTgNQ— ITF (@ITFTennis) July 26, 2021
"É o suficiente", disse Bertens, que passou por cirurgia no tendão de Aquiles em outubro de 2020. "É muito difícil continuar, para meu corpo e minha mente. Depois decidir que jogaria até o final do ano, eu esperava que meu corpo estivesse um pouco melhor depois da temporada de grama, mas não aconteceu. Depois de Roland Garros, eu pensava: 'Ok, chegou a hora. Este é meu último ano', mas acabaram se tornando meus últimos dois meses. Acho que é uma ótima maneira de terminar a carreira, jogando junto com a Demi [Schuurs]. É um bom jeito e então eu posso dizer adeus".
"Você sempre pensa em continuar um pouco depois de duras derrotas. Acho que todo mundo já teve isso antes. Mas comigo era sempre: 'Ok, eu ainda tenho meus objetivos, ainda posso alcançar mais'. Quando fiz a cirurgia no ano passado, trabalhei muito duro de novo e tinha vontade de voltar a jogar no meu melhor nível, mas desde então tem sido muito difícil", acrescentou a holandesa, em entrevista ao site da ITF.
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Bertens, que conquistou dez títulos no circuito, com destaque para os WTA 1000 de Cincinnati em 2018 e Madri em 2019, reiterou que a paralisação do circuito por conta da pandemia a fez rever suas prioridades na vida pessoal. "Não se trata apenas do corpo, mas também, por causa do coronavírus, eu pude experimentar o que é a vida sem o tênis, e eu gostei bastante, para ser honesta. Estou pronta para a próxima etapa e animada para ver o que vem por aí".
"Tenho mais orgulho da pessoa que me tornei", ela reflete. "Vinte anos atrás, eu era uma menina tímida e que não gostava de jogar na frente de cinco pessoas. Agora eu joguei nos maiores palcos do mundo, disputei uma semifinal de um Grand Slam (no saibro de Roland Garros em 2016), fui campeã em Madri e cheguei a ser número 4 do mundo, que foi a melhor posição de uma tenista holandesa em todos os tempos. Essas são as coisas de que mais me orgulho. Mas com certeza, o crescimento que tive e a confiança que tenho em mim mesma, vou levar comigo para o resto da minha vida".
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