Notícias | Dia a dia | Australian Open
'Nenhum jogador é maior que um Slam', diz Nadal
15/01/2022 às 10h02

Nadal lamenta a indefinição sobre a situação de Djokovic na Austrália

Foto: Divulgação

Melbourne (Austrália) - A indefinição a respeito da participação do número 1 do mundo Novak Djokovic no Australian Open foi assunto recorrente neste sábado, dia em que foram realizadas várias entrevistas coletivas no Melbourne Park. Um dos jogadores questionados sobre o assunto foi Rafael Nadal, que assim como o sérvio também tem 20 títulos de Grand Slam.

O espanhol de 35 anos lamenta que a situação do rival e colega de circuito ainda seja incerta, desde que o sérvio não apresentou o comprovante de vacinação e teve seu visto de permanência cancelado, mas lembra que nenhum jogador é maior que o torneio. 

"É muito claro que Novak Djokovic é um dos melhores jogadores da história. Mas não há um jogador que seja mais importante do que um torneio. Os jogadores ficam e depois vão, e novos jogadores vão chegando. Ninguém, mesmo Roger, Novak, eu ou o Bjorn Borg, que foi incrível em sua época fica, o tênis continua", disse Nadal aos jornalistas. "O Australian Open é muito mais importante do que qualquer jogador. Se ele finalmente conseguir jogar, tudo bem. Mas mesmo se ele não jogar, o Australian Open ainda será um grande torneio com ou sem ele. Esse é o meu ponto de vista".

"Desejo a ele tudo de bom. Tenho um bom relacionamento com Novak durante toda a minha carreira. Fizemos coisas importantes juntos, tanto para o circuito quanto para nossas fundações de caridade. Estivemos juntos quando algo negativo acontecia aqui na Austrália ou em todo o mundo. Sobre a imagem dele? Cada um escolhe seu caminho. Respeito-o como pessoa e como atleta, sem dúvida. Eu respeito muito, mesmo não concordando com muitas coisas que ele fez nas últimas semanas", acrescentou o atual número 6 do mundo.

O ex-líder do ranking também lamentou por todas as perdas que a pandemia trouxe, não apenas para o esporte, mas para todo o mundo. "Acho que a situação foi longe demais. Sinceramente, estou um pouco cansado disso porque apenas acredito que é importante falar sobre o nosso esporte, sobre o tênis. Passamos e estamos passando por momentos muito desafiadores no mundo todo com essa pandemia. Quero dizer, eu sei que o tênis é zero importante em comparação com o que estamos enfrentando agora, com esse vírus. O tênis é apenas um esporte de entretenimento para as pessoas, e para nós é o nosso trabalho. Mas em termos de importância no mundo, não é importante".

"Durante dois anos, muitos jogadores não conseguiram me manter durante a pandemia porque o prêmio em dinheiro caiu. Temos viajado com poucas pessoas ao nosso lado, sem as equipes completas e sem a família. Muitos jogadores de de países fora da Europa ou da América do Norte, onde tem mais torneios, têm passado por momentos ainda mais difíceis", explica o campeão de 2009 em Melbourne.

"Todos estão perdendo dinheiro e passando por problemas com a saúde mental. Se houver alguma solução, e a solução for a vacina, precisamos ser vacinados para o bem-estar de todos e para a saúde do nosso esporte. Mas repito: estamos aqui para falar de tênis", complementou o ex-líder do ranking.

Espanhol se recuperou recentemente da Covid

Nadal foi diagnosticado com a Covid-19 no fim do ano passado, depois de ter participado de uma série de exibições em Abu Dhabi, mas conseguiu se recuperar rapidamente da doença e conquistou na semana passada um título de ATP 250 no Melbourne Park. Como ele também teve uma lesão no pé esquerdo durante a temporada passada, não disputa um Grand Slam desde Roland Garros e não sabe como o corpo irá reagir em jogos mais longos.

"Eu levei alguns dias para se recuperar da Covid-19. Os sentimentos não foram bons durante esses sete dias, especialmente os primeiros quatro dias foram muito difíceis. Mas depois eu fui me sentindo um pouco melhor a cada dia. Em termos gerais, estou feliz. Se alguém me dissesse há um mês que estaria na minha posição de hoje, é claro que eu assinaria, depois de tudo o que aconteceu".

Estou apenas curtindo os treinos e o fato de estar de volta e de me sentir novamente um tenista profissional. Estou jogando um bom tênis. Não posso te dar uma resposta precisa sobre uma melhor de cinco sets, porque eu não jogo assim desde Roland Garros e disputei poucas partidas nos últimos seis meses. Eu só quero ir dia após dia. Claro, vou continuar tentando melhorar. Mas os treinos ajudam. Eu joguei três partidas na semana passada, vamos ver como as coisas começam no Australian Open", completa o espanhol, que estreia contra o norte-americano Marcos Giron.

Comentários