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Decisão sobre Djokovic será com três juízes federais
15/01/2022 às 19h18

Melbourne (Austrália) - O juiz David O'Callaghan determinou que a sessão deste domingo, com início às 19h30 de Brasília, será com o colegiado completo, ou seja, ele presidirá a sessão e haverá os votos de mais dois juízes federais, James Allsop e Anthony Besanko. Isso evitará apelação para uma instância superior.

Depois de passar a noite do centro de detenção para refugiados, o mesmo hotel que ocupou por quatro dias na sua chegada bloqueada a Melbourne, Djokovic já está a postos para a audiência ao lado de seus advogados.

A detenção foi um acordo entre as partes na audiência prévia realizada às pressas nesta sexta-feira, assim que o ministro Alex Hawke anunciou sua decisão de cancelar o visto de entrada de Djokovic no país.

Os advogados do sérvio, que solicitaram o colegiado completo, tentarão reverter a alegação de Hawke de que a presença de Djokovic no país é um incentivo ao movimento antivacina.

"Dado o status de Djokovic e sua posição como modelo no esporte e em toda a comunidade, sua presença contínua na Austrália pode promover desrespeito semelhante aos requisitos de precaução contra a Covid-19 na Austrália", escreveu Hawke em seu parecer enviado à Justiça Federal. "Em particular, seu comportamento pode encorajar ou influenciar outras pessoas a imitar sua conduta e deixar de cumprir as medidas de saúde apropriadas após um teste positivo de Covid-19, o que pode levar à transmissão da doença e sério risco à sua saúde de outras pessoas".

A defesa de Djokovic refuta as palavras do ministro. Apesar de o tenista ainda não ter se vacinado contra a Covid-19, seus advogados disseram ao tribunal que sua declaração pública mais forte contra a vacinação datava de quase dois anos, até abril de 2020, antes que as primeiras vacinas estivessem disponíveis. O advogado Nicholas Wood diz ainda que Hawke "não tem base racional para dizer que a decisão que toma pode aumentar ou minimizar o sentimento antivacina".

"Não havia nenhuma evidência de que o Sr. Djokovic tivesse feito algum comentário sobre seu estado de vacinação ou expressado qualquer opinião sobre a vacinação em qualquer momento durante o período em que ele esteve na Austrália ou em qualquer outro momento em qualquer outro local após abril de 2020", afirma a defesa do tenista.

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