A participação da paulista Beatriz Haddad Maia e do mineiro Bruno Soares terminou nesta segunda-feira. Já eliminados nas chaves de duplas femininas e masculinas, respectivamente, eles mantinham vivas as esperanças nas mistas, mas foram batidos pela norte-americana Nicole Melichar-Martinez e o alemão Kevin Krawietz em um jogo duríssimo, decidido nos detalhes e no match tie-break.
Em entrevista para TenisBrasil, Bruno afirmou que o resultado foi difícil de engolir, principalmente pela atuação da dupla brasileira que, segundo ele, foi melhor do que a dos adversários.
“Existem jogos que são decididos nesse detalhe final, uma parcial decisiva mais longa, match-points para os dois lados e você fica realmente um pouco chateado de chegar tão perto e acabar fora, mas acho que hoje foi além disso. Nós dominamos o jogo inteiro, ganhamos mais pontos e as únicas quebras que eles conseguiram foram em games que estávamos na frente. Depois disso eles não tiveram mais nenhum break-point”, analisou.
Para Bia, a sorte também estava mais para Melichar e Krawietz. “Pontos decisivos, bolas na linha, match-point, detalhes. Tudo acabou indo para eles hoje”, frisou a canhota de 26 anos, aniversariante do dia.
Sobre a campanha ao longo da semana, Soares destacou os pontos positivos, mas também lamentou o desfecho para a dupla 100% nacional. “Foi um privilégio jogar com a Bia, a quadra hoje estava incrível, torcida fazendo barulho, gritando o nosso nome, parecia que estávamos em casa. Para mim, em estágio final de carreira, e para a Bia, que está recomeçando a jornada dela nos grandes palcos, é muito bacana. São momentos como esse que me fazem jogar até os 40 anos de idade. Foi cruel, mas especial”, disse o experiente mineiro.
Do ponto de vista de Haddad Maia, a experiência ao lado do compatriota foi muito importante. “Desde que fechamos a parceria eu me senti muito confiante e à vontade para fazer as jogadas que eu tinha mais intuição, sacar, ficar na rede. Do primeiro jogo até hoje, posso dizer que melhorei no voleio e consegui combinar mais jogadas com ele. É um privilégio compartilhar isso tudo com o Bruno, que além de brasileiro é um cara que todo mundo acha bacana”, destacou.
Ainda sobre sua atuação em Paris, Bruno acredita que esteja vivendo seu melhor momento na temporada e espera alcançar grandes resultados nos próximos torneios. “Perdi dois jogos em que estava dominando, mas o ponto positivo disso tudo é que provavelmente estou jogando o meu melhor tênis do ano. Tive muitos problemas de saúde, mas essa parada antes de vir para cá foi muito boa para me recuperar. Na dupla com o Jamie (Murray) estamos jogando bem também e no caminho certo para beliscar alguma coisa legal de novo.”
Parceria continua?
Depois da boa campanha em Roland Garros, a pergunta é sobre a continuidade ou não da dupla brasileira nos próximos Grand Slam. Segundo eles, o dueto se repetirá ainda em 2022. “Vai, vai [repetir]. Tem mais dois Grand Slam esse ano ainda e estaremos firmes e fortes em Wimbledon e no US Open”, revelou Soares.
Ambos agora se dedicarão a se preparar para a fase de grama. O mineiro deverá voltar para casa para descansar e depois disputar o ATP 500 de Queen’s e o 250 de Eastbourne. Já Bia disputará os WTA 250 de Nottingham, que começa já no próximo domingo, e Birmingham, além do WTA 500 de Eastbourne.