Londres (Inglaterra) - Afastado das competições do circuito desde outubro de 2020, o britânico Kyle Edmund voltará a jogar um torneio de simples daqui a duas semanas. O britânico, ex-número 14 do mundo e semifinalista do Australian Open de 2019, está com 27 anos e passou por duas cirurgias no joelho esquerdo. Atualmente apenas na 497ª colocação, ele utilizou o ranking protegido para entrar no ATP de Washington e também no US Open.
O último torneio de simples que Edmund disputou foi em outubro de 2020 em Viena, pouco antes de operar o joelho que já o havia feito desistir dos torneios de Hamburgo e Roland Garros há duas temporadas. No início deste mês, recebeu convite para jogar duplas mistas em Wimbledon, ao lado da também britânica Olivia Nicholls, mas caiu na primeira rodada, diante da forte dupla norte-americana de Jack Sock e Coco Gauff por 6/4 e 6/1.
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"Não é uma lesão que se cura sozinha e não existe um procedimento simples a ser feito. É apenas algo que agora faz parte da minha vida e tenho que aceitar isso", disse Edmund, durante entrevista coletiva em Wimbledon. "Estarei constantemente lidando com isso. Mas estou feliz onde estou. Agora posso novamente acordar e me sentir como um jogador de tênis, que eu não sentia há muito tempo".
"Eu só conheço o tênis durante toda a minha carreira. Então, quando não tinha isso, havia momentos em que eu falava com alguém e dizia: 'Sinto que perdi minha identidade. Só conheço o tênis. Eu sou um tenista. Então agora não tenho isso. O que estou fazendo?' Toda vez que acordava de manhã, eu não tinha propósito", relata o vencedor de dois torneios da ATP.
O britânico tem ambições de longo prazo para voltar ao alto nível, mas não se coloca sob pressão com objetivos fixos. "Não é uma questão sobre onde posso chegar, mas sim sobre como posso me colocar em posição de jogar os torneios e ganhar as partidas. É possível jogar em um nível em que eu possa vencer os caras para chegar às últimas rodadas?"
"Esse é o objetivo final, mas agora tenho apenas que aproveitar que estou aqui. Eu não fui capaz de pegar uma raquete por uns cinco ou seis meses. Estava muito dolorido. Era difícil até para subir e descer escadas. Então, poder agora treinar com os melhores jogadores do mundo ou estar neste torneio é um começo para mim. Só de estar jogando de novo já é ótimo, para ser honesto. Às vezes não sabia para onde ir. Não sabia como voltaria a jogar. Então, estar aqui é uma recompensa para mim".