Londres (Inglaterra) - A Federação Internacional de Tênis divulgou um documentário de quase 8 minutos de duração contando a história do tênis, desde as raízes medievais do jogo até os dias modernos. O apresentador é Chris Bowers, radialista e historiador de tênis. A produção foi feita em colaboração com o Hall Internacional da Fama e a US Professional Tennis Association (USTA), a federação norte-americana.
Fundada em 1913, a ITF conta com 210 países membros e organiza mais de 1.500 semanas de torneios masculinos, femininos e juniores em seu circuito internacional e gerencia as competições de equipes juvenis da ITF, o circuito de beach tennis, o circuito de tênis em cadeira de rodas e o circuito de seniores. A ITF é proprietária e detentora dos direitos das duas maiores competições internacionais anuais de tênis, a Copa Davis e a Copa Billie Jean King, e administra a competição olímpica de tênis em nome do Comitê Olímpico Internacional (COI).
A história do tênis competitivo tem ao menos 150 anos, atraindo atualmente uma multidão de espectadores a grandes estádios nos principais torneios do mundo. O equipamento, assim como as roupas e calçados, evoluíram enormemente com o passar dos anos, uma notável história. Foi na época medieval que o tênis tornou-se conhecido, principalmente porque os reis o praticavam em quadras de grama, como o Rei Henrique 8º, da Inglaterra. Por volta de 1870, a popularidade do tênis cresceu quando o major do exército britânico Walter Wingfield (16 de outubro de 1833 - 18 de abril de 1912), um inventor galês, estabeleceu normas e equipamentos para sua prática, tornando-se pioneiro do tênis na grama praticado pela elite vitoriana. Ele entrou para o Hall da Fama em 1997 e no Museu de Wimbledon pode-se ver um exemplo do equipamento original para o esporte e um busto de Wingfield. Em cinco anos, Wimbledon promoveu seu primeiro campeonato e em dez anos, teve início o torneio precursor do US Open. Em 1890, uma alternativa à quadra de grama surgiu, feita de saibro. Em 1910, o tênis já era praticado em mais de 20 países.
Depois da interrupção causada pela 1ª Grande Guerra Mundial, surgiram personalidades carismáticas no tênis como Bill Tilden, Susanne Lenglen, Helen Wills, René Lacoste, Fred Parry, Don Budge. Mas havia um problema: o esporte era considerado amador, mas os tenistas queriam fazer dele seu meio de vida. Então, por vários anos, o mundo do tênis dividiu-se entre amadores jogando os grandes torneios e os ex-campeões sendo pagos para disputar exibições. Não era segredo que algumas entidades pagavam por baixo da mesa para terem nomes famosos em seus torneios. Na época até surgiu o termo “shamateurism” para designar a condição de um atleta classificado como amador, mas que atuava como um profissional, ganhando dinheiro.
Mas tudo mudou em 1967 quando Wimbledon percebeu que era necessário permitir a participação desses tenistas nos torneios de maior prestígio. Logo surgiram os torneios profissionais e o primeiro Grand Slam da Era Aberta aconteceu em Roland Garros, na França, em maio de 1968. A década de 1970 viu o surgimento de novos tipos de piso e as roupas tornaram-se mais coloridas. Novas tecnologias deixaram as raquetes de madeira para trás e uma nova geração de superastros apareceu: Rod Laver, Billie Jean King, Arthur Ashe, Chris Evert, Illie Nastase, Jimmy Connors, Bjorn Borg, Martina Navratilova e John McEnrou elevou o tênis para um novo público.
Em 1972, o tênis se sindicalizou e foi fundada a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), que em 1973 mostrou sua força ao boicotar Wimbledon, com a adesão de 80 jogadores, pelo direito de decidir que torneio jogar. As tenistas também tiveram o seu embate quando em 1970 nove jogadoras, depois conhecidas como as Original 9, montaram um circuito feminino, o Virginia Slims, que foi a base para a fundação da Associação Feminina de Tênis (WTA), em 1973. No final desse ano foi disputada a famosa Batalha dos Sexos entre Billie Jean King e Bobby Riggs.
Não havia limites para a modernização do tênis ocorrida a partir dos anos 1980 e 1990, com a Federação Internacional tendo seu primeiro presidente profissional, Philippe Chatrier, que conseguiu a entrada do tênis nas Olimpíadas, aumentando ainda mais o interesse do público. As televisões começaram a cobrir cada vez mais torneios, grandes estádios receberam teto retrátil, até o comportamento sóbrio dentro da quadra começou a mudar dando espaço a manifestações mais acaloradas dos jogadores. A década de 2000 viu o tênis atingir novos patamares, com homens e mulheres competindo por igual premiação, a introdução do juiz eletrônico de linha e uma nova geração de ídolos como Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic, Venus e Serena Williams, Ash Barty e muitos mais, como o fortalecimento do tênis recreativo e do tênis em cadeira de rodas.