Guadalajara (México) - Beatriz Haddad Maia escreveu neste sábado mais um capítulo histórico na sua incrível temporada. Ao avançar à final do WTA 1000 de Guadalajara, ela e a parceria cazaque Anna Danilina garantiram presença no WTA Finals, que começa dentro de 10 dias em Fort Worth e reunirá as oito melhores duplas da temporada 2022.
Esta será a primeira vez que uma tenista brasileira disputará o torneio de encerramento da temporada, competição que passou a ser disputada em 1972, portanto já dentro da Era Profissional. No masculino, Gustavo Kuerten chegou ao Finals em simples, saindo-se campeão em 2000, enquanto os duplistas Carlos Kirmayr, Cássio Motta antecederam Guga, vindo então Jaime Oncins, Marcelo Melo e Bruno Soares também em duplas.
Para completar o grande momento, Bia e Danilina derrotaram neste sábado as melhores do ano, as tchecas Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova, para quem haviam perdido o título do Australian Open, em janeiro. A notável vitória deste sábado sobre as campeãs também de Wimbledon e do US Open foi por 6/2, 5/7 e 10-7.
A canhota brasileira e a cazaque iniciaram a semana em nono lugar na corrida para o Finals, a uma distância de 405 pontos da australiana Ellen Perez e da norte-americana Nicole Melichar-Martinez, que fechavam então o top 8. Perez e Melichar caíram nas oitavas e receberam 105 pontos. A vaga na final no México rende 585 pontos a Bia e Danilina, o que matematicamente classifica a dupla para Fort Worth.
A win *AND* a ticket to Fort Worth! 🎟
— wta (@WTA) October 22, 2022
Haddad Maia and Danilina clinch the win over [1] Siniakova/Krejcikova, 6-2, 5-7, 10-7 in Guadalajara!#GDLOPENAKRON pic.twitter.com/tQYAZEIrji
E o título de Guadalajara pode ser brasileiro, caso Luísa Stefani e a australiana Storm Sanders derrotem na noite deste sábado as chinesas Yifan Xu e Zhaoxuan Yang. A partida está prevista para as 23 horas (de Brasília).
Atuação espetacular
Bia e Danilina já haviam vencido na sexta-feira as norte-americanas Coco Gauff e Jessica Pegula, previamente classificadas para o Finals. E o desafio de reencontrar as tchecas era grande. Afinal, Krejcikova e Siniakova atuam juntas desde 2013, somam seis troféus de Grand Slam e são as atuais campeãs olímpicas e do Finals.
Mas o primeiro set da dupla de Bia foi praticamente impecável. Além de se mostrarem muito concentradas com o saque a favor, aproveitando bem as chances junto á rede, as devoluções estavam precisas e causavam dificuldade para as adversárias. A primeira quebra veio logo no segundo game, depois de um início nervoso em que salvaram dois break-points. A tensão mudou de lado e, com 2/5, as tchecas permitiram 15-40 com baixo aproveitamento do primeiro serviço.
Experientes, Krejicikova e Siniakova cortaram os erros, apesar dos games sempre longos, e conseguiram ganhar o 'ponto decisivo' do terceiro game. Com 4-3, Siniakova foi para o serviço e outra vez não se sentiu à vontade. Na hora do '40-40', cometeu dupla falta e cedeu o empate. Bia foi brilhante no serviço e virou para 5/4, mas Danilina se mostrou tensa, fez escolhas ruins e uma dupla falta no 'ponto decisivo' para dar 6/5 às tchecas, que fecharam em seguida.
O tie-break de 10 pontos que definiu a partida começou muito bem para Bia e Danilina, que saltaram para 4-0 e 5-1. No saque da brasileira, um ponto e um erro para cada lado levaram a 6-3. Danilina sacou com 7-4 e Krejcikova falhou num voleio fácil. Por fim, uma devolução magnífica da cazaque deu 9-5. Bia sacou com 9-6 e um devolução longa de Krejcikova colocou fim à tarefa.
Paulista de 26 anos, Bia é a atual 18ª no ranking de simples da WTA e já se garante como 14ª colocada nas duplas. Ela será 13º caso Sanders pare na semifinal.
