Paris (França) - Um dos grandes nomes entre os treinadores do circuito atual, Patrick Mouratoglou defendeu totalmente a liberação da conversa entre técnico e jogador durante as partidas, o chamado 'coaching', mas acredita que isso deva ser melhorado para dar mais transparência ao público e se tornar uma atração durante as partidas.

“A autorização para instruções em meio ao jogo não muda muito o que acontecia nas quadras porque o coaching está sendo feito da mesma forma que antes", opinou em entrevista ao site Tennis Majors. "E acho isso ruim porque isso poderia ser tornar algo mais atraente para quem está vendo os jogos pela televisão", opinou o treinador, que foi envolvido no rumoroso caso em que Serena Williams recebeu advertência durante a final do US Open de 2018.

Ela dá como exemplo o que acontece em muitas modalidades nos EUA. "O público poderia entender o que estão dizendo, por que estão falando, as discussões e talvez as divergências entre o jogador e o treinador. Você pode ouvir grandes conversas como acontece na maioria dos esportes americanos e onde muitas vezes essa parte é a melhor de todo o jogo. Então fazer dessa forma não é uma boa solução de tratar o coaching”.

O técnico diz que a liberação era inevitável e que acabou com a farsa. “O mais importante foi que, ao permitir o coaching, acabou-se com a hipocrisia de não permitir esta prática porque havia instrução em todas as partidas, de todas as formas. Por vezes eram até em idiomas que o árbitro de cadeira não fala. Esse esforço todo não fazia sentido. Os treinadores agora podem falar e isso é positivo”.

Na sua opinião, o formato que a WTA usou por alguns anos, em que o treinador escolhia algum momento para entrar em quadra e conversar com a tenista, usando um microfone público, era ideal. “Infelizmente acabou, mas foi fantástico. O treinador tinha um minuto ou um minuto e meio para poder falar cara a cara com o seu jogador com uma interação que ficava gravada e foi incrível, tivemos muitos momentos realmente interessantes. Além do mais, isso deu mérito aos treinadores, permitiu-se ver o trabalho por trás dele, o que valoriza a sua figura".

Mouratoglou no entanto acha que a presença do técnico deveria ser mais efetiva ainda. "Para mim, a melhor coisa seria ter os treinadores no banco o tempo todo, como se estivessem na Copa Davis ou na Billie Jean King Cup".