Manacor (Espanha) – Rafael Nadal teve uma temporada de altos e baixos. Dono de quatro títulos em 2022, dentre eles os troféus do Australian Open e de Roland Garros, que lhe deram o recorde de conquistas de Grand Slam entre os homens, o espanhol também sofreu com diferentes lesões que o tiraram de ação em momentos importantes do ano.
Em entrevista para o jornal Marca, o Touro revelou que esteve muito perto de se aposentar após o 14º título no saibro parisiense. “Foi um milagre os médicos terem encontrado uma maneira de anestesiar os nervos do meu pé. Cheguei com uma preparação muito ruim, mas tive muita confiança no meu tênis e joguei muito bem, mas ao mesmo tempo pensei que teria que me aposentar do tênis, porque não poderia continuar com aquelas dores crônicas ou jogar com infiltrações", disse.
Apesar de não ter cura, o espanhol tem feito um tratamento constante de radiofrequência pulsátil para poder continuar a jogar e também não afetar sua vida pessoal. “Como a lesão é incurável, quando as dores voltam preciso tomar mais injeções. A verdade é que isso mudou totalmente a minha vida, não só a minha carreira. Eu tinha perdido a alegria e a vontade de jogar tênis, por isso pensei que teria de me aposentar”, explica.
Antes mesmo do problema no pé, Nadal teve um início de temporada muito complicado após contrair Covid-19 na exibição de Abu Dhabi no fim do ano passado. Longe da melhor forma física, ele admite que não se via preparado para disputar o Aberto da Austrália, torneio que acabou vencendo após uma grande virada contra o russo Daniil Medvedev na final.
“Não tinha certeza se deveria ir para a Austrália, mas aos poucos comecei a me sentir bem. Mesmo assim, não esperava nada do que aconteceu em Melbourne, com uma das finais mais emocionantes da minha carreira.”
Outras lesões na temporada
Além do problema no pé direito, Nadal sofreu uma lesão na costela durante a campanha do vice-campeonato no Masters 1000 de Indian Wells, em março, e contou que teve um diagnóstico precipitado dos médicos. “Na reta final do jogo (contra Alcaraz, na semi) fraturei a costela e no mesmo dia não conseguia nem respirar no vestiário. Os médicos me disseram que eram espasmos musculares, por isso decidi jogar a final. Se eu soubesse que o problema era na costela, não teria entrado em quadra.”
Outra adversidade que Rafa enfrentou na temporada foi uma ruptura abdominal que o acometeu durante as quartas de final de Wimbledon contra Taylor Fritz, precisando desistir do duelo com Nick Kyrgios por uma vaga na decisão. “Desde aquela lesão, o ano foi um desastre porque rompi o abdômen novamente na semana anterior ao US Open, mas não contei nada a ninguém porque estava cansado de contar minhas mágoas”, afirmou.