Melbourne (Austrália) - Depois de conseguir uma virada incrível para se classificar para a terceira rodada do Australian Open, Andy Murray destacou o espírito de luta que o ajudou a ficar em quadra por 5h45 e disputar a partida mais longa de sua carreira profissional. O veterano de 35 anos havia perdido as duas primeiras parciais contra o australiano Thanasi Kokkinakis nesta quinta-feira, mas reagiu e conseguiu vencer sua segunda batalha de cinco sets no torneio.
"Foi inacreditável que consegui virar o jogo", disse Murray, disse na entrevista em quadra, após a vitória por 4/6, 6/7 (4-7), 7/6 (7-5), 6/3 e 7/5 nesta quinta-feira. "Thanasi estava sacando incrivelmente bem e acertando ótimos forehands. Não sei como consegui passar por isso. Mas tenho um coração enorme e comecei a jogar melhor com o decorrer da partida".
Murray também conquista sua 11ª virada saindo de dois sets abaixo em partidas de melhor-de-cinco, batendo um recorde que era de Roger Federer. Ele agora é o jogador com o maior número de viradas desse tipo no tênis profissional. "Eu já fiz isso várias vezes antes, tenho experiência nesse tipo de situação. Eu apenas confio nessa experiência e motivação. O meu amor pelo jogo e meu respeito por este evento e pela competição me deram forças para continuar".
'Jogar até às 4h da manhã não é o ideal', disse o britânico
O jogo terminou por volta das 4h da manhã (horário local, 14h de Brasília). Ao receber os jornalistas na zona mista, o ex-número 1 do mundo reconhece que isso não é o ideal para um grande torneio. "Foi a partida mais longa que já joguei. E nessas condições, é isso que vai acontecer. Quando você joga no frio, à essa hora do dia, com bolas assim, você vai disputar muitos ralis longos. Eu me senti melhor fisicamente na quadra hoje do que na estreia, o que é uma coisa positiva. Mas, terminar às 4h da manhã não é o ideal".
"Não sei para quem é benéfico. Surpreendentemente, o público ficou até o fim. Eu realmente aprecio as pessoas fazendo isso, criando uma ótima atmosfera para nós em quadra. Mas sei que tem gente que precisa trabalhar no dia seguinte", ponderou o vencedor de três títulos de Grand Slam, que agora enfrenta o espanhol Roberto Bautista Agut.
"Se o meu filho fosse pegador de bolas de um torneio e voltasse para casa às 5 da manhã, eu como pai, estaria reclamando disso. Não é benéfico para eles. Não é benéfico para os árbitros ou para quem trabalha no torneio. Não acho que seja bom para os fãs ou para para os jogadores. Falamos sobre isso o tempo todo. Já se fala nisso há anos. Quando você começa as partidas noturnas muito tarde e tem condições assim, essas coisas vão acontecer".