Rio de Janeiro (RJ) - Depois de conquistar seus dois primeiros títulos de ATP no ano passado, levantando a taça no saibro de Hamburgo e no piso duro de Nápoles, entrando pela primeira vez no top 20 no começo de 2023, o italiano Lorenzo Musetti quer manter o embalo na temporada. Cabeça de chave número 3 no Rio Open, o tenista de apenas 20 anos tem como objetivo alcançar o top 10.
“Espero chegar ao top 10, mas tenho que trabalhar duro. Quero continuar sonhando, pois tudo o que estou vivendo é um sonho, nunca pensei em ganhar títulos e escalar a classificação como fiz ano passado. Agora o objetivo é chegar ao top 10”, afirmou o atual número 20 do mundo, que abrirá campanha no saibro carioca contra o quali chileno Nicolas Jarry.
Jogando o torneio pela primeira vez, o italiano já fez seus primeiros treinos no Jockey Club Brasileiro. “Tive a oportunidade de treinar apenas em uma das quadras de treino e não na central, mas deu para sentir que as condições são muita umidade e calor, mas eu gosto, porque na Itália também é assim no verão e estou preparado para jogar aqui”, contou Musetti.
O italiano falou que teve um pequeno problema nas costas durante a United Cup, que o atrapalhou na preparação para o Australian Open. “Em Buenos Aires tinha boa chance de ir longe, não consegui, mas era meu primeiro torneio no saibro e agora estou aqui. um torneio muito importante, estou muito contente de estar aqui e querendo muito jogar.
Atual campeão no Rio, o espanhol Carlos Alcaraz serve de inspiração para Musetti. “Carlos teve um grande ano (em 2022) e o Rio foi o começo da temporada incrível. Espero o mesmo para mim mesmo, nestes meses iniciais não fui o melhor Lorenzo, mas nessas ultimas semanas estou trabalhando bem e acho que posso ir melhor. Espero conseguir seguir o caminho de Carlos no ano passado”, comentou.
Musetti também relembrou o duelo com o sérvia Novak Djokovic em Roland Garros 2021, pelas oitavas de final, no qual chegou a abrir 2 sets a 0, mas depois venceu somente mais um game e desistiu da partida com problemas físicos, quando o placar estava 6/7 (7-9), 6/7 (2-7), 6/1, 6/0 e 4/0 para o atual líder do ranking.
“Foi uma partida inesquecível. Jogar contra ‘Nole’ aos 19 anos na quadra central de Roland Garros não foi fácil. Foi a melhor partida da minha vida, especialmente os dois primeiros sets, mas depois ele voltou para quadra como um animal, fazendo o mesmo na final contra (Stefanos) Tsitsipas, saindo de dois sets abaixo. Foi uma lição impagável contra o número 1 do mundo e me deixou muito para o futuro, que sempre dá para se recuperar”, falou o italiano.
Um dos poucos jogadores no circuito atual que bate o revés com uma mão, Musetti analisou sua escolha por esse tipo de golpe. “Desde pequeno joguei com uma mão, era uma coisa que me parecia natural. Nenhum jogador tentou mudar isso no meu jogo e não vai ser agora que vou mudar. Consigo ganhar muitos pontos com ela, tenho variações”, observou o jovem tenista.
“Agora são poucos os que jogam com uma mão, porque para jogar você precisa ter muito físico e muita energia, especialmente no saibro. É mais difícil com a bola alta, porque temos menos potência nos golpes. O bom é que dá para ter muita variação e opções de jogo: paralela, cruzada, chapada, com topspin, etc”, complementou Musetti.