Rio de Janeiro (RJ) - Não foi desta vez que um brasileiro enfim conseguiu comemorar um título do Rio Open. Assim como fez na primeira edição do torneio, o mineiro Marcelo Melo bateu na trave e ficou com o vice. Ao lado do colombiano Juan Sebastian Cabal, ele foi derrotado pelos argentinos Maximo Gonzalez e Andres Molteni com parciais de 6/1 e 7/6 (7-3).
“No primeiro set eles jogaram bem melhor do que a gente, começaram com uma quebra e aí você acaba mudando um pouco a maneira de jogar. O segundo set foi mais o que seria a realidade do jogo, tivemos dois set-points, mas eles vieram com dois primeiros saques”, comentou o mineiro, que agora é o tenista da casa com mais finais disputadas no ATP 500 carioca.
“Ficamos a um ponto de empatar o jogo e levar para o match-tiebreak, foi o típico jogo de duplas. A diferença hoje foi mais o entrosamento e a confiança que têm de ganhar tantos jogos juntos e terem sido campeões”, acrescentou Melo, destacando a boa fase dos rivais argentinos, que fizeram semi em Buenos Aires e venceram em Córdoba.
O mineiro lamentou mais um vice da casa e lembrou que o torneio é duro e faz parte do jogo. “É claro que quando você está jogando em casa quer ganhar mais e isso causa um pouco de ansiedade, mas não significa que para os outros também não. Talvez seja o acaso, porque já jogamos inúmeros confrontos de Copa Davis que também tem uma pressão enorme. Não tem uma fórmula que que explique o porquê”
Otimismo e empolgação para o futuro
No discurso após a final, Melo agradeceu o apoio da torcida e disse que esperava voltar no próximo ano, gerando alguma dúvida sobre seu futuro no circuito. Na conversa com a imprensa ele deixou claro que ainda não pensa em parar e tem metas traçadas para o futuro. “Todo torneio que eu acabo espero voltar, meu maior foco é as Olimpíadas ano que vem”, disse o mineiro.
“Tóquio (ATP 500) ano passado foi muito importante para mim mentalmente e agora no Rio também. As condições que enfrentei aqui, trocando de lado, jogando pela primeira vez com o Cabal e com as piores circunstâncias para mim, com a bola mais lenta, consegui jogar bem e chegar na final. Mostrar que posso conseguir bons resultados”, acrescentou o ex-número 1 do mundo.
Apesar das trocas constantes de parceiro, Melo segue motivado e querendo chegar bem aos Jogos de Paris em 2024. Nos próximos dois torneios ele terá a seu lado o alemão Alexander Zverev, mas depois a ideia é tentar firmar uma dupla com o norte-americano Mackenzie McDonald.
“É muito melhor ter um parceiro fixo, mas parceiros fixos não estão disponíveis assim facilmente. Depende de vários fatores: de combinar jogo, de ranking, de ter alguém se separando. Claro que isso dificulta ter resultados constantes. Estou com o objetivo de jogar junto com o Mackenzie, infelizmente aconteceu aquilo no Australian Open”, contou Melo, lembrando da lesão do norte-americano.
“Iríamos jogar Dallas e Delray Beach, mas ele foi convocado para a Copa Davis e era muito longe. Vamos tentar jogar juntos na Europa, mas antes vou jogar com Zverev em Dubai e Indian Wells, de repente faço alguns pontos, já que não tenho muitos a defender. Meu primeiro objetivo mesmo é jogar com Mackenzie, que está super empolgado, trocando mensagem todo dia e encarando a gente como um time”, finalizou.