Paris (França) - O não cumprimento após a vitória de Aryna Sabalenka para cima de Marta Kostyuk e as vaias para a ucraniana, que resolveu não dar as mãos para a bielorrussa junto à rede, não foi a única polêmica. As coisas esquentaram depois nas entrevistas coletivas, primeiro com Sabalenka reclamando da pressão extra dada pela situação e depois com Kostyuk elevando o volume para criticar a algoz.
A ucraniana, que não cumprimenta russas e bielorrussas por causa da guerra, atacou a postura de Sabalenka. “Ela nunca disse que não apoia esta guerra e já se passaram 15 meses desde que começou. Não sei como isso vai acabar, conheço atletas que apoiam essa guerra, então ela só deveria falar sobre ela mesma e não por todo mundo. Dizer que ninguém apoia a guerra é um pouco forte”, disparou.
“Não sei por que esta é uma situação difícil para ela. É possível que ela seja a número 1 do mundo depois deste torneio e esteja no topo de um dos esportes mais conhecidos do mundo. Se você olhar para as estatísticas na Rússia, há 80% ou 85% das pessoas que apoiam esta guerra. Ela poderia enviar uma mensagem mais forte porque tem um enorme alcance”, acrescentou Kostyuk.
+ Sabalenka admite tensão na estreia contra ucraniana
+ Kostyuk é vaiada por não cumprimentar Sabalenka
+ Sabalenka controla Kostyuk e passa bem pela estreia
A atual 39 do mundo também explicou que não é uma questão de ódio por Sabalenka. “Nunca disse privada ou publicamente que odeio ela ou qualquer outra jogadora. Eu simplesmente não a respeito por causa de sua postura em toda essa situação. Eu não entendo por que ela se considera em uma situação difícil”, cutucou a ucraniana, que lembrou a posição da russa Daria Kasatkina contra a guerra.
“Kasatkina deixou claro e parece que não vai voltar para a Rússia. Tenho medo de voltar para a Ucrânia, a qualquer momento posso morrer de um ataque de drones, mísseis ou o que quer que seja. Eu vejo esses jogadores toda semana, e nenhum deles parou para falar conosco por 15 meses”, observou Kostyuk.
Questionada sobre as vaias recebidas após a partida, por não ter dado a mão para Sabalenka, a ucraniana criticou a postura da torcida. “Gostaria de ver como as pessoas reagiriam a isso daqui dez anos, quando a guerra acabar. Acho que eles não vão se sentir bem com o que fizeram”, encerrou a eliminada na estreia em Roland Garros.