São Paulo (SP) - A caminhada do gaúcho Guilherme Clezar no ATP Challenger Tour Finals chegou ao fim neste sábado, na semifinal. Em partida equilibrada e com uma única quebra de saque, o número 186 do mundo não conseguiu repetir a final da última temporada e parou no espanhol Inigo Cervantes, 98º, com parciais de 6/3 e 7/6 (11-9), em 1h43.
Com o resultado, o torneio no saibro do Esporte Clube Pinheiros verá uma decisão espanhola neste domingo, a partir das 17h, horário de Brasília. Cervantes tenta faturar o título de maneira invicta, contra o compatriota Daniel Muñoz-De La Nava, 87º.
Curiosamente, este foi o confronto que abriu o torneio, na quarta-feira, no jogo mais longo da semana. Cervantes obteve a virada em 2h39, com parciais de 4/6, 7/6 (7-3) e 7/5. Muñoz-De La Nava não precisou entrar em quadra neste sábado porque o argentino Guido Pella abandonou o torneio com lesão na coxa. Veja o caminho dos espanhóis até a decisão.
Independente do resultado, já é certo que os dois finalistas sairão de São Paulo com o melhor ranking pessoal. Cervantes pode faturar a premiação e a pontuação máximas (US$ 91,2 mil e 125 pontos), já garantiu um salto de 17 posições e irá para 72º caso seja campeão. Muñoz-De La Nava atravessa o melhor momento da carreira aos 33 anos, terá ao menos o 75º posto e com o título entraria no top 70.
Com os 30 pontos que conquistou por duas vitórias, Clezar também irá subir na próxima lista da ATP. O número 5 do Brasil deve aparecer em 178º, quase 80 posições acima de seu ranking ao final de 2014 (256º). Com o fim dos challengers na temporada, é pouco provável que o gaúcho perca posições para jogadores que tentarem futures.
“Saio de cabeça erguida. Fiz um bom torneio. Os dois jogos que perdi acho que foram mais por mérito do adversário do que eu ter jogado mal. Em todos os momentos que eu estava em vantagem, não conseguia entrar no ponto. Ele achou saques impossíveis de devolver. Então acho que foi mérito dele ter saído com a vitória”, avaliou Clezar.
O jogo - Em reedição do challenger de Montevidéu na semana passada, Clezar e Cervantes fizeram um típico jogo de saibro, com inúmeros ralis. As mudanças de ritmo geralmente vieram em deixadinhas do espanhol, que no Uruguai havia levado a melhor por 7/5 e 6/2. A única quebra do confronto foi concretizada em uma curtinha que Clezar chegou e jogou na rede, no sexto game do jogo. Para ampliar para 5/2, o espanhol salvou um break point com um bom saque.
O gaúcho conseguiu pressionar e criar oportunidades no final do segundo set. Em 4/3, teve um voleio na mão para chegar a 15-40, mas jogou na rede e lamentou muito. Dois games depois, criou um set point, salvo com um ace no meio. Clezar precisou salvar uma oportunidade de quebra em 5/5, também com um bom saque, e saiu na frente no tiebreak, liderando até 3-1.
Mantendo a regularidade, Cervantes buscou a recuperação e contou com quatro aces no desempate. Clezar salvou dois match points, com o saque e o forehand funcionando, e teve mais duas chances de forçar o terceiro set. No fim, um forehand na rede em uma bola curta e baixa encerrou a campanha do convidado no torneio.
