
Ane Mintegi Del Olmo, de 17 anos, é a primeira espanhola a vencer o título juvenil de Wimbledon (Foto: ITF)
Pela primeira vez na história uma espanhola conquistou o título do torneio juvenil de Wimbledon. A autora da façanha é Ane Mintegi Del Olmo, jogadora de 17 anos e 27ª no ranking da categoria. Ela venceu na final a alemã Nastasja Schunk por 2/6, 6/4 e 6/1 em 2h03 de partida neste domingo. Formada no saibro, Del Olmo não esconde que a grama não é seu melhor piso, e que ela precisava se adaptar. E sua principal fonte de inspiração é a ex-top 10 Carla Suarez Navarro, que está de volta ao circuito depois de passar por um longo tratamento contra o câncer.
“Todos os espanhóis são minha inspiração, mas especialmente a Carla Suarez. O fato de ela ter superado um período muito difícil e agora estar de volta à quadra é realmente inspirador”, disse Del Olmo, em entrevista a site da ITF. Ela valoriza muito a recuperação e o retorno de Suarez, que está com 33 anos e fazendo uma temporada de despedida do circuito, celebrando também uma enorme vitória pessoal.
Antes da ótima campanha de Del Olmo, a última finalista espanhola no juvenil de Wimbledon havia sido Magui Serna em 1996. Já as únicas jogadoras do país a vencer títulos de Grand Slam na categoria haviam sido em Roland Garros, com Lourdes Dominguez Lino em 1999 e Paula Badosa em 2015. “É muito especial ser a primeira jogadora da Espanha a ganhar o título aqui em Wimbledon. Estou tão orgulhosa e é incrível”.
‘A grama não é minha maior superfície’, reconhece a espanhola
“A grama não é minha melhor superfície, mas adaptei meu jogo. Sou uma jogadora de saibro, mas aos poucos fui conseguindo ganhar mais ritmo nas superfícies rápidas. Na grama, é muito difícil adaptar meu jogo, mas esta semana eu estava competindo em um bom nível e jogando muito mais agressivamente do que o normal”, explica a espanhola, que fez um jogo típico de fundo de quadra na final contra Schunk, disputada neste domingo em Londres.
https://twitter.com/Wimbledon/status/1414253786697289732
O primeiro set da final teve as duas jogadoras fazendo um jogo típico de fundo de quadra, quase sempre usando topspin. Schunk eventualmente conseguia bater mais reto e gerar potência e isso rendeu pontos importantes, especialmente no momento de sacar para fechar, com um game de oito minutos de duração. Após um início de segundo set com altos e baixos, Del Olmo conseguiu duas quebras e conseguiu forçar o terceiro set. Já na parcial decisiva, a espanhola sofreu para confirmar o saque no início, mas depois conseguiu duas novas quebras. Liderando por 5/1, veio o drama e foram necessários cinco match-points para chegar à vitória.
“No primeiro set fiquei um pouco nervosa, mas aos poucos, quando terminei o primeiro set e os nervos se acalmaram, comecei a jogar melhor. Além disso, Nastasja jogou muito bem. Ela foi incrível no primeiro set”, disse a espanhola. “Eu melhorei e joguei muito bem no terceiro. Precisava ter uma boa mentalidade hoje e essa foi a maior coisa que tive em quadra hoje. Eu permaneci focada em cada ponto e não deixei minha concentração cair”.
Del Olmo fez uma campanha expressiva em Londres, eliminando favoritas como a filipina Alexandra Eala e a tcheca Linda Fruhvirtova. A espanhola tem pouca experiência no tênis profissional, ocupando o 715º lugar do ranking e sem ter conquistado títulos. Recentemente, jogou o qualificatório do WTA 1000 de Madri e conseguiu fazer um bom jogo contra a ex-top 10 Kristina Mladenovic na fase final do quali.
Vice-campeã destaca a boa campanha
Schunk, que este ano furou o quali do WTA 500 de Stuttgart e fez um bom jogo contra Belinda Bencic, avaliou sua participação no torneio de forma positiva. “Mesmo que esteja difícil agora, eu sei que mais tarde ou amanhã ficarei muito feliz e orgulhosa de mim mesma. Fiz boas partidas nesta semana. A experiência foi sido ótima e nunca tinha vivido nada assim antes. Tudo aqui é tão legal e essa semana vai me ajudar no futuro”, avaliou a alemã.
“Hoje não foi minha melhor partida. O primeiro set foi muito bom, mas então eu comecei a me sentir um pouco cansada e não estava mais me movendo tão bem. Ane então começou a jogar melhor porque ela não estava mais tão nervosa, mas também porque eu não era tão agressiva quanto antes. Ela então foi muito boa no terceiro set e foi difícil para mim. Mas, como eu disse, estou orgulhosa de mim mesmo”.
Favoritas são campeãs nas duplas
https://twitter.com/WimbledonChnl/status/1414184780594388992
O título de duplas ficou com a bielorrussa Kristina Dmitruk e a russa Diana Shnaider, principais cabeças de chave do evento, que venceram a final contra a belga Sofia Costoulas e a finlandesa Laura Hietaranta por 6/1 e 6/2.
Olá Mario! Tem algo que eu não consigo entender, na diferença de amadurecimento de tenistas brasileiros, quando comparamos com tenistas estrangeiros. Por exemplo, no começo de 2020, o Wild ganhou do Fokina no Rio Open. Pouco depois, foi campeão em Santiago. De lá pra cá, é absurda as diferenças entre os resultados e o ranking dos dois. Na sua opinião, como especialista, e como alguém que conhece e acompanha novos talentos, por que será que isso acontece, e com tanta frequencia?
Abraço!